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sábado, julho 26, 2025

#TOLERÂNCIA209 - SER TOLERANTE É SER CIDADÃO ACTIVO

 #TOLERÂNCIA209 - SER TOLERANTE É SER CIDADÃO ACTIVO

Muitas vezes, por mais que a gente pense que a nossa voz é muito importante e deve ser ouvida, o melhor que há a fazer é unir a nossa voz a outros, à escrita dos outros. É o que agora faço. Juntos, a nossa voz pode chegar mais longe. Temos de saber não tolerar mais e passar à acção que o mostre, que pare o que é preciso parar.

Em Gaza, a Tolerância nega a Humanidade, a Solidariedade, o Respeito, a Empatia, os Valores, a Democracia, os Ideais de um mundo melhor, amigos da Diversidade dos Povos e das Culturas Humanas.

Tiago Luz Pedro escreveu assim hoje no editorial do Público:

«Há momentos em que a dignidade do mundo se mede pelo silêncio que se aceita. Gaza é, hojе, esse espelho intolerável: uma terra sitiada onde crianças morrem à fome, hospitais operam sem anestesia e a água potável é um luxo inalcançável. Não se trata de uma calamidade natural. Trata-se de uma
engenharia deliberada da escassez, em que a fome se tornou instrumento de guerra e a sobrevivência, um mero acaso estatístico.

»Nenhuma democracia digna desse nome pode pactuar com a punição colectiva de um povo inteiro. E, no entanto, é isso que se normaliza dia após dia em Gaza. Israel, com o argumento legítimo da autodefesa, ultrapassou há muito os limites da proporcionalidade. Usa o bloqueio como arma, compromete corredores humanitários, externaliza a distribuição da ajuda a actores privados e sem controlo. O resultado está à vista: crianças com corpos de pele e osso, mães que cavam valas comuns, civis que são alvos enquanto correm por um saco de arroz.

»Mais de cem pessoas morreram de fome em Gaza desde o início da guerra. Quase metade dessas mortes ocorreu só neste mês de Julho. Mais de mil civis foram mortos enquanto tentavam obter ajuda humanitária. Estima-se que 16% das crianças só na cidade de Gaza sofram de desnutrição aguda.

»A comunidade internacional observa, condena, mas hesita. Os Estados Unidos protegem Israel de sanções na ONU. A Europa debate-se entre a culpa histórica e o cálculo geopolítico. É neste contexto que a decisão de Emmanuel Macron de reconhecer formalmente o Estado da Palestina, em Setembro, adquire um significado maior. A França torna-se o primeiro país do G7 a assumir que a única saída possível para este ciclo de destruição é a solução dos dois Estados - e que continuar a tratar os palestinianos como um povo sem direitos nem futuro é prolongar o ciclo do ódio e semear um futuro de novos radicais e novos massacres.

»É, acima de tudo, um apelo à consciência internacional. Porque nenhuma democracia se pode construir sobre a miséria absoluta de outro povo. E porque o Ocidente, que tantas vezes invoca o passado para justificar o presente, não pode ignorar que também o Holocausto começou com a desumanização gradual de um povo tornado invisível.

»Primo Levi escreveu que, nos campos de extermínio, a primeira morte era a da linguagem: quando já não se encontravam palavras parа nomear a destruição de um homem. Gaza é hoje a imagem vívida desse abismo moral. O que está em causa não é apenas a segurança de Israel nem o destino da Palestina. É a decência de todos nós.»

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P.S. - Pedi a um 'chatbot', o "ChatOpen", que me criasse uma imagem que ilustrasse o primeiro parágrafo do editorial. Porquê a este? Porque há pouco mais de um mês, sem saber como, pensando que estava a pagar uma coisa, paguei outra, e o ChatOpen papou-me uma inscrição anual de 100 euros. Ora bem, agora o ChatOpen recusou-se a criar a imagem! Disse que «Your prompt may contain text that is not allowed by our safety system.» É a censura — Paga por nós! — do Grande Irmão! É um desafio para a Liberdade de Expressão e a Defesa dos Direitos Humanos.

quinta-feira, julho 24, 2025

#TOLERÂNCIA207 - INTOLERÂNCIA, DAS PALAVRAS À ACÇÃO

 #TOLERÂNCIA207 - INTOLERÂNCIA, DAS PALAVRAS À ACÇÃO

O que está a acontecer na Faixa de Gaza, em razão do que Israel (o Estado de Israel, não estou a falar dos judeus, não me venham com a acusação de antissemitismo) tem mantido de destruição e morte, desafia-nos a todos, nas palavras que dizemos e nas acções que praticamos.

