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sábado, junho 01, 2013

QUE INFELIZ PRÉDICA SOBRE OS VALORES! A REPUDIAR!


QUE INFELIZ PRÉDICA SOBRE OS VALORES! A REPUDIAR!
Padre Anselmo, tanta atenção que tento dar aos seus textos!... Este é bastante infeliz. No fundo, é a velha e perversa recomendação beata, da má religião, de mansidão aos pobres e o perdão compreensivo aos ricos, no fim de uma Psicologia dos Valores tão fragilmente exposta; e depois do estafado dedo acusador ao dinheiro, o vil metal.
Repare o que tão discretamente pretende deixar inculcado nas nossas cabeças! Repare quem designa na falta de valores (ex-presidentes da República, bispos, professores, padres, pais e mães, educadores). Repare quem designa como sendo infelizes (os ricos). Repare quem designa na felicidade (os da sobriedade, quer dizer, os pobres). Repare quem escapa a qualquer designação, sobretudo comprometedora: os políticos que governam e tomam decisões!...
COMO PROFESSOR, COMO EDUCADOR, COMO "SÓBRIO", COMO CIDADÃO, REPUDIO ESTA SUA PRÉDICA, senhor padre Anselmo! O senhor, assim, não é nada cristão!
Quero muito que os meus alunos não se deixem enganar por este tipo de discurso!
http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3251231&seccao=Anselmo+Borges&tag=Opini%E3o+-+Em+Foco&page=-1

terça-feira, março 26, 2013

A lição dos amigos


A lição dos amigos
O Luís, sim, esse, o que se sentia no fundo do poço e a irmã desafiou a cavar ainda mais fundo, tem 3 filhos. Um deles é um rapazinho.
O breu do poço de onde o Luís saiu a pulso firme deu lugar à luz franca dos horizontes abertos; do trabalho e das relações pessoais positivas. A vida do jovem e integrado cidadão ganhou consistência, a pressão que quase impedia o fôlego deu espaço à folga que permitia o suspiro tranquilo.
O pai e a mãe do filho do Luís, num dia que a tradição diz que é de prendas para os miúdos – seria natal do Menino Jesus, ou natal do menino do Luís, não importa qual seria –, sentiam-se em condições de ir um pouco mais além na sofisticação do presente para o filho de ambos. Dois presentes, um do pai e um da mãe. Duas ideias, também, sobre o filho, uma do pai e outra da mãe. Dois objetivos também; sem querer, de boa-fé, ambos prendiam o filho ao brinquedo que ousavam para o filho, ambos arriscando a disponibilidade financeira da família. Mas o futuro era risonho e promissor; agora, nem uma réstia do breu difícil de tempos que se distanciavam cada vez mais.
Ignorando-se reciprocamente a início, num quase divertido jogo das escondidas, os brinquedos do pai e da mãe disputavam o filho:
a mãe escolheu um daqueles aparelhos modernos, sofisticados, de comandos à medida dos dedos ágeis infantis, que prendem as crianças, em casa, ao ecrã de televisão ou do computador;
o pai desafiou-se num pagamento a prestações, e comprou uma motoreta de quinhentos euros, que poria o filho na rua.
Estão todos juntos, é hora de os pais darem os presentes e do filho os desembrulhar.
A reacção do rapazinho ao presente do pai deixará adivinhar a reacção ao presente da mãe. O pai olha o filho, com ansiosa expetativa, enquanto ele desembrulha o presente. Sente-se bem, feliz de ter conquistado as condições para poder dar ao filho que tanto amava um brinquedo que simboliza a vida tomada nas mãos com algum desafogo. O jovem pai antecipa a alegria exuberante do filho, só não sabe se ele vai saltar primeiro para o selim da motoreta ou para o colo do pai.
Na hora de uma ou outra coisa acontecer, prenda completamente desembrulhada, o filho não faz uma coisa, nem a outra. O rapazinho mira quase indolentemente o magnífico presente.
Agora ansioso por outra razão, o pai pergunta ao filho:
- Então, filho, não gostas da mota?...
O miúdo tenta não desapontar o pai, mas também não consegue sentir, nem sequer fingir a alegria que o pai quer que ele mostre.
- Eu gosto, pai…
- Então, parece que não ficaste muito entusiasmado… insiste o pai, sem conseguir ver-se aliviado daquela ansiedade, à beira de se tornar numa deceção inesperada e indesejada.
O filho vira-se para o pai e, com a serenidade que expõe a sólida confiança e franqueza a que a educação dos pais levara já a personalidade em formação do filho, olha-o e diz-lhe:
- Ó pai, a mota é gira, mas não dá para o que eu quero…
- E o que é que tu queres, filho?... estranha o ansioso pai.
- É que a mota não dá para eu brincar com os meus amigos, pai… A mota é para eu brincar sozinho, só dá para um, e eu quero brincar com os meus amigos.
É isto a vida, é isto essa coisa extraordinária que é as relações que as pessoas são capazes de estabelecer umas com as outras. Este filho, com este sentir, sim, ele é que acaba sendo o verdadeiro presente – do filho para os pais, que – coitados! – tanto amor e tanto risco de si mesmos tinham posto nos presentes de valor que queriam dar ao filho.
Quanto vale, quanto custa, em dinheiro, o sentir espontâneo da amizade, do companheirismo, numa criança da idade do filho do Luís? Quanto mostra esta genuína forma de sentir do amor e dos valores recebidos pelo filho dos seus pais?
Numa perceção vertiginosa, o pai reviu as vicissitudes da sua própria vida, os afetos, as cumplicidades e os conflitos que o aproximaram e o afastaram dos outros, os amigos e a sociedade.
O Luís e a mãe do seu filho, o filho de ambos, seguramente se tornaram melhores pais, melhores pessoas a partir deste dia. E mimaram com redobrado carinho este filho precioso.
Quem, com esta história - história verdadeira -  não ficará a pensar sobre os presentes que já deu, que gostaria de dar e que vale a pena dar?

