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quinta-feira, junho 04, 2009

Muito obrigado, Zé Geadas!

Deixei assim escrito, há momentos, no blogue do Grupo Desportivo e Cultural de Rio de Moinhos, e no blogue do Grupo Jovem de Rios de Moinhos, também:

O "Fadinho Serrano" da Amália Rodrigues diz que "lá na minha terra há bons cantadores e boas cantadeiras".

Na minha opinião, que já tive a felicidade de ouvir a voz bem motivada do Zé, bem pertinho de mim, bem ao vivo, o Zé é bem mais do que um magnífico cantador de fado e de outras cantigas.

Pessoalmente pude testemunhar, bem longe do seu Rio de Moinhos, o amor e o encanto que ele tem pela sua terra e pela cultura da comunidade a que pertence. Já vi brotar-lhe das mãos, como que por magia, a deliciosa figuração de uma ceifeira alentejana, feita da delicadeza de uma papoila e outros pequenos farrapitos do campo. Deliciosa era a ceifeira e deliciado estava o rosto do Zé a mostrá-la a quem estava ao pé dele.

Para quem, como eu, se ocupa há mais de 30 anos com a expressão da inteligência e a expressão dos afectos das crianças e dos jovens, é um prazer muito grande vê-lo a cantar, a brincar e a conviver.

Não quero fazer comparações em que ponho uns dos participantes do concurso mais acima e outros mais abaixo. Todos os que participaram no concurso da TVI são tesouros muito valiosos!

Mas, não posso também deixar de dizer que, na minha opinião, foi com o Zé que todo o País pode ver a vitalidade das diversas dimensões da vida de uma criança ou de um jovem: a alegria dos seus sonhos; a cumplicidade com os seus amigos, os mosqueteiros dos New Baxter, "um por todos, todos por um"; a fraternidade gaiata com o seu irmão; a presença benevolente e solidária dos seus pais; o entusiasmo envolvente dos seus patrícios; a valorização e o cumprimento assumido e responsável das suas obrigações escolares.

Além de tudo isto, o Zé trouxe-me novos amigos, que me apetece conhecer melhor, não é amigo Norberto?

A poetisa Florbela Espanca tinha mesmo razão, Zé: o ver o teu olhar, o ver a tua vida, faz bem à gente!

Neste blogue apareces várias vezes a dizer-nos obrigado.

Agora é hora de sermos todos nós a dizer-te, todos juntos, com força para te acordar da mais rija das tuas sestas...

ZÉ GEADAS, MUITO OBRIGADO! MUITAS FELICIDADES PELA TUA VIDA FORA!

terça-feira, maio 12, 2009

O menino grande foi ao encontro do grande menino

No domingo passado fui à Orada. O Zeca Barroso tinha-me desafiado, e à nossa amiga Maria João, para outra vez irmos à feira das ervas aromáticas.
Eu tenho a mania de que sou um menino grande.
Peguei na moderna caneta e deixei um bilhetinho na caixa de correio do amigo Norberto, mais ou menos assim: "Diga ao Zé que vou tentar passar por casa dele amanhã, domingo."
No caminho do Redondo para a Orada falei com o Zeca sobre a minha intenção. "Isso arranja-se...", disse-me ele. E assim foi. À tardinha, chegámos a São Tiago de Rio de Moinhos.
O batedor Miguel prontamente nos conduziu, rua acima, com rijas pedaladas à frente do mercedes do Zeca, à casa da família Geadas.
A mãe do Zé reconheceu-me imediatamente e convidou-nos a entrar. Boamente, a senhora foi buscar o filho, e o senhor Geadas ficou ali, na entrada da casa, a acolher-nos.
O Zé, qual pardalito titubiante, destacou-se finalmente da penumbra da porta, que os pais insistiam que passássemos adiante, para dentro da casa.
O corpo e a consciência do Zé pediam o descanso que os olhos, a muito custo, contrariavam.
Ainda assim, o Zé arranjou concentração para o autógrafo; arranjou sorriso para a fotografia; e arranjou palavra para o compromisso de um dia irmos vibrar com o Benfica, na Luz.
Ao final do dia, quando cheguei a casa, em Lisboa, fui escrever ao Zé num bilhete apressado: "Desculpa a maldade que te fiz hoje." Assim que o carteiro electrónico confirmou que o bilhete tinha sido bem enviado, fui abrir o correio do dia. Logo à frente, sendo a mais recente mensagem que me tinha chegado, encontrei, escrito pelo Zé: "Será sempre benvindo à minha casa." Sorri e apaziguei.
Zé Geadas, eu não sou poeta, tal como o Manuel Correia, que contigo cantou; e a tua beleza interior merece que me justifique com as palavras, igualmente belas, de quem as sabe juntar. Aqui ficam. São do poeta Sebastião da Gama:

