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terça-feira, agosto 19, 2025

#TOLERÂNCIA233 - TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO. E SE ESPERARMOS MAIS UM BOCADINHO?

 #TOLERÂNCIA233 - TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO. E SE ESPERARMOS MAIS UM BOCADINHO?

Acho que nos habituámos a que o que verdadeiramente importa no mundo e no nosso mundo está no telemóvel, e o que não aparece lá, pois, não existe ou não tem valor.

Eu hoje também ia esperando menos do que devia... por causa das horas que ia vendo no telemóvel.

Ainda não percebi (quer dizer, ainda não me dei ao esforço de perceber) como é que o Google "sabe" as horas do nascer-do-sol... Agora, no Faial, já nasce nitidamente depois das 7. Mantenho a rotina diária, levanto-me, em geral, entre as 6 e as 6 e meia. Hoje, às 7 e cinco já eu estava encostado ao muro, à espera do Sol. O céu parecia-me rigorosamente nítido sobre a ilha de São Jorge, os contornos dos altos e morros viam-se com absoluta nitidez.

O tempo passava (gosto de ver a lenta mudança dos matizes de cores no céu, na água, e no Pico). No mar, um barco à vela a afastar-se do Faial; outro, também à vela, fundeado praticamente à saída do pontão; aparece depois um poderoso barco a motor de pesca de alto-mar para turistas; ao longe, ao norte de São Jorge, mais outro barco. Não é normal, no cenário que todos os dias observo, tanto barco a esta hora da manhã.

7 e dez... 7 e doze... 7 e quinze... nada de Sol a nascer. Estranhamente, por cima de São Jorge, parece não haver qualquer alteração nos matizes de cores matinais... excepto no Pico, que se acendia lentamente em cor de fogo como de costume. Concluo que para lá de São Jorge a nebulosidade é grande, e tala o Sol como uma grande cortina cor-de-laranja deslavado.

Volto-me para regressar a casa, não me apetece esperar mais. Já tinha as fotografias do momento do nascer-do-sol, são 7 e quase vinte. Dou dois 2 passos, mas lanço ainda um olhar à direita, para São Jorge. Precisamente nessa altura o Sol começa a espreitar entre os dois morros mais altos de São Jorge. Já tinha arrumado a máquina fotográfica na bolsa, tiro-a à pressa e regresso ao ponto de observação. Já a caminho de casa, senti-me satisfeito: valeu a pena ter esperado mais um bocadinho. Quase sempre vale a pena.

Meti-me à bolina, e pus-me a pensar na síndrome FOMO (Fear Of Missing Out - Medo de Estar a Perder), talvez seja essa uma das razões porque as pessoas (sobretudo se são jovens) não gostam de

esperar: têm medo de estar a perder qualquer coisa.

Está cada vez pior entre os jovens a Tolerância à espera, a Tolerância à frustração, e essa coisa cada vez mais assim clinicamente institucionalizada chamada Tolerância ao Tédio. Este último tipo de frustração está intimamente ligado à incapacidade de suportar momentos de tédio, espera, ou falta de estímulos imediatos, tornando-se telemóvel tornou-se a ferramenta perfeita para evitar qualquer estado emocional ligeiramente desconfortável.

Antes da existência dos telemóveis, na paragem do autocarro ou na plataforma duma estação do metropolitano; ou num ponto de encontro, aguardando alguém, as pessoas observavam o ambiente, pensavam, ou simplesmente "não faziam nada". Esses momentos exercitavam a paciência e a tolerância ao tédio. Agora, com os telemóveis, qualquer pausa é imediatamente preenchida com o telemóvel. Isso cria um ciclo vicioso: quanto menos praticamos a tolerância ao tédio, menor ela se torna.

Treinar a espera é preciso... Treinar a espera é preciso... Treinar a espera é preciso...

O treino começa em casa, os pais não devem deixar-se levar pela aflição de terem o bebé, os filhos, a chorarem com falta de qualquer coisa. É em casa que as crianças aprendem que esperar é natural. Registo, para acções de formação dos pais

Coisa diferente é a educação do prazer de esperar, de que vale a pena esperar. Que actividades podem ser levadas a cabo para educar o prazer da espera e o valor da espera? Registo também. Acho que isto tem alguma coisa a ver com o apontamento de ontem, acerca da Tolerância no bridge.

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segunda-feira, agosto 11, 2025

#TOLERÂNCIA225 - FRANZ KAFKA E A TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA225 - FRANZ KAFKA E A TOLERÂNCIA

Ontem "tropecei" na edição «conforme a edição crítica» de "Todos os Contos" de Franz Kafka, editada e reeditada em português (pela Livros do Brasil) em 2023. Hoje folheei-a, e fui depois à Net tentar saber mais alguma coisa acerca da edição do livro.

