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domingo, agosto 31, 2025

#TOLERÂNCIA245 - O PRINCÍPIO DO FIM DA VIAGEM

 #TOLERÂNCIA245 - O PRINCÍPIO DO FIM DA VIAGEM

A partir de amanhã faltarão 30+31+30+31 dias para chegar ao fim da viagem-saga pela geografia da Tolerância. São os meses de Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro. Vão ser meses especialmente exigentes, sei que haverá dias em que não serei capaz de escrever como tenho vindo a fazer, numa regularidade que é a própria essência da viagem. Vai, de certeza, haver dias em que, na melhor das hipóteses, escreverei uma ou duas frases que reflictam o dia e que depois, dias mais tarde, desenvolverei em texto. São como mares que terei de atravessar, mesmo assim o meu desafio será de muito menos exigência que a mítico Camões salvando os Lusíadas depois do trágico naufrágio nos mares da China (onde, ao que parece, ele perdeu aquela que ele amou de maneira tão especial).

Para não perder o norte; e com a consciência de que não chegarei, mesmo que os ventos e as musas se alinhem na melhor das orientações, a todos os lugares a que gostaria de chegar — não é que antecipadamente seja quais são, mas estou convictamente seguro de que existem e de que eu bem neles me sentiria —, por um momento olho para trás e procuro receber alguma inspiração para que pontes cardeais seguir.

Peguei nos textos que escrevi até ao final de Junho e lancei-os à apreciação dos 'chatbots' do costume: p Gemini, o ChatGPT e o DeepSeek.

Aqui estão algumas coisas que me disseram. O ChatGPT até um grafo me fez!

«O documento reúne várias entradas do blogue Psicologias e Pedagogias (Fernando Pinto) sobre o tema da tolerância, publicadas em [corrijo: até] junho de 2025. Cada entrada associa reflexões pessoais, excertos literários ou filosóficos e acontecimentos sociais ou políticos. A tolerância é abordada como conceito pedagógico, social e existencial, mas também como prática quotidiana.» (ChatGPT)

«O autor do blogue, Fernando Pinto, aprofunda o conceito de tolerância citando várias fontes. A tolerância é vista não como uma atitude de concessão ou condescendência, mas sim como um respeito activo pelos direitos e liberdades fundamentais dos outros. É a harmonia na diferença, fomentada pelo conhecimento, comunicação e liberdade de pensamento. No entanto, o texto também apresenta uma visão mais crítica, citando José Saramago, que argumenta que a tolerância não é suficiente, pois implica uma relação de superioridade, e que deveríamos aspirar a uma relação entre as pessoas que a exclua por completo.» (Gemini)

«Cada entrada ("Tolerância #") aborda a tolerância a partir de diferentes perspectivas — filosófica, pedagógica, política, social, linguística e até tecnológica —, servindo-se de citações de autores como Paulo Freire, Mia Couto, Marcel Proust, Nikola Tesla, Aristóteles, entre outros, além de notícias, estudos científicos e experiências pessoais.» (DeepSeek)

«Texto reflexivo, por vezes intimista, com forte componente pedagógica. Recorre frequentemente a citações, exemplos concretos e experiências pessoais. Linguagem acessível mas densa, com preocupação conceptual e ética. Interage com o leitor, propondo questões e desafios à reflexão.» (DeepSeek)

«O texto (ou melhor, a série de textos reunidos) apresenta uma visão rica da tolerância como princípio ético fundamental, mas também como prática concreta que atravessa a vida familiar, a política, a educação, a religião e a própria gestão pessoal da ansiedade. É uma reflexão que oscila entre a teoria (Paulo Freire, investigação académica) e o quotidiano (histórias familiares, exemplos actuais), o que lhe dá profundidade e proximidade. O desafio que fica é este: transformar as “palavras gastas” em acções concretas de inclusão, diálogo e escuta activa.» (ChatGPT)

«O texto aborda a complexidade de se ser tolerante, admitindo que o conceito é problemático e evolutivo. A intolerância é frequentemente ruidosa, enquanto a tolerância é mais discreta. A questão do "limite" é essencial, pois a tolerância não deve ser sinónimo de complacência perante o ódio ou a violência. O autor também menciona a dificuldade de tolerar a "ausência de novidade" nas sociedades modernas, viciadas em distracção e informação constante.