O MENINO GRANDE

Também eu, também eu,
joguei às escondidas, fiz baloiços,
tive bolas, berlindes, papagaios,
automóveis de corda, cavalinhos...

Depois cresci,
tornei-me do tamanho que hoje tenho.
Os brinquedos perdi-os, os meus bibes
deixaram de servir-me.
Mas nem tudo se foi:
ficou-me,
dos tempos de menino,
esta alegria ingénua
perante as coisas novas
e esta vontade de brincar.

Vida!
não me venhas roubar o meu tesoiro:
não te importes que eu ria,
que eu salte como dantes.
E se riscar os muros
ou quebrar algum vidro
ralha, ralha comigo, mas de manso...

(Eu tinha um bibe azul...
Tinha berlindes,
tinha bolas, cavalos, papagaios...

A minha Mãe ralhava assim como quem beija...
E quantas vezes eu, só pra ouvi-la
ralhar, parti os vidros da janela
e desenhei bonecos na parede...)

Vida!, ralha também,
ralha, se eu te fizer maldades, mas de manso,
como se fosse ainda a minha Mãe...

terça-feira, abril 21, 2009

José Geadas, de Rio de Moinhos, concelho de Borba

Escrevi assim, hoje, no blogue do Grupo Desportivo e Cultural de Rio de Moinhos, no concelho de Borba, na forma de comentário ao apontamento em que o José Geadas, que foi recentemente apurado para a final do concurso da TVI, "Uma canção para ti", agradece, perantes as câmaras da TV, o apoio que lhe foram manifestando, por todo o País:

Há uma coisa que tu fizeste quando agradeceste aos teus conterrâneos, mesmo antes da votação que te pôs na final - quando tu não acreditavas que lá chegarias!... -, que os rapazinhos da tua idade, que vivem em Lisboa, e nas outras grandes cidades, não percebem, porque não sentem da maneira como tu sentes. E como sentem todos em Rio de Moinhos e em Borba (e nos outros Rios de Moinhos e Borbas por esse País fora): a força gregária do "concelho". Nenhum rapazinho da minha escola, nenhum dos meus alunos, se reconhece como pertencendo ao concelho de Lisboa, nem se apresenta assim a ninguém. Como terão gostado de te ouvir as pessoas da tua terra!... Como diz a poetisa portuguesa que foi tua vizinha, ali de Vila Viçosa, a Florbela Espanca (que fala muito de tristeza e pouco de alegria. Ela teria tido mais alegrias se te tivesse conhecido e te tivesse ouvido cantar, ou visto a brincar com os teus amigos), "O ver o teu olhar faz bem à gente..."
Força, Zé! Canta, brinca... e não te esqueças dos trabalhos da escola!...

Se se clicar na hiperligação que está no título deste apontamento, ter-se-á acesso ao blogue do Grupo Desportivo e Cultural de Rio de Moinhos, que tanta satisfação e orgulho mostra pelo seu moço Zé.