#TOLERÂNCIA212 - A DESTRUIÇÃO EM MASSA DE GAZA É INTOLERÁVEL
Intervenção do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, na sessão de encerramento da Conferência Internacional de Alto Nível para a Resolução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados, em 28 de Julho de 2015:
Excelências,
Senhoras e Senhores,
Agradeço ao governo da França e ao Reino da Arábia Saudita pela organização desta conferência
internacional sobre a implementação da solução de dois Estados.Estamos hoje aqui de olhos bem abertos – plenamente conscientes dos desafios que enfrentamos. Sabemos que o conflito israelo-palestiniano perdura há gerações – desafiando esperanças... desafiando a diplomacia... desafiando inúmeras resoluções e desafiando o direito internacional.
Sabemos que o conflito continua a ceifar vidas, a destruir futuros e a desestabilizar a região e o nosso mundo. Mas sabemos também que a sua persistência não é inevitável. Pode ser resolvido.
Isso exige vontade política e liderança corajosa. E exige verdade. A verdade é esta: estamos num ponto de rutura. A solução de dois Estados está mais distante do que nunca.
Excelências,
Nada pode justificar os horríveis ataques terroristas de 7 de outubro pelo Hamas e a tomada de reféns, os quais condenei repetidamente. E nada pode justificar a obliteração de Gaza que se desenrolou perante os olhos do mundo. A fome da população. O assassínio de dezenas de milhares de civis. A maior fragmentação do Território Palestiniano Ocupado. A expansão implacável dos colonatos. O aumento da violência dos colonos contra os palestinianos. A demolição de casas e o deslocamento forçado de populações. As alterações demográficas no terreno. A ausência de qualquer solução política credível.
E o apoio – expresso numa declaração do Knesset votada na semana passada – à anexação da Cisjordânia Ocupada.
Sejamos claros:
A anexação gradual da Cisjordânia ocupada é ilegal. Tem de parar. A destruição em massa de Gaza é intolerável. Tem de parar. As ações unilaterais que prejudicariam para sempre a solução de dois Estados são inaceitáveis. Têm de parar.
Excelências,
Estes não são eventos isolados. Fazem parte de uma realidade sistémica que está a desmantelar os alicerces da paz no Médio Oriente. E, no entanto, precisamente devido a estas realidades sombrias, devemos fazer ainda mais para concretizar a solução de dois Estados. A conferência de hoje é uma oportunidade rara e indispensável. Temos de garantir que não se torne mais um exercício de retórica bem-intencionada. Pode e deve servir como um ponto de viragem decisivo – um catalisador para progressos irreversíveis no sentido de pôr fim à ocupação e realizar a nossa aspiração comum de uma solução viável de dois Estados.
A solução de dois Estados continua a ser o único enquadramento enraizado no direito internacional, endossado por esta Assembleia e apoiado pela comunidade internacional. Especificamente:
Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, com base nas linhas anteriores a 1967, com Jerusalém como capital de ambos os Estados – Em conformidade com o direito internacional, as resoluções da ONU e outros acordos relevantes.
Dois Estados independentes, contíguos, democráticos e soberanos, reconhecidos por todos e plenamente integrados na comunidade internacional. É o único caminho credível para uma paz justa e duradoura entre israelitas e palestinianos. E é condição 'sine qua non' para a paz em todo o Médio Oriente.
Excelências,
Israel, a Palestina e outros terão de tomar decisões difíceis neste caminho. Será necessária uma liderança corajosa e baseada em princípios de todos os lados. Estamos aqui para encorajar e apoiar esse esforço.
Obrigado por se reunirem para avançar esta causa essencial para os povos de Israel, da Palestina e para toda a humanidade. Obrigado.
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