quinta-feira, junho 05, 2014
Lhéngua Mirandesa - MANIFESTO an modo de hino
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
XVII Colóquio Juvenil de Artes na E.S.E.Q.

na qualidade de presidente do Agrupamento de Escolas Eça de Queirós:
A Arte, tal como a generalidade das produções e das formas de expressão humanas, é filha do seu tempo, seja na maneira como capta o presente, na maneira como recupera o passado ou antecipa o futuro.
Na verdade, por exemplo, seria impossível que Leonardo da Vinci inventasse um Eça de Queirós como o que temos junto ao quiosque do Cartão Escolar, ali todo composto de latas de coca-cola, vazias e despejadas para o lixo, e outras que tais, de outras marcas de refrigerantes. Não é que não houvesse Coca-cola e latas de Coca-cola no tempo de Leonardo da Vinci – bastaria que a Coca-cola decidisse que, sim senhor, que já havia, para, algures no mundo, um qualquer criativo da poderosa Publicidade atual, servindo-se de tantos e sofisticados aparelhos de transformação e composição das imagens que hoje existem, colocasse uma bem tradicional lata de coca-cola nas mãos desse artista e génio do Renascimento, com arrepiante verosimilhança à época, que até nós, sabedores da mentira, ficaríamos na dúvida se seria mesmo verdade ou não.
A única coisa que impede tal ousadia desse poderoso criativo do Marketing e dos Negócios é a gente conhecer a data de nascimento de Eça de Queirós. A data de nascimento do nosso Patrono é que a gente não consegue contornar. Pôr a lata de Coca-cola nas mãos de Leonardo da Vinci, isso é tarefa bem fácil para os poderosos construtores atuais de imagens vivas, não lhes custaria mesmo nada fazê-lo.
Seria essa composição adúltera – a figura de Leonardo da Vinci com uma lata de coca-cola nas mãos - considerada Arte?
Eu tenho uma resposta que me satisfaz, mas não a revelo aqui. A denunciar-me um pouco no que penso sobre este assunto, trago-vos um pequeno trecho de Fernando Pessoa – que alguns certamente conhecerão -, precisamente sobre a Arte. Escreve ele assim:
"Para que a arte possa ser arte, não se lhe exige uma sinceridade absoluta, mas algum tipo de sinceridade. Um homem pode escrever um bom soneto de amor sob duas condições - porque está consumido pelo amor, ou porque está consumido pela arte. Tem de ser sincero no amor ou na arte; não pode ser ilustre em nenhum deles, ou seja no que for, de outro modo. Pode arder por dentro, sem pensar no soneto que está a escrever; pode arder por fora, sem pensar no amor que está a imaginar. Mas tem de estar a arder algures. De contrário, não conseguirá transcender a sua inferioridade humana.” Fernando Pessoa, in 'Heróstato e a busca da imortalidade'.
Mas, pronto, agora é certamente tempo de outras coisas. Agora é tempo de celebração e partilha.
Também eu sinto uma alegria muito grande pela realização deste colóquio na Escola sede do nosso Agrupamento, e estou disponível para toda a colaboração que estiver ao meu alcance.
Sei, com satisfação e orgulho, da capacidade dos alunos, dos professores e dos funcionários da Escola envolvidos neste promissor evento para receber com cordialidade e respeito todos os nossos visitantes. A todos esses alunos, professores e funcionários apresento os meus mais vivos votos de parabéns por tudo o que já fizeram e por aquilo que ainda virá a acontecer nestes 3 dias do Colóquio.
Quanto a vós, caros visitantes, da nossa Escola, sejam todos bem-vindos à Eça de Queirós!...
Obrigado pela vossa presença!...
Que toquem as trombetas e que a festa comece!...
P.S. - E que comece com um abraço de parabéns a um jovem que muito porfiou para que este Colóquio acontecesse e possa tornar-se um êxito, o Fábio Fernandes.
quarta-feira, agosto 03, 2011
O ponto zero do urbanismo dos Olivais e de Chelas
A ciência arquitetónica parece muita e de boa fé; a preocupação com as condições de vida das pessoas e a criação de espaços que possam juntá-las e protegê-las do tráfego automóvel também são evidentes.
Contudo, não há, em todo o vídeo, uma palavra sobre o espaço tal como ele era antes, as pessoas que ali habitavam, as formas culturais que caraterizavam aquelas zonas. Penso que, a quem vive agora nos Olivais, e que queira saber a história do chão que pisa, faz falta saber o que encontraram aqui quem tanto transformou o espaço dos Olivais e lhe deu as caraterísticas urbanísticas e arquitetónicas que agora tem.
No meu entender, assim sem mais, fica-se à mercê da acusação de puro imperialismo de gente autodeclarada como sábia e competente.
Onde estão as preocupações de conservar as marcas culturais dos locais, por mais pobres que sejam? Certamente existiram! Quais foram?... Como foram equacionadas? Como influenciaram no desenho do futuro bairro a construir? Fica-se à mercê de se pensar que se tratou de qualquer coisa deste género: "aqui não há ninguém... aqui não há nada... vamos fazer bairros dignos para pessoas que não estão cá e vamos trazer para cá". Como se houvesse a intenção de criar o ponto zero do urbanismo, quiçá mesmo da geografia dos Olivais.
Os Olivais, enquanto novo bairro, foram seguramente um desafio entusiasmante para quem desenhou as ruas, os passeios, as casas e os outros espaços de vida das gentes que moravam e moram nos Olivais.
Veja-se o que hoje existe de iniciativas, até de gente muito nova, para conservar - precisamente nos Olivais e em Chelas! - as marcas das suas identidades culturais locais. Devem-nos fazer - a todos - pensar no que se mexe e revolve com o enraizamento e o desenraizamento das pessoas. E a construção destes bairros - como tantas outras - terá feito isso: empurrou gente daqui para fora a trouxe gente de fora cá para dentro. Significativamente, muitos dos que já nasceram ou cresceram nos novos bairros de Chelas e Olivais também já temem que lhes aconteça o mesmo. Porque será?... Porque será que é tanta a preocupação e o esforço de conservar as construções da Praça da Viscondessa (que costumamos chamar Olivais Velhos)?
Curiosamente, as cidades modernas procuram recuperar, já não são sequer os "espaços verdes", é, isso sim, os espaços de terrenos, de espaços, individuais ou comunitários, precisamente no meio das cidades, para as pessoas cultivarem a terra e dela recolherem os produtos que ela dá para a alimentação do dia a dia. Tantas quintas que nos Olivais e em Chelas se deitaram abaixo!... Seriam quintas que valiam a pena?... Que histórias seriam as suas?...
Mais do que bota-abaixo, as impressões que acabo de escrever pretendem (e essa será a minha utopia) congregar os esforços de todos - começa a ser urgente fazê-lo - para juntar memórias e pensar o futuro. As fotografias do Arquivo Fotográfico de Lisboa que copiei para o meu Facebook mostram que há pessoas da fase anterior ao "ponto zero" que certamente ainda estão vivas. Que é feito dessas pessoas?... Que memórias têm dos Olivais e de Chelas?... O que lhes aconteceu depois do "ponto zero"?
Sinceramente, gosto do vídeo dos senhores arquitetos e já os ouvi pessoalmente falarem sobre os bairros dos Olivais e de Chelas. Por isso recomendo a todos que o vejam. Mas depois vamos fazer mais qualquer coisa! Que acham?
quinta-feira, junho 30, 2011
Pluralia, rtp2, 310508
Trago-o agora para aqui para, como diz o dr. Rui Marques, o Alto-Comissário para a Imigração e as Minorias Étnicas, ajudar a fazer pontes entre as ilhas.
quinta-feira, dezembro 16, 2010
O Natal não é ornamento: é fermento
O Natal não é ornamento: é fermento
É um impulso divino que irrompe pelo interior da história
Uma expectativa de semente lançada
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade
O Natal não é ornamento: é fermento
Dentro de nós recria, amplia, expande
O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das convenções
O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!
Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará
quinta-feira, novembro 18, 2010
Miguel Guerreiro na SIC, a 22 de Novembro
sexta-feira, maio 28, 2010
Fernando Nobre, presidente da AMI, esteve na nossa escola
Fernando Nobre é certamente uma pessoa, um português, que faz juz ao adágio popular que diz que uma árvore se conhece pelos seus frutos.
Como os navegadores da época que faz a idade de ouro da História de Portugal, ele saiu do descanso do seu jardim à beira-mar plantado e foi ao encontro das intranquilidades e dos desafios do Mundo, os desafios trazidos pela pobreza, pelo atraso no desenvolvimento e pelo sofrimento causado pelas guerras e pelos cataclismos naturais.
A canção diz que o conquistador já foi ao Brasil, Praia e Bissau, Angola, Moçambique, Goa e Macau; foi até Timor. Fernando Nobre também foi a essas paragens e a muitas mais, já foi a mais de cento e sessenta dos espaços geográficos identificados com nomes de países. E não foi como conquistador, nem de terras, nem do ouro, nem de especiarias. No jeito que foi, e sem que fosse o tal conquistador, acabou por conquistar os corações de muita gente, de línguas, culturas e riquezas bem diferentes dos dele próprio.
Muitos, nos Descobrimentos Portugueses, saíram a barra de Lisboa como missionários, a evangelizar, a converter a um credo. Fernando Nobre chegou a todos os credos e ninguém ele quis converter. Se alguém quisesse, em gesto de reconhecimento e gratidão pela ajuda dele recebida, que ele perguntasse qual o mais sábio e justo credo dos homens, ele lhe responderia: “O credo da solidariedade humana, dia-a-dia, hora-a-hora, longe e bem perto de nós”.
Médico de formação e profissão, criou a AMI, Assistência Médica Internacional, em 1984, instituição não governamental que é hoje internacionalmente reconhecida na área da assistência humanitária em situações de catástrofe e de combate ao subdesenvolvimento.
Quando falamos com ele, o olhamos olhos nos olhos e lhe perguntamos: “Tu é isso que fazes, e eu?... que posso eu fazer?...”, Fernando Nobre diz-nos que ele faz como o passarinho de Sariã, a floresta da Índia que um dia foi tomada por um fogo tremendo. Gota a gota, sem descanso, traz no seu bico a água aflita para salvar as árvores e os animais. A seguir diz-nos que a gente sabe o que acontece quando juntamos as coisas, gota a gota, grão a grão; cabe-nos, com essa consciência, decidir o que fazer. A floresta de Sariã continua a arder, mais do que nunca até.
Como homem, Fernando Nobre cumpriu-se na profissão de abraçou, na família que constituiu, nos filhos que gerou. Filhos a quem bondosamente já ameaçou que, se as forças ainda lhe chegassem, lhes desfaria nas costas as bengalas que tem lá em casa se eles o abandonassem na velhice, como vê acontecer com tantos idosos, de tantos lares, que visita.
Receber uma pessoa assim na nossa Escola é um privilégio. Saibamos merecer a visita que nos fez. Vamos com ele salvar a Floresta de Sariã.
quarta-feira, maio 05, 2010
Dia da Língua Portuguesa, na Escola Secundária Eça de Queirós
Dia da Língua e da Cultura da CPLP
Alunos de 35 nacionalidades acolhem Presidente
O Presidente da República, Cavaco Silva, visitou esta quarta-feira, a escola Secundária Eça de Queirós, nos Olivais (Lisboa) classificada como um exemplo no ensino do português.
A Escola Secundária Eça de Queirós, em Lisboa, acolheu esta quarta-feira as celebrações do primeiro ano em que é assinalado o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A escola conta com alunos de 35 nacionalidades, sendo considerada a escola nacional com alunos de mais países.
A directora da escola, Maria José Soares, explica que "o aparecimento de alunos de tão diferentes países resulta dos estrangeiros comunicarem um aos outros a existência na escola dos Olivais de aulas de português para alunos com uma outra língua materna".
A directora acrescentou que "também os adultos que frequentam as aulas de português para estrangeiros optam por colocar os filhos a estudar na escola".
O sucesso do ensino do português resulta, segundo explicou a professora "da preocupação de prestarem um ensino de qualidade que visa a inclusão".
As comemorações contaram com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva, e da ministra da Educação, Isabel Alçada.
O Presidente classificou o trabalho realizado pela escola como um exemplo de promoção da "integração multicultural".
A cerimónia contou também com a presença de embaixadores dos países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Princípe e Timor-Leste).
Cavaco Silva salientou que o português é uma língua em forte expansão pelo que dos "actuais 250 milhões de habitantes dos países de língua portuguesa dentro de 20 anos serão 350 milhões".
O português é a quinta língua mais falada no Mundo, sendo a língua mais falada no Hemisfério Sul e na América do Sul. É também a segunda língua mais falada na África Austral e em grandes cidades como Paris, Caracas e Joanesburgo. João Saramago
sábado, abril 17, 2010
João Garcia ganhou o desafio: Annapurna, o 14.º e último!
Temas: Sociedade, Desporto, Alpinismo
Macau, China, 17 abr (Lusa) - O alpinista português João Garcia, de 43 anos, atingiu hoje o cume do monte nepalês Annapurna, a última das 14 montanhas do mundo acima dos 8000 metros que se propôs escalar.
Segundo o sistema "spot adventures", um geolocalizador com ligação satélite que João Garcia transporta consigo e que pode ser acompanhado, em tempo real, pela Internet, o alpinista português atingiu o cume do Annapurna a 8091 metros de altitude às 13:30, hora local no Nepal, mais 04:45 em relação a Lisboa.
JCS.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Lusa/fim
O João Garcia não se realizou como homem, atleta e cidadão, com os resultados que obteve na escola, antes de a abandonar. Mas ele ali esteve a falar a todos sobre motivação esclarecida, projectos de realização pessoal, tomadas de decisão, esforço individual e tenacidade para se chegar onde se quer. E a todos nós ele encantou. O que ele hoje conseguiu tem a conversa que fez connosco na Eça. Parabéns, João! Continuas a ser um exemplo para todos nós.