»Em resumo, o blogue de Fernando Pinto defende uma tolerância que é uma virtude activa e consciente, que deve ser praticada e aprendida, e que se distingue do simples ato de aceitar ou coexistir. É um trabalho contínuo que exige reflexão, especialmente na educação, e que encontra os seus limites quando confrontado com a destruição da democracia ou a violação dos direitos humanos.» (Gemini)

Sublinho: «É um trabalho contínuo que exige reflexão, especialmente na educação...» Gosto do que leio, dá-me alento para o tempo que falta e para os mares difíceis que aí vêm.

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terça-feira, agosto 19, 2025

#TOLERÂNCIA233 - TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO. E SE ESPERARMOS MAIS UM BOCADINHO?

 #TOLERÂNCIA233 - TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO. E SE ESPERARMOS MAIS UM BOCADINHO?

Acho que nos habituámos a que o que verdadeiramente importa no mundo e no nosso mundo está no telemóvel, e o que não aparece lá, pois, não existe ou não tem valor.

Eu hoje também ia esperando menos do que devia... por causa das horas que ia vendo no telemóvel.

Ainda não percebi (quer dizer, ainda não me dei ao esforço de perceber) como é que o Google "sabe" as horas do nascer-do-sol... Agora, no Faial, já nasce nitidamente depois das 7. Mantenho a rotina diária, levanto-me, em geral, entre as 6 e as 6 e meia. Hoje, às 7 e cinco já eu estava encostado ao muro, à espera do Sol. O céu parecia-me rigorosamente nítido sobre a ilha de São Jorge, os contornos dos altos e morros viam-se com absoluta nitidez.

O tempo passava (gosto de ver a lenta mudança dos matizes de cores no céu, na água, e no Pico). No mar, um barco à vela a afastar-se do Faial; outro, também à vela, fundeado praticamente à saída do pontão; aparece depois um poderoso barco a motor de pesca de alto-mar para turistas; ao longe, ao norte de São Jorge, mais outro barco. Não é normal, no cenário que todos os dias observo, tanto barco a esta hora da manhã.

7 e dez... 7 e doze... 7 e quinze... nada de Sol a nascer. Estranhamente, por cima de São Jorge, parece não haver qualquer alteração nos matizes de cores matinais... excepto no Pico, que se acendia lentamente em cor de fogo como de costume. Concluo que para lá de São Jorge a nebulosidade é grande, e tala o Sol como uma grande cortina cor-de-laranja deslavado.

Volto-me para regressar a casa, não me apetece esperar mais. Já tinha as fotografias do momento do nascer-do-sol, são 7 e quase vinte. Dou dois 2 passos, mas lanço ainda um olhar à direita, para São Jorge. Precisamente nessa altura o Sol começa a espreitar entre os dois morros mais altos de São Jorge. Já tinha arrumado a máquina fotográfica na bolsa, tiro-a à pressa e regresso ao ponto de observação. Já a caminho de casa, senti-me satisfeito: valeu a pena ter esperado mais um bocadinho. Quase sempre vale a pena.

Meti-me à bolina, e pus-me a pensar na síndrome FOMO (Fear Of Missing Out - Medo de Estar a Perder), talvez seja essa uma das razões porque as pessoas (sobretudo se são jovens) não gostam de

esperar: têm medo de estar a perder qualquer coisa.

Está cada vez pior entre os jovens a Tolerância à espera, a Tolerância à frustração, e essa coisa cada vez mais assim clinicamente institucionalizada chamada Tolerância ao Tédio. Este último tipo de frustração está intimamente ligado à incapacidade de suportar momentos de tédio, espera, ou falta de estímulos imediatos, tornando-se telemóvel tornou-se a ferramenta perfeita para evitar qualquer estado emocional ligeiramente desconfortável.