Avançando quase sem cuidar do caminho, enredei-me em edições em português, alemão, inglês e francês. Tentei chegar a escritos originais (alemão) e compará-los com traduções nas outras três línguas. O Google quase sempre resvalou para a "Carta ao Pai", que Kafka escreveu em Novembro de 1919, já depois de feitos os 36 anos. Quanto às traduções que comparei, pois, lá me veio à cabeça o clássico "Traduzir é trair". Mas, que fico claro: bendigo o precioso trabalho dos tradutores competentes e cultos!

Começava assim a carta:

«Querido Pai,
Perguntaste-me há pouco tempo porque é que eu continuo a ter medo de ti. Como de costume, não fui capaz de te dar qualquer resposta, em parte por causa desse mesmo medo, em parte porque, se quisesse explicar as razões, haveria demasiados detalhes relevantes para conseguir articulá-los de forma coerente ao falar. E, mesmo tentando responder-te aqui por escrito, ficará sempre muito incompleto, porque, mesmo na escrita, o medo e as suas consequências continuam a interferir quando estou perante ti, e porque a extensão do material vai muito além da minha memória e compreensão.»

Dizem-me as fontes que a carta nunca chegou ao pai, Hermann Kafka... E que o próprio Kafka não terá tido intenção de a publicar. Publicou-a, já depois de Kafka morrer, o seu amigo Max Brod, a quem

Franz Kafka, aos 5 anos
Kafka chegou a deixar escrito o pedido para, caso ele, Kafka, morresse, «os diários, manuscritos, cartas, dele ou de outros, desenhos, etc., e que estivessem na estante de livros, no guarda-fatos (sic), na secretária, em casa, no escritório ou em qualquer outro sítio, fossem destruídos na íntegra sem serem lidos, tal como todos os escritos ou desenhos que ele — Max Brod — ou outras pessoas tivessem em seu poder.», coisa que o amigo, de todo, não fez.

O primeiro parágrafo da carta de Kafka ao pai é um excelente exemplo do que tantas vezes recomendo a pessoas ansiosas, tomadas por medos e bloqueadas nos seus pensamentos: que escrevam. Mesmo que não saibam bem o quê, mesmo que custe, é uma boa maneira de avançar numa conversa difícil com alguém, tantas vezes consigo próprio, não apenas com algum Outro.

Na edição mais completa dos Contos a que consegui acesso (uma edição inglesa de 1971-1983, logo, ainda longe da edição crítica de "Todos os Contos" de 1996), a palavra Tolerância (ou variantes da família da palavra) surge 14 vezes. Tomo nota para um dia as explorar com atenção.

Na "Carta ao Pai", Kafka fala da Tolerância 3 vezes.

A primeira tem a ver com a irmã mais nova, de quem ele, ao que parece, gostava muito, até porque a considerava forte, ao contrário de si próprio, que se via como fraco: «E não terias tu certamente tido a autoridade para fazer algo de muito bom com esta empresa (assumindo que te terias conseguido obrigar a fazê-lo) oferecendo encorajamento e conselhos e vigiando-a, talvez até apenas tolerando-a?» Parece que Kafka, aqui, sugere que mesmo a mera tolerância, a aceitação passiva dos seus caminhos [Repito, está a referir-se à irmã. Bem, no fundo, à irmã e a ele próprio, digo eu], teria sido suficiente para fazer uma diferença positiva, em contraste com a sua aparente desaprovação. A frase sugere a falta de apoio do pai, mesmo a nível mínimo.

A segunda mostra como a Tolerância não chega, pode mesmo ser enganadora: «Por exemplo, a minha escolha de profissão. Certamente que me deste total liberdade nesse aspecto, à tua maneira magnânima e, a este respeito, até tolerante. Embora, ao fazê-lo, estivesses também a seguir a forma como a classe média judaica geralmente trata os seus filhos, que era o padrão que tinhas — ou, pelo menos, estavas a seguir os seus juízos de valor. Em última análise, isso também foi afectado por um dos teus equívocos em relação à minha personalidade.» Quer dizer, a "Tolerância" do pai não vinha de uma compreensão profunda ou aceitação das suas escolhas, mas sim de uma adesão a um padrão social estabelecido.

