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quinta-feira, agosto 21, 2025

#TOLERÂNCIA235 - "TEMPOS DE TRUMP". INTOLERANTES

 #TOLERÂNCIA235 - "TEMPOS DE TRUMP". INTOLERANTES

"Tempos de Trump" é o título do artigo de José Carlos Vasconcelos, no Bloco-Notas da edição de hoje do Público. Transcrevo o primeiro e o último parágrafo.

Primeiro parágrafo: «Tragicamente, são estes os tempos que vivemos: Tempos de Trumps. O pior, na sua terrível desumanidade e crueldade, aquele – Netanyahu – que Trump apoia, inclusive fornecendo-lhe armas, quando poderia talvez ser o único a conseguir travar a chacina que implacavelmente

prossegue. As imagens rasgam-nos o coração e suscitam sempre a mesma dolorosa interrogação: como é possível? Como deveremos chamar àqueles que, apesar de todas as mentiras e luvas protectoras, se sabe terem as mãos tão tintas de sangue? E não só de sangue, porque não “sangram” as crianças que morrem de fome, nem (talvez) as que jazem sob os escombros dos bairros, das casas, dos hospitais bombardeados.»

Último parágrafo: «Tragicamente estes são tempos também de valas comuns. Nalgumas se amontoam dezenas e dezenas de milhares de supliciados e mortos inocentes. Noutras se enterram valores civilizacionais e humanistas, de dignidade de povos e pessoas, de respeito mútuo e tolerância, que julgávamos adquiridos para sempre, pelo menos em países considerados democráticos e evoluídos. Afinal…»

Na nossa viagem pela geografia da Tolerância, desta estação guardo duas perguntas:
— Por que razão, ou razões, se perdem as coisas boas adquiridas?
— Sabendo que estão sempre em risco de se perderem, como pode a Educação ajudar na prevenção e evitamento das perdas?

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quinta-feira, julho 24, 2025

#TOLERÂNCIA207 - INTOLERÂNCIA, DAS PALAVRAS À ACÇÃO

 #TOLERÂNCIA207 - INTOLERÂNCIA, DAS PALAVRAS À ACÇÃO

O que está a acontecer na Faixa de Gaza, em razão do que Israel (o Estado de Israel, não estou a falar dos judeus, não me venham com a acusação de antissemitismo) tem mantido de destruição e morte, desafia-nos a todos, nas palavras que dizemos e nas acções que praticamos.

Nunca como agora os líderes políticos europeus negaram a identidade histórica dos Direitos Humanos e dos Valores da Paz e da Solidariedade da União Europeia. É intolerante o comportamento do Estado de Israel; e é intolerante o comportamento da União Europeia e dos seus membros. O Reino Unido envergonha a Magna Carta e os Estados Unidos da América os princípios constitucionais fundadores.

Reconheço que o protesto e as manifestações dos cidadãos, em todo o mundo, têm sido muitos, mas sem qualquer sucesso prático, têm sido, em geral, bem educadinhos. Daquele jeito que os Governos gostam para mostrarem que garantem a liberdade de expressão.

Há uma banda desenhada da Mafalda em que a mãe lhe diz que vai à lavandaria e pede à Mafalda que tome conta do bebé por um minuto. A Mafalda anui com um simples «Claro.» A seguir, chega-se ao bebé e, marota, tira a chupeta da boca ao bebé. Resultado: o bebé rompe num berreiro de mil decibéis, a Mafalda entra em pânico, volta a pôr a chupeta na boca do bebé, o bebé sossega. Desabafa a Mafalda: «Se os povos soubessem usar os pulmões como tu, os ditadores iriam ver como é que elas lhes mordiam!»

Pois é, os cidadãos ainda não berraram o suficiente. Fazes falta, Quino... Fazes muita falta! Para nos pores ao espelho e tomarmos consciência das nossas contradições. Dos ditadores e dos (des)governantes do Mundo já não vale a pena falar.