Antes da existência dos telemóveis, na paragem do autocarro ou na plataforma duma estação do metropolitano; ou num ponto de encontro, aguardando alguém, as pessoas observavam o ambiente, pensavam, ou simplesmente "não faziam nada". Esses momentos exercitavam a paciência e a tolerância ao tédio. Agora, com os telemóveis, qualquer pausa é imediatamente preenchida com o telemóvel. Isso cria um ciclo vicioso: quanto menos praticamos a tolerância ao tédio, menor ela se torna.

Treinar a espera é preciso... Treinar a espera é preciso... Treinar a espera é preciso...

O treino começa em casa, os pais não devem deixar-se levar pela aflição de terem o bebé, os filhos, a chorarem com falta de qualquer coisa. É em casa que as crianças aprendem que esperar é natural. Registo, para acções de formação dos pais

Coisa diferente é a educação do prazer de esperar, de que vale a pena esperar. Que actividades podem ser levadas a cabo para educar o prazer da espera e o valor da espera? Registo também. Acho que isto tem alguma coisa a ver com o apontamento de ontem, acerca da Tolerância no bridge.

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quarta-feira, julho 16, 2025

#TOLERÂNCIA199 - TOLERÂNCIA POR FRAQUEZA

#TOLERÂNCIA199 - TOLERÂNCIA POR FRAQUEZA

A edição de hoje do Jornal de Letras é uma edição de grande angústia. Por causa do iminente desaparecimento, da morte, da revista. Mas não é dessa morte de que eu quero falar.

O tema principal da revista é a reedição do diário de Vergílio Ferreira. Lá dentro, na página 11, alguns excertos dos diário do escritor, sendo o primeiro o registo de 1 de Fevereiro de 1969. Passo a transcrevê-lo:

«Fiz cinquenta e três anos há dias. Como é obvio, não acredito. Mas enfim, é a opinião do Registo Civil. Acabou-se, fiz cinquenta e três anos. É aliás uma idade inverosímil a minha, desde os cinquenta. A “vergonha” da idade (que não tenho) deve vir daí. E lembrei-me: e se eu tentasse uma vez mais o registo diário do que me foi afectando? Admiro os que o conseguiram, desde a juventude. Nunca fui

capaz. Creio que por pudor, digamos, falta de coragem. Um romance é um biombo: a gente despe-se por detrás. Isto não. Mesmo que não falemos de nós (é-me difícil falar de mim). Aliás como os outros, desconheço-me. Talvez, também porque me evito. A verdade é que, quando me encontro bem pela frente, reconheço-me intragável. Mas enfim as virtudes são também desgostantes. De resto, sou pouco abonado. Segundo a Regina, as virtudes que tenho têm mesmo raízes viciosas: tolerância por fraqueza, interesse pela arte, por vaidade e coisas assim. Não digo que aconteça isso com todas as ditas virtudes; mas com algumas deve ser verdade. Chega. O meu “diário” está nas centenas de cartas aos amigos. Lembro as ao Lima de Freitas. L. Albuquerque, Costa Marques, Mário Sacramento, Eduardo Lourenço, alguns mais. Em todo o caso, essas mesmas, falsas. Excepto talvez quando sobre coisas “sérias”. E ainda aí há quase sempre um disfarce ou o tempero do gracejo. Serei agora capaz? Tento. Seguro-me ao argumento de que me dá prazer ler os registos dos outros. Lêem-se sempre com curiosidade. Um motivo para insistir – satisfazer a curiosidade dos outros. Mas terei eu “outros”?»

"Tolerância por fraqueza", reconhece Vergílio Ferreira. Mas será que reconhece mesmo?... Duvido. Bem, não estou capaz de grandes análises, nem o quero fazer. Até porque não sou conhecedor profundo do escritor, nem da sua obra ficcional, nem dos seus diários.

Mas ele também nos avisa, se calhar, para não o levarmos muito a sério. São estratégias de autor dizer que não acredita que tem 53 anos e que isso é apenas a opinião do Registo Civil. E quanto às virtudes, essas coisas boas são... más, são desgostantes. No que diz respeito à tolerância, "nem sou eu quem diz  que ela é fraqueza, quem o diz é a minha Regina".