quarta-feira, julho 25, 2012

Dalai Lama, inteligência, generosidade, valores morais



20/07/2012  -  Público
As human beings we are all the same. We have this marvelous intelligence, which sometimes creates problems for us, but when influenced by warm-heartedness can be very constructive. In this context we need to appreciate the value of having moral principles.

Foi assim que Dalai Lama deixou escrito no Google+, que me permito traduzir livremente:
"Como seres humanos, somos todos iguais uns aos outros. Possuímos uma inteligência maravilhosa, que, não obstante, às vezes nos cria problemas; mas quando recebe a influência da generosidade posse ser poderosamente construtiva. Por ser assim, precisamos de saber apreciar a riqueza que é termos princípios morais."

quarta-feira, julho 27, 2011

A estética do falhanço, ainda a lamentável morte do rapaz que "toureava" carros

Ontem já, dia 26 de Julho, o padre José Luís Borga deixou, na sua página do Facebook, um comentário interessante sobre este assunto, centrando-se no caso do jovem que morreu quando, com outros, se entretinha a "tourear" os carros.
Hoje, a edição em linha do Diário de Notícias, traz um texto também muito interessante, do comentador cinéfilo João Lopes, sobre, não o caso de que fala o padre José Borga, mas sobre o fenómeno social em que o caso se insere.
No meu entender, sem conjunto, os dois textos são excelentes pontos de partida para "partir pedra" (há muita pedra para partir!) nas escolas, nas famílias, nas comunidades locais, na comunicação social; e, claro, entre os decisores políticos.
Tudo isto tem a ver com opções, com valores, com prioridades sociais. Com educação; com muita educação! Com a maneira como decidimos tecer as relações sociais (que começam em casa e na escola; com os governos a garantirem condições para que possa haver tempo - e valorização, repito! - para que tais relações aconteçam e deem frutos).

