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segunda-feira, junho 16, 2025

#TOLERÂNCIA169 - A TOLERÂNCIA NA AVALIAÇÃO ESCOLAR

 #TOLERÂNCIA169 - A TOLERÂNCIA NA AVALIAÇÃO ESCOLAR

Estou a concluir a minha última acção de formação obrigatória para professores. Estou à beira de me reformar, mas ainda posso subir 1 escalão na carreira, e a subida está dependente da frequência com aproveitamento desta acção de formação.

O tema da acção de formação é a avaliação dos alunos. Hoje, terminadas as obrigações escolares, pus-me a preparar a minha participação na sessão de formação de amanhã (a última sessão síncrona) e lembrei-me de me meter à conversa com o ChatGPT acerca, precisamente, da avaliação e da Tolerância. A questão-gatilho foi a seguinte: «Avaliação dos alunos. Do ponto de vista da avaliação quantitativa, o que é ser tolerante na avaliação dos alunos? Responde em português de Portugal.»

O ChatGPT respondeu-me assim:

Claro!
Do ponto de vista da avaliação quantitativa, ser tolerante na avaliação dos alunos pode significar algumas coisas, sempre com o objectivo de garantir justiça, humanidade e compreensão do percurso individual de cada aluno, sem abdicar dos critérios de rigor. Em português de Portugal, podemos descrever assim:
1) Considerar margens de erro: admitir que um aluno pode, ocasionalmente, cometer pequenos deslizes que não reflectem necessariamente o seu real nível de conhecimento ou competências. Por exemplo,

não penalizar excessivamente por um erro isolado, desde que o essencial esteja correcto.
2) Atenuar o peso de avaliações pontuais: evitar que uma única má nota tenha um impacto desproporcionado na classificação final. A média ponderada de vários instrumentos de avaliação pode ser uma forma de praticar essa tolerância.
3) Reconhecer progressos e melhorias: dar algum peso ao progresso demonstrado ao longo do tempo. Se um aluno evidencia melhorias consistentes, a avaliação quantitativa pode reflectir essa evolução, mesmo que nem todos os resultados sejam elevados.
4) Flexibilizar critérios em situações justificadas: em casos de dificuldades pontuais devidamente fundamentadas (problemas de saúde, dificuldades pessoais, etc.), o professor pode ajustar o peso de determinadas avaliações ou permitir avaliações de recuperação.
5) Evitar avaliações “cegas” ou excessivamente mecânicas: ser tolerante implica ter em conta o contexto e não aplicar os critérios de forma inflexível, sempre dentro dos limites definidos pelas normas da escola ou instituição.

Resumindo:
Na avaliação quantitativa, ser tolerante é aplicar os critérios com justiça, ponderação e bom senso, reconhecendo o percurso e as circunstâncias dos alunos, sem perder o rigor, mas evitando rigidez excessiva.
Se quiseres, posso também dar exemplos concretos — por exemplo, numa prova escrita, num trabalho de grupo, ou em exames nacionais. Queres?

Eu quis, e fomos por ali fora. O ChatGPT construiu-me anúncios, tabelas, memorandos, listas, guias para professores...

Para aqui trago apenas algumas frases interessantes, que vou escrever por ordem cronológica de irem aparecendo nas respostas do 'chatbot':

a) «Tolerância não significa "dar a nota", mas sim aplicar o bom senso pedagógico na análise quantitativa dos resultados, com justiça e equilíbrio.»
b) «Se a tolerância for tão grande que se abdica dos critérios definidos (competências, conhecimentos, qualidade exigida), o resultado deixa de reflectir o verdadeiro nível do aluno.»
c) «Se o aluno é sempre beneficiado por uma avaliação demasiado tolerante, pode criar a ilusão de que está preparado, quando na verdade não está.»
d) «A Tolerância excessiva aplicada de forma desigual pode ser percepcionada como injusta por outros alunos.»
e) «Se um professor ou uma escola são sistematicamente demasiado permissivos, a credibilidade das classificações fica comprometida.»
f) «A exigência é também uma forma de respeitar o potencial dos alunos. Uma avaliação tolerante demais pode impedir o aluno de ser desafiado a melhorar.»