Pronto, está bem, caro escritor, andarás carregado de amarguras, de descontentamentos, até talvez te comprazas numa certa mortificação interior. Seja. Não sei...

Para ficares satisfeito, informo-te que, sim senhor, vou guardar este texto para uma sessão de trabalho da formação de longa duração sobre a tolerância.

Na tese de doutoramento "De Conta Corrente aos diários Pensar e Escrever de Vergílio Ferreira", de Célia Maria Costa Pinto, de 2013, a autora fala com frequência da Tolerância. Quando chegar a tal sessão na formação de longa duração, espero já ter lido a tese toda. Mas suspeito já que nos vai ser pedida tolerância para tanta amargura e descontentamento...

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sexta-feira, julho 04, 2025

#TOLERÂNCIA187 - A TOLERÂNCIA E O SONO

 #TOLERÂNCIA187 - A TOLERÂNCIA E O SONO

Este escrito devia fazer parte dum conjunto de escritos acerca da Tolerância da pessoa consigo própria, com as suas características, as suas idiossincrasias, as suas fraquezas, forças, defeitos e virtudes.

Continuo a ler o muito interessante e animado livro "Dormir Bem, para viver melhor - tudo o que precisa de saber para ter noites tranquilas e dias felizes", de W. Chris Winter (que é apresentado na capa como neurologista e especialista mundial do sono).

Um dos capítulos onde se joga provavelmente um dos maiores desafios à tolerância duma pessoa

consigo própria é o sono, os seus problemas, as suas perturbações. A principal perturbação é a insónia, e é cada vez maior o número de pessoas que diz que sofre de insónias, tem dificuldade em dormir ou em adormecer, dizem mesmo que não dormem absolutamente nada.

Na primeira metade do livro, o autor esforça-se por mostrar que toda a gente dorme. Sim, compreende e aceita que muitos dos que se queixam não dormem como gostariam, que dormem pouco, ou que o sono não é retemperador. Mas toda a gente dorme!

Se quase podemos dizer "A cada um a sua insónia", o que ressalta da leitura da primeira metade do livro é a ideia de que cada pessoa deve fazer um esforço activo para se conhecer melhor nas suas características pessoais e não procurar visar modelos ideais disto ou daquilo (um corpo esbelto ou forte; alegrias e prazeres constantes; saúde e harmonia interior sem abalos; etc.).

Diz o autor, definindo limites muito amplos (que podem ser, por exemplo, a pessoa sentir-se insatisfeita com a qualidade do seu sono duas ou três vezes por semana durante um período superior a três meses; ou dificuldades a dormir uma vez por mês) que a insatisfação ou a dificuldade acontecerem mais do que aquilo que gostamos ou conseguimos tolerar, estamos, nesse caso, a meio caminho de ter insónias. Daí que, precisamente, o melhor conhecimento das características pessoais de cada um e a capacidade para aceitar as perturbações do sono e para tolerar que elas aconteçam podem ser o primeiro passo para a solução da insónia. A tolerância reduz a ansiedade, que, com o tempo, aumenta porque se começa a sofrer por antecipação. E maior ansiedade, maior risco de insónia, é o círculo vicioso.

Não ter informação adequada — São muitas, mesmo muitas, as percepções inadequadas, as ideias feitas e preconcebidas acerca do sono e das insónias! —, e marcadas pelo chamado viés da confirmação (a gente procura, só dá atenção ao que possa confirmar o que convictamente pensa, não interessa se bem ou mal informadamente) é meio caminho andado para sofrer de insónias... sem necessidade! Escreve o autor:

«Para alguns doentes que sofrem de insónia, é quase como se as boas noites de sono nunca acontecessem. Com pessoas que têm um sono saudável acontece o contrário. Prestam pouca ou nenhuma atenção às ocasionais noites mal dormidas.»

