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terça-feira, julho 22, 2025

#TOLERÂNCIA205 - O RISO, COMPREENSÃO E TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA205 - O RISO, COMPREENSÃO E TOLERÂNCIA

Como já por aqui fui dizendo, leio, estudo muito sobre o sono, comportamento biológico tão importante que ocupa cerca de um terço da vida dos seres humanos.

O desenvolvimento das sociedades têm dificultado a relação do Homem com o sono. Os abusos na redução do tempo do sono criam riscos tremendos para a nossa saúde física e mental.

Volto a um livro de que já por aqui falei, a sua leitura tem sido atropelada por outros livros que circunstancialmente tenho considerado prioritários, até mesmo outros livros sobre o sono.

Na transcrição que vou fazer, a perturbação do sono junta a narcolepsia a a cataplexia. São essencialmente 3 falas diante do médico (o autor do livro), um casal cujo relacionamento entre si e o ambiente social de bem-estar que criavam à sua volta era por muitos reconhecido como exemplar e único.

Repare-se como os nossos comportamentos podem promover a Tolerância. Repare-se na essência saudável do comportamento do riso. Estão em jogo a empatia, a compreensão, a tolerância e o respeito. E não preciso de dizer mais nada. Vamos ao texto:

«[...] Para ambos [Phil, o doente, e Kim, a mulher] , as atitudes de outros acrescentam o insulto aos danos [Está a falar dos efeitos da catalepxia]. «É uma doença invisível. Para as outras pessoas, o Phil parece estar bem e ser normal», diz a Kim.

«As pessoas não compreendem de todo a doença. Também nos debatemos com isso. O Phil, que Deus o abençoe, tem de se explicar um milhão de vezes a certas pessoas de cada vez que as vê, porque elas continuam sem perceber. Não me parece que as pessoas sejam sensíveis à pressão e à tensão que isto

exerce sobre nós como unidade familiar, como casal, como alguém que tem de lidar com a doença. Nem a quanto mais esforço e energia são necessários para aguentar tudo e prosseguir com a vida, com o trabalho, os filhos, a família e os amigos.»

Ela continua:

«As pessoas ainda acham que é muito engraçado. Vamos a um evento ou algo do tipo dos espectáculos dos nossos filhos na escola, e em seguida alguém pode fazer uma piada como: «O Phil conseguiu ficar acordado?» Interrogo-me: «Porque é que acham que tem graça? Aquilo será sequer uma pergunta? Como é que vos passou pela cabeça perguntar isso? Se o Phil tivesse cancro, perguntavam "O Phil sentiu-se mesmo doente durante o espectáculo?" Não perguntavam! Então, não perguntem. Não tem graça.»

Penso que a ira da Kim deriva de um desejo de proteger o Phil. Ele é um pouco mais tolerante. «Não me importo de me rir do assunto. Penso que se eles compreenderem do que se trata, podemos rir-nos todos. Porém, se não se percebe e se é ignorante, não acho que tenha piada alguma.»(1)

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(1) Guy Leschziner, "O Cérebro Nocturno - pesadelos, neurociência e o mundo secreto do sono", 20|20 Editora (2020 Vogais), 2020

sexta-feira, julho 04, 2025

#TOLERÂNCIA187 - A TOLERÂNCIA E O SONO

 #TOLERÂNCIA187 - A TOLERÂNCIA E O SONO

Este escrito devia fazer parte dum conjunto de escritos acerca da Tolerância da pessoa consigo própria, com as suas características, as suas idiossincrasias, as suas fraquezas, forças, defeitos e virtudes.

Continuo a ler o muito interessante e animado livro "Dormir Bem, para viver melhor - tudo o que precisa de saber para ter noites tranquilas e dias felizes", de W. Chris Winter (que é apresentado na capa como neurologista e especialista mundial do sono).

Um dos capítulos onde se joga provavelmente um dos maiores desafios à tolerância duma pessoa

consigo própria é o sono, os seus problemas, as suas perturbações. A principal perturbação é a insónia, e é cada vez maior o número de pessoas que diz que sofre de insónias, tem dificuldade em dormir ou em adormecer, dizem mesmo que não dormem absolutamente nada.

Na primeira metade do livro, o autor esforça-se por mostrar que toda a gente dorme. Sim, compreende e aceita que muitos dos que se queixam não dormem como gostariam, que dormem pouco, ou que o sono não é retemperador. Mas toda a gente dorme!

Se quase podemos dizer "A cada um a sua insónia", o que ressalta da leitura da primeira metade do livro é a ideia de que cada pessoa deve fazer um esforço activo para se conhecer melhor nas suas características pessoais e não procurar visar modelos ideais disto ou daquilo (um corpo esbelto ou forte; alegrias e prazeres constantes; saúde e harmonia interior sem abalos; etc.).

Diz o autor, definindo limites muito amplos (que podem ser, por exemplo, a pessoa sentir-se insatisfeita com a qualidade do seu sono duas ou três vezes por semana durante um período superior a três meses; ou dificuldades a dormir uma vez por mês) que a insatisfação ou a dificuldade acontecerem mais do que aquilo que gostamos ou conseguimos tolerar, estamos, nesse caso, a meio caminho de ter insónias. Daí que, precisamente, o melhor conhecimento das características pessoais de cada um e a capacidade para aceitar as perturbações do sono e para tolerar que elas aconteçam podem ser o primeiro passo para a solução da insónia. A tolerância reduz a ansiedade, que, com o tempo, aumenta porque se começa a sofrer por antecipação. E maior ansiedade, maior risco de insónia, é o círculo vicioso.

Não ter informação adequada — São muitas, mesmo muitas, as percepções inadequadas, as ideias feitas e preconcebidas acerca do sono e das insónias! —, e marcadas pelo chamado viés da confirmação (a gente procura, só dá atenção ao que possa confirmar o que convictamente pensa, não interessa se bem ou mal informadamente) é meio caminho andado para sofrer de insónias... sem necessidade! Escreve o autor:

«Para alguns doentes que sofrem de insónia, é quase como se as boas noites de sono nunca acontecessem. Com pessoas que têm um sono saudável acontece o contrário. Prestam pouca ou nenhuma atenção às ocasionais noites mal dormidas.»

Escreve Chris Winter a seguir: «Creio que algumas pessoas podem sofrer desta percepção inadequada porque consideram intoleravelmente frustrante a dificuldade que sentem em adormecer.