Finalmente, a terceira será a mais contundente de todas: Kafka ousa pôr-se no lugar do pai, e fá-lo de forma bastante desafiante: «De qualquer modo, devo dizer que acharia um filho [como ele, Franz] tão calado, embotado, seco e obcecado [com o seu mundo de livros e escrita] bastante intolerável e, se mais nada fosse possível, quase de certeza fugiria dele, emigraria, tal como tu nunca tiveste a intenção de fazer até eu tencionar casar.» Kafka admite que a sua personalidade, tal como ele a percebe de si para si próprio, seria insuportável para alguém como o pai. Ele admite a sua própria dificuldade de ser amado ou aceite pelo pai, mas fá-lo de uma forma que também critica o pai pela sua intolerância. Ou seja, pai incapaz de ser tolerante coma filha e com o filho.

Pois é, entre ontem e hoje, sem que me desse conta dos passos com que lá cheguei, a certa altura vejo-me embrulhado num, deixem-me brincar, num autêntico "processos kafkiano" entre leituras, traduções e edições de Kafka. Porquê? Porque quis espreitar-lhes a Tolerância nos interstícios.

Tenha-me ou não saído bem deste labirinto, fico a pensar na maneira como a Tolerância e a Intolerância é vivida explicitamente ou surdamente na relação entre pais e filhos... Na maneira como os desejos dos pais, por mais meritórios que sejam, os tornam a eles, os pais, em educadores intolerantes, que se tornam incapazes de ver as idiossincrasias, as motivações, as individualidades e as personalidades dos filhos.

O desafio para a Educação: identificar, tão cedo quanto possível, os sinais de intolerância (sobretudo a mascarada, a sub-reptícia, velada e inconsciente) dos pais em relação aos filhos; e como evitá-la e preveni-la; e como modificá-la. Estou, naturalmente, a falar da intolerância que abafa, cerceia, o pleno desenvolvimento pessoal, saudável, das crianças e dos jovens.

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quarta-feira, junho 23, 2021

OS VALORES DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO DOS VALORES, N.º 2

OS VALORES DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO DOS VALORES, N.º 2

Os tipos de amor: benevolente, por dever e sufocante.

Falando com uma colega ao telefone, soube que há poucos dias, num conselho de turma, uma professora propôs que fosse indicado para o Quadro de Valor da escola um aluno que, no seu entender, mostrava mérito para tal.

O Quadro de Valor, nas escolas do ensino público, reconhece os alunos que, individualmente, revelaram atitudes de superação de dificuldades, tomaram iniciativas ou realizaram acções exemplares na escola ou na comunidade, ou se destacaram como representantes dos alunos pelo seu sentido de dever, responsabilidade, justiça e equidade… e por aí adiante, revelando comportamentos/desempenhos exemplares unanimemente reconhecidos por todos."

Dizia a minha colega que, ao longo dos 2 anos em que tinha sido professora de Cidadania e Desenvolvimento, pudera observar as permanentes iniciativas de um dos seus alunos no sentido de ajudar, não apenas um colega com diagnóstico de perturbação psicológica, mas também outros colegas, em quaisquer circunstância das aulas ou do convívio informal na escola, sobretudo se estava em causa a expressão de intranquilidade pessoal, insegurança ou alguma ansiedade disruptiva. O rapazinho sempre agia com muita paciência, tolerância, cordialidade e carinho. O seu sorriso e a calma na voz tinham efeito apaziguador imediato, disse-me a minha colega. Nunca, em caso algum, o rapazinho agiu com força física ou voz autoritária.

Ora, a generalidade dos colegas (um ou outro, não) comentou no sentido do que a tradicional ambiência judaico-cristã ou católica-apostólica-romana nos põe a dizer: o aluno não fez mais do que a sua obrigação.

Penso que este é um bom exemplo do amor por dever, segundo as categorias de June Bingham. É, diz-me a minha percepção profissional, o tipo de amor ainda dominante nos professores.

Quanto aos pais, penso que se se repartem mais igualitariamente pelas 3 categorias, e tenho a percepção de que nos casais jovens cresce — ainda bem! — o número de pais de amor benevolente (muitas vezes em reacção ao amor por eles mesmos recebido enquanto filhos).

Mas também parece crescer o número de pais que não entram nestas 3 categorias, simplesmente porque, de todo, não amam: é o desamor, é a rejeição, é a indiferença.(1)

Imaginamos escolas para o século XXI, deleitamo-nos com as maravilhas dos recursos digitais e fabricamos maravilhosos projectos de aprendizagem mista (presencial e à distância); e estamos cada vez mais distantes das atitudes, dos comportamentos e das estratégias pedagógicas que alimentam a boa pessoa da criança e do jovem.