Nunca como agora os líderes políticos europeus negaram a identidade histórica dos Direitos Humanos e dos Valores da Paz e da Solidariedade da União Europeia. É intolerante o comportamento do Estado de Israel; e é intolerante o comportamento da União Europeia e dos seus membros. O Reino Unido envergonha a Magna Carta e os Estados Unidos da América os princípios constitucionais fundadores.

Reconheço que o protesto e as manifestações dos cidadãos, em todo o mundo, têm sido muitos, mas sem qualquer sucesso prático, têm sido, em geral, bem educadinhos. Daquele jeito que os Governos gostam para mostrarem que garantem a liberdade de expressão.

Há uma banda desenhada da Mafalda em que a mãe lhe diz que vai à lavandaria e pede à Mafalda que tome conta do bebé por um minuto. A Mafalda anui com um simples «Claro.» A seguir, chega-se ao bebé e, marota, tira a chupeta da boca ao bebé. Resultado: o bebé rompe num berreiro de mil decibéis, a Mafalda entra em pânico, volta a pôr a chupeta na boca do bebé, o bebé sossega. Desabafa a Mafalda: «Se os povos soubessem usar os pulmões como tu, os ditadores iriam ver como é que elas lhes mordiam!»

Pois é, os cidadãos ainda não berraram o suficiente. Fazes falta, Quino... Fazes muita falta! Para nos pores ao espelho e tomarmos consciência das nossas contradições. Dos ditadores e dos (des)governantes do Mundo já não vale a pena falar.

No Público de hoje, Manuel Serrano, que é apresentado como analista de assuntos europeus, políticа
internacional e processos eleitorais, diz que «O silêncio europeu sobre Gaza não é apenas ensurdecedor - é uma humilhação que nos compromete, um olhar para o outro lado intolerável.
Comparativamente, fomos rápidos a levantar a voz contra Moscovo, firmes a condenar, ágeis a sancionar, apesar de Orbán e Fico. Porém, diante de Telavive, tornámo-nos hesitantes. Este é o sintoma de um contágio moral que já não conseguimos disfarçar: o continente que se orgulha dos seus princípios universais aplica-os consoante o rosto do agressor ou o interesse do momento. Dois pesos, duas medidas. Dois códigos que não se anulam, mas se acumulam, fragilizando-nos, porque cada incoerência deixa uma cicatriz que nenhum discurso consegue apagar.
Mais do que uma omissão, a Europa assiste ao avanço de um projeto que redefine, sem pudor, a barbárie no século XXI. A "cidade humanitária" - expressão cínica do ministro da Defesa israelita para designar a construção sobre as ruínas de Rafah - não passa de um eufemismo para um campo de concentração.
São palavras do próprio Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro israelita, que não hesita em dar-lhe nome: uma prisão em grande escala, uma limpeza étnica disfarçada de política. Forçar a população palestiniana a viver enclausurada, proibida de sair - salvo para um exílio forçado - é um crime que não admite desculpas.»

12 páginas mais à frente, no mesmo jornal, Rita Siza escreve assim de Bruxelas: «Os termos do acordo que a chefe da diplomacia europeia fechou com o Governo de Israel para um reforço significativo da ajuda humanitária à população da Faixa de Gaza não foram tornados públicos, mas, num ponto de informação aos Estados--membros da União Europeia, ontem, os serviços dirigidos por Kaja Kallas admitiram que "os números estão muito abaixo" das metas estabelecidas, e "são muito inadequados" para responder a uma situação que a cada dia se torna mais "intolerável".»

É outra vez o desafio que leva das palavras à acção: que fazem os líderes da União Europeia perante o que se torna a cada dia mais intolerável? Repito: os que eles fazem envergonham os Valores Europeus.

E nós — profissionais do Ensino, da Educação, da Acção Social, da Psicologia Comunitária — que fazemos? Quando as Mafaldas, os Guis, os Filipes, as Liberdades, os Manelitos, as Susanitas e os Miguelitos vierem ter connosco e nos pedirem respostas para as suas acutilantes perguntas e reflexões, que lhes vamos dizer? Vamos também envergonhar a riquíssima tradição pedagógica de tantos Mestres e Mestras que povoam a História Europeia desde que a reconhecemos na Antiguidade Clássica?

Que Pedagogia pedem estas realidades nas aulas de Educação para a Cidadania?

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