No Público de hoje, Manuel Serrano, que é apresentado como analista de assuntos europeus, políticа
internacional e processos eleitorais, diz que «O silêncio europeu sobre Gaza não é apenas ensurdecedor - é uma humilhação que nos compromete, um olhar para o outro lado intolerável.
Comparativamente, fomos rápidos a levantar a voz contra Moscovo, firmes a condenar, ágeis a sancionar, apesar de Orbán e Fico. Porém, diante de Telavive, tornámo-nos hesitantes. Este é o sintoma de um contágio moral que já não conseguimos disfarçar: o continente que se orgulha dos seus princípios universais aplica-os consoante o rosto do agressor ou o interesse do momento. Dois pesos, duas medidas. Dois códigos que não se anulam, mas se acumulam, fragilizando-nos, porque cada incoerência deixa uma cicatriz que nenhum discurso consegue apagar.
Mais do que uma omissão, a Europa assiste ao avanço de um projeto que redefine, sem pudor, a barbárie no século XXI. A "cidade humanitária" - expressão cínica do ministro da Defesa israelita para designar a construção sobre as ruínas de Rafah - não passa de um eufemismo para um campo de concentração.
São palavras do próprio Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelita, que não hesita em dar-lhe nome: uma prisão em grande escala, uma limpeza étnica disfarçada de política. Forçar a população palestiniana a viver enclausurada, proibida de sair - salvo para um exílio forçado - é um crime que não admite desculpas.»

12 páginas mais à frente, no mesmo jornal, Rita Siza escreve assim de Bruxelas: «Os termos do acordo que a chefe da diplomacia europeia fechou com o Governo de Israel para um reforço significativo da ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza não foram tornados públicos, mas, num ponto de informação aos Estados--membros da União Europeia, ontem, os serviços dirigidos por Kaja Kallas admitiram que "os números estão muito abaixo" das metas estabelecidas, e "são muito inadequados" para responder a uma situação que a cada dia se torna mais "intolerável".»

É outra vez o desafio que leva das palavras à acção: que fazem os líderes da União Europeia perante o que se torna a cada dia mais intolerável? Repito: os que eles fazem envergonham os Valores Europeus.

E nós — profissionais do Ensino, da Educação, da Acção Social, da Psicologia Comunitária — que fazemos? Quando as Mafaldas, os Guis, os Filipes, as Liberdades, os Manelitos, as Susanitas e os Miguelitos vierem ter connosco e nos pedirem respostas para as suas acutilantes perguntas e reflexões, que lhes vamos dizer? Vamos também envergonhar a riquíssima tradição pedagógica de tantos Mestres e Mestras que povoam a História Europeia desde que a reconhecemos na Antiguidade Clássica?

Que Pedagogia pedem estas realidades nas aulas de Educação para a Cidadania?

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terça-feira, janeiro 14, 2025

#TOLERÂNCIA 16 – SE HÁ UMA VERDADEIRA TOLERÂNCIA, HÁ OUTRA QUE NÃO O É

 #TOLERÂNCIA 16 – SE HÁ UMA VERDADEIRA TOLERÂNCIA, HÁ OUTRA QUE NÃO O É

Assumindo que haja uma Tolerância que é verdadeira e outra que não é verdadeira, uma das perguntas que logo a seguir podemos pôr é se verdadeira é só uma ou haverá mais do que uma; e se é só uma que não é verdadeira ou há mais do que uma, também.

Num texto publicado no passado dia 3 pelo jornal "The Economic Times (edição inglesa), encontramos a assumpção duma Tolerância Verdadeira. O texto tem o título "O Paradoxo da Tolerância" e é inspirado na Vasudhaiva Kutumbakam, uma frase duma antiga filosofia Hindu, e significa, segundo a Wikipédia, «O Mundo é uma família». Diz assim o texto:

A verdadeira Tolerância requer uma compreensão matizada do comportamento humano, reconhecendo que dentro de cada indivíduo reside o potencial tanto para a luz como para a sombra. Devemos também manter-nos vigilantes contra as ideologias que minam os fundamentos dos valores humanos correctos. Isto sublinha a necessidade de uma mente perspicaz que possa distinguir entre a expressão genuína de pontos de vista diferentes e a disseminação insidiosa de ideologias prejudiciais.(1)

A verdadeira Tolerância exige que nos envolvamos num diálogo significativo, procurando compreender perspectivas diferentes, ao mesmo tempo que defendemos firmemente os valores da verdade, da compaixão e do respeito por todos os seres. Assim, a tolerância é como uma flor delicada que prospera no calor da compreensão, mas murcha no abraço frio da indiferença.(1)

Se alguma alguma coisa quisermos destes dois parágrafos propor à Pedagogia e à Educação da Tolerância, podemos pensar logo na educação dos valores da Verdade, Compaixão e Respeito. E mais: a educação da Firmeza de Atitudes. Portanto, educação de valores e educação de atitudes.