Noutros textos que tenho escrito tenho procurado dar exemplos de como pode ser tão fácil educar uma criança.

Muitos professores são lestos a marcarem faltas de castigo, a mandarem os alunos para fora da sala de aula e a levantarem processos disciplinares aos alunos; mas até os caracóis são mais rápidos que os professores a levantarem processos de louvor aos alunos.

O bem puxa o bem, o bom leva ao bom — é preciso que pais e professores não se esqueçam desta tão óbvia evidência. É sempre assim, claro que não é! Mas experimentemos todos a prodigalizar a palavra de louvor e o gesto de apreço aos nossos filhos e alunos que vamos todos ver se a estatística dá ou não dá razão e esta minha asserção.

Se a Escola e a Família marcam passo, o Desporto vai um pouco mais adiante: já há alguns anos, o Instituto Português do Desporto e da Juventude lançou a iniciativa do Cartão Branco, "um recurso pedagógico que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos." Tem sido muito usado - sim, muito - sobretudo nas camadas mais jovens dos praticantes do desporto, seja individual ou colectivo; seja de entretenimento ou de competição.

Um forte abraço ao @João Capela!

(Espero vir a falar, sem que passe muito tempo, em amor e educação; amor benevolente; amor por dever; amor sufocante)
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(1) Como alguns de nós, psicólogos e educadores, temos dito, o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença, a indiferença afectiva.

segunda-feira, junho 21, 2021

PODE SER TÃO FÁCIL EDUCAR UMA CRIANÇA... N.º 2

 PODE SER TÃO FÁCIL EDUCAR UMA CRIANÇA... N.º 2

Estou na esquina duma rua de passeio largo, bem largo. Espero por uma colega e amiga que me vai apanhar para um almoço em casa duma amiga comum. A esquina cruza uma avenida de intenso movimento automóvel com uma rua em que, nos cerca de 30 minutos que ali estive, o fluxo de veículos automóveis é o mais contrário possível ao da grande avenida: é praticamente nulo.

A certa altura, do lado da avenida grande, no passeio largo, bem largo, vejo vir na minha direcção uma
criança e a mãe. A mãe vem com um saco grande em cada mão, parecem pesados pela postura corporal da senhora. A criança traz um brinquedo na mão.

Quando passam por mim, a mãe vem à frente. Faz já a curva para a rua sem movimento automóvel quando a criança também passa atrás de mim. Precisamente nesta altura, a criança grita: «Ai o meu chapéu! Mãe!!!»

Volto-me para trás. A criança, uns 6 anos de idade, está parada, parece ter os pés colados ao chão. Em pose de estátua, olha a mãe. A mãe, quase reflexamente, diz para a criança: «Eu vou buscar.» Só depois olho na direcção em que a mãe, mesmo carregada, seguiu que nem bala.

Aparentemente, uma pequena rajada de vento tirara para fora da cabeça da criança um chapéu que já devia estar bem à beirinha de dali cair. O chapéu está ali perto da criança.

Olho em volta: o passeio é mesmo largo. Até aos carros há ainda uma bem recente faixa de bicicletas, bem sinalizada e bem delimitada. Não está mais ninguém por perto. Concluo que a situação não traz nenhum risco ou perigo para a criança.

Mas a mãe, pressurosa, já está a baixar-se para o chapéu, que jaz ali bem quietinho à espera de ser apanhado. Segura-o com dificuldade numa das mãos, que, repito, está já ocupada com um grande peso. A criança continua sem se mexer, segue o movimento da mãe com o olhar. Apercebe-se que a mãe se dirige a ela, estende a mão direita (que a esquerda guardava o brinquedo), mas não dá o mais leve passo em direcção à mãe.

«Toma lá — disse a mãe, quase sem olhar a criança, é que os sacos estariam mesmo a levar-lhe as forças todas  —, anda p’ó carro.» E a criança lá foi, andando muito lentamente, atrás da mãe.

Oportunidade perdida, pensei eu. Naquele contexto, teria sido fácil a mãe reagir assim ao grito de aflição da criança: «Vai apanhá-lo, ele não sai dali, não há perigo dos carros, não tenhas medo… Já está?... Boa! Assim é que é! Valente!»

É, valentes são as meninas e os meninos se os pais lhes dão oportunidade de porem em acção a sua valentia. Desta vez, a mãe não deu essa oportunidade; e o comportamento da criança mostrou-me que não foi a primeira vez que não recebeu da mãe a palavra e o estímulo de confiança que ela, criança, precisava — e gosta de receber.