Escreve Chris Winter a seguir: «Creio que algumas pessoas podem sofrer desta percepção inadequada porque consideram intoleravelmente frustrante a dificuldade que sentem em adormecer.»

É, pois, o sono um campo do comportamento e da vivência individual de cada um aberto ao treino da Tolerância da pessoa consigo própria, em que se aprende, aos poucos, a olhar, enfrentar e aceitar as indesejadas imperfeições, as que se recusam ver ao espelho da casa-de-banho; e mais, ao espelho mental, interior e privado, da auto-imagem e da auto-estima que cada um cultiva de si para si próprio.

Não será que, aceitando-nos mais apaziguadamente no que somos na realidade, consequentemente toleraremos também mais os outros na realidade que eles são?

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quinta-feira, janeiro 23, 2025

#TOLERÂNCIA 25 – A TOLERÂNCIA E AS EMOÇÕES

 #TOLERÂNCIA 25 – A TOLERÂNCIA E AS EMOÇÕES

Nota prévia: este projecto de estudo da Tolerância compõe-se de 3 grandes conjuntos de textos: Levantamento, Exploração, Aprofundamento. Este texto é do conjunto Levantamentos.

Não há expressão comportamental da tolerância fora das emoções, sem emoções. Este assunto vai aparecer, seguramente, no Levantamento, na Exploração e no Aprofundamento do estudo da Tolerância.

Hoje quero centrar-me num caso muito particular da Tolerância e, ao mesmo tempo, das Emoções: a Tolerância, pela própria pessoa, das emoções negativas.

Num texto de divulgação muito interessante com o título "Enfrentar os sentimentos" (Facing your feelings), de Maio de 2012, o Centre for Clinical Interventions, escreve assim praticamente a abrir o fascículo do módulo 1:

«Existem muitas definições diferentes de intolerância à aflição psicológica ('distress', que também pode ser sofrimento psicológico, angústia, ansiedade, tensão emocional, etc.).

O que queremos dizer com intolerância à aflição psicológica é uma incapacidade sentida de viver plenamente emoções desagradáveis, aversivas ou incómodas, acompanhada por uma necessidade desesperada de escapar a essas emoções incómodas. As dificuldades em tolerar a aflição psicológica estão frequentemente ligadas ao medo de experimentar (sentir) emoções negativas. Muitas vezes, a intolerância à aflição psicológica centra-se em experiências emocionais de alta intensidade, ou seja, quando a emoção é “quente”, forte e poderosa (por exemplo, desespero intenso após uma discussão com um ente querido ou medo intenso durante um discurso).

No entanto, também pode ocorrer em emoções de menor intensidade (por exemplo, nervosismo em relação a um exame médico que se aproxima, tristeza ao recordar o fim de uma relação passada). Não é a intensidade da emoção em si, mas o quanto a teme, o quanto a sente desagradável, o quanto lhe parece insuportável e o quanto quer fugir dela, que determina quanto cada pessoa é intolerante à aflição psicológica.»(1)(2)

Tome-se bem atenção à esta diferença: uma coisa é a Tolerância às emoções negativas; outra coisa é as emoções negativas que a Tolerância desperta.

As emoções negativas que a Tolerância desperta não são objecto deste texto. As emoções negativas que a Tolerância desperta serão objecto de vários outros textos. É, na minha opinião, um dos temas cruciais para o entendimento da Tolerância e da Pedagogia da Tolerância.

Tenho ainda a opinião de que este segundo tema, o das emoções negativas que a Tolerância desperta tem sido menosprezado, evitado, com prejuízo grave na eficácia das acções de sensibilização à Tolerância e de promoção da Tolerância. É uma espécie de tabu ou de branqueamento que tem sido perpetuado. Há que ter a coragem de o enfrentar. Aqui, nesta viagem, nesta aventura da Tolerância, não deixarei de me haver com o tabu (os tabus) e o branqueamento (os branqueamentos). São tabus e branqueamentos sociais, políticos, culturais, educacionais; e clínicos.

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(1) Facing Your Feelings - 01 - Understanding Distress Intolerance, PDF (www.cci.health.wa.gov.au)

(2) Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com