A certa altura pedi ao ChatGPT: «Sim, mostra como articular tolerância e rigor (estratégias práticas para o professor).»

g) «Explicar aos alunos o que se espera em cada avaliação: conteúdos, competências, qualidade de resposta. E distinguir o que é essencial (que não pode falhar) do que é acessório (onde se pode ser mais flexível).»
h) «Sempre que se aplica alguma tolerância, explicar ao aluno: o que foi valorizado; o que poderia ter sido melhor; o que deverá melhorar no futuro. Isto evita que o aluno confunda tolerância com ausência de exigência.»
i) «Ter consciência da distinção entre Tolerância sem rigor, rigor sem Tolerância e Tolerância com rigor.»
j) «A aplicação da tolerância não significa ser "simpático", mas sim ser pedagogicamente inteligente. Sempre ao serviço da aprendizagem duradoura e significativa.»
k) Finalmente diz que «A avaliação serve o processo de aprendizagem, não apenas a classificação. Tolerância não é facilitismo: é ponderação pedagógica. Rigor não é rigidez: é aplicação de critérios claros e consistentes.»
l) Para acabar mesmo, diz: «Aplicar tolerância sistemática: desvirtua o rigor. Ser excessivamente rígido: bloqueia o desenvolvimento. Não comunicar aos alunos o porquê das decisões: gera confusão e desmotivação. Mensagem final: o verdadeiro equilíbrio entre tolerância e rigor respeita o aluno, a aprendizagem e a seriedade do sistema educativo. Ser justo não é dar, é ajudar a conquistar.»

Um dos grandes desafios dos sistemas escolares (especialmente do nosso) é ser capaz de libertar os professores e os alunos do papão das avaliações, para que eles se possam dedicar mais plenamente ao que mais interessa, os motiva e os satisfaz: aos professores, é ensinar; aos alunos, é aprender.

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domingo, julho 18, 2021

UM DESAFIO PARA A ESCOLA DO SÉCULO XXI?

 UM DESAFIO PARA A ESCOLA DO SÉCULO XXI?

Agora tem sido tempo de olhar, nos trabalhos dos alunos, o que pode ser sugestivo de melhoramento da abordagem pedagógica da aprendizagem no próximo ano lectivo.

Num trabalho, na versão finalíssima, um aluno (12.º ano) escreve:

“Eu sei que este trabalho será alvo de uma avaliação e, normalmente, isso assusta-me bastante. Sou alguém bastante perfeccionista e gosto de obter as melhores classificações possíveis.

Porém, honestamente, não me importa minimamente a classificação que poderei ter neste trabalho.

A minha missão foi cumprida, e a minha recompensa... Bom, essa eu já recebi e carregarei para o resto da minha vida comigo: uma amizade com o sujeito monográfico que jamais as palavras poderão descrever.”

Pouco antes, o aluno tinha escrito assim:

“Hoje sei, com toda a certeza, que este trabalho foi o que mais me desafiou. Passei por muitas fases: uma vontade enorme de o começar, um cansaço e uma ponta de desmotivação e, por fim, quando escrevo estas palavras, passo pela última fase — encontro dentro de mim um sentimento de objectivo cumprido”.

Sim, na escola do século XXI as aprendizagens nas escolas podem ser profundamente significativas, contribuindo poderosamente para o desenvolvimento pessoal dos alunos.

Libertem as grandes disciplinas de exame — o Português, a Matemática, a História, etc. — do conservadorismo avaliativo, cerceador, que nivela pela convergência normativa redutora e atrofia a divergência criativa e auto-realizadora.

É verdade, não me rio dos fantasiosos arautos burocratas do ensino para o Século XXI; pior, lamento-os.

Os jovens estudantes são, em geral, como as plantas: mesmo nos mais inóspitos ambientes, assim que tenham o tempo minimamente necessário para a sua oportunidade criativamente realizadora, aproveitam-na.

Reparem como o aluno suplantou o férreo condicionamento dos ‘rankings’ entre alunos e entre escolas: a nota não lhe interessa, interessa é o desafio que lhe foi lançado e sente que venceu com as suas capacidades; e fez uma profunda amizade, para o resto da sua vida.

É, deste modo, ir além até do grande repto de Jean Piaget, quando se apropriou do que ele próprio tinha ouvido: “Tudo o que se ensina à criança é um obstáculo à sua capacidade de descobrir e inventar”.

Piaget quis estudar a inteligência sem o afecto. Este aluno mostra que inteligência e afecto não são opostos, pelo contrário.

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P.S. - Para os descrentes, que desqualificam tudo o que podem, digo que não, não é caso único. Tenho mais casos assim.