Do primeiro parágrafo resulta o aviso para a educação da Mente Perspicaz, certamente desenvolvida à volta da capacidade de Observação da Realidade e também a capacidade de Sentido Crítico.

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Texto integral: https://economictimes.indiatimes.com/opinion/speaking-tree/paradox-of-tolerance/articleshow/116923583.cms

(1) Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

quarta-feira, junho 23, 2021

OS VALORES DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO DOS VALORES, N.º 2

OS VALORES DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO DOS VALORES, N.º 2

Os tipos de amor: benevolente, por dever e sufocante.

Falando com uma colega ao telefone, soube que há poucos dias, num conselho de turma, uma professora propôs que fosse indicado para o Quadro de Valor da escola um aluno que, no seu entender, mostrava mérito para tal.

O Quadro de Valor, nas escolas do ensino público, reconhece os alunos que, individualmente, revelaram atitudes de superação de dificuldades, tomaram iniciativas ou realizaram acções exemplares na escola ou na comunidade, ou se destacaram como representantes dos alunos pelo seu sentido de dever, responsabilidade, justiça e equidade… e por aí adiante, revelando comportamentos/desempenhos exemplares unanimemente reconhecidos por todos."

Dizia a minha colega que, ao longo dos 2 anos em que tinha sido professora de Cidadania e Desenvolvimento, pudera observar as permanentes iniciativas de um dos seus alunos no sentido de ajudar, não apenas um colega com diagnóstico de perturbação psicológica, mas também outros colegas, em quaisquer circunstância das aulas ou do convívio informal na escola, sobretudo se estava em causa a expressão de intranquilidade pessoal, insegurança ou alguma ansiedade disruptiva. O rapazinho sempre agia com muita paciência, tolerância, cordialidade e carinho. O seu sorriso e a calma na voz tinham efeito apaziguador imediato, disse-me a minha colega. Nunca, em caso algum, o rapazinho agiu com força física ou voz autoritária.

Ora, a generalidade dos colegas (um ou outro, não) comentou no sentido do que a tradicional ambiência judaico-cristã ou católica-apostólica-romana nos põe a dizer: o aluno não fez mais do que a sua obrigação.

Penso que este é um bom exemplo do amor por dever, segundo as categorias de June Bingham. É, diz-me a minha percepção profissional, o tipo de amor ainda dominante nos professores.

Quanto aos pais, penso que se se repartem mais igualitariamente pelas 3 categorias, e tenho a percepção de que nos casais jovens cresce — ainda bem! — o número de pais de amor benevolente (muitas vezes em reacção ao amor por eles mesmos recebido enquanto filhos).

Mas também parece crescer o número de pais que não entram nestas 3 categorias, simplesmente porque, de todo, não amam: é o desamor, é a rejeição, é a indiferença.(1)

Imaginamos escolas para o século XXI, deleitamo-nos com as maravilhas dos recursos digitais e fabricamos maravilhosos projectos de aprendizagem mista (presencial e à distância); e estamos cada vez mais distantes das atitudes, dos comportamentos e das estratégias pedagógicas que alimentam a boa pessoa da criança e do jovem.

Noutros textos que tenho escrito tenho procurado dar exemplos de como pode ser tão fácil educar uma criança.

Muitos professores são lestos a marcarem faltas de castigo, a mandarem os alunos para fora da sala de aula e a levantarem processos disciplinares aos alunos; mas até os caracóis são mais rápidos que os professores a levantarem processos de louvor aos alunos.

O bem puxa o bem, o bom leva ao bom — é preciso que pais e professores não se esqueçam desta tão óbvia evidência. É sempre assim, claro que não é! Mas experimentemos todos a prodigalizar a palavra de louvor e o gesto de apreço aos nossos filhos e alunos que vamos todos ver se a estatística dá ou não dá razão e esta minha asserção.

Se a Escola e a Família marcam passo, o Desporto vai um pouco mais adiante: já há alguns anos, o Instituto Português do Desporto e da Juventude lançou a iniciativa do Cartão Branco, "um recurso pedagógico que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos." Tem sido muito usado - sim, muito - sobretudo nas camadas mais jovens dos praticantes do desporto, seja individual ou colectivo; seja de entretenimento ou de competição.

Um forte abraço ao @João Capela!

(Espero vir a falar, sem que passe muito tempo, em amor e educação; amor benevolente; amor por dever; amor sufocante)
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(1) Como alguns de nós, psicólogos e educadores, temos dito, o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença, a indiferença afectiva.