O texto do Diário de Notícias:
A estética do falhanço - Opinião - DN
Há uma narrativa mediática, de raiz televisiva, que nos leva a identificar uma "juventude-YouTube" que, enredada nas ambiguidades do mundo virtual, se compraz em encenar-se através dos dispositivos mais extremados: agredindo, desafiando a morte, morrendo...
É um facto que a imagem não é estranha a tais vertigens, envolvendo mesmo o poder radical de integrar a morte, superando os seus limites (será que já nos esquecemos que nascemos em berço católico?). Em todo o caso, vale a pena questionar a transparência daquela narrativa: será que podemos compreender esta paixão menor pelas imagens "perturbantes" como um mero reflexo das novas tecnologias e suas derivações? Ou ainda: que dizer de um mundo em que, todos os dias, se oferece à juventude o espelho de coisas tão medíocres como Morangos com Açúcar ou de inenarráveis anúncios em que a posse de um telemóvel se confunde com abrasivos êxtases sexuais?
Na verdade, quase ninguém (a começar pela esmagadora maioria da classe política) se mostra disponível para lidar com os valores da nossa cultura dominante. Que cultura é essa? A da celebração da festa obrigatória e da gratificação instantânea, logo de indiferença pela certeza indizível da morte. Não adianta, por isso, demonizarmos as imagens. Elas não são "boas" nem "más". Num mundo dominado pela fealdade das telenovelas e seus derivados, são apenas irrelevantes e intermutáveis. Os jovens limitam-se a prolongar o falhanço estético dos adultos que os criaram. A minha geração, por sinal.

Agora só falta o texto do padre José Luís Borga. Ele aqui está:
"O gosto de ser admirado é, quando não enquadrado numa acção meritória, um enorme risco de morte. Este jovem acabou "toureado" pela estupidez que, pelos vistos, um grupo de "amigos" estava disposto a registar. Deve ter registado mas... fugiu perante a tragédia e no contexto da desgraça. Mais uma prova de que são precisos amigos melhores e... aprendizagem do gosto pela vida! Que a dor destes pais seja remédio para muit (...)!


P.S. - Achega do Francisco Raposo (Obrigado, Francisco!), via Facebook:
A corrida para o vídeo famoso - Opinião - DN
Há limites para anedotas? Alguém, lúcido, disse: "Eu conto anedotas sobre tudo mas não conto é certas anedotas a toda a gente." Não nos rimos de anedotas racistas (e há-as, boas) com racistas. E vídeos? Aí, o critério é mais relaxado. Há dias que Portugal se ri com o Hélio, titubeante ao skate ("sai da frente Guedes!"), descendo uma estrada, lançando uma frase épica ("o medo é uma cena que a mim não me assiste"), cruzando um automóvel e espalhando-se na berma. O vídeo foi visto no YouTube em quantidades maiores que as enchentes do Estádio da Luz num ano, as televisões entrevistaram os pais do Hélio, rimo-nos todos. E, no entanto, o vídeo do Hélio é uma estupidez criminosa que acabou bem. Exemplo de uma estupidez criminosa que acabou mal: António, de 17 anos, foi de madrugada para uma auto-estrada tourear carros. Deveria haver também um Guedes com um vídeo a filmar, mas fugiu, sem coragem de mostrar o atropelamento e a morte do António. Sem coragem, e daí não sei... Talvez ainda apareça no YouTube - e nos online dos jornais - a morte do António. A estupidez das pessoas (e não estou a falar só do grupo do António) é infinita. Aqueles que têm a arma de propagação da estupidez nas mãos - dos grupos de popularização dos Hélios até ao YouTube, passando pelos jornais e televisões - deveriam pensar nos limites. O próximo passo é pôr o vídeo de um garoto a atirar um pedregulho, de uma ponte, para a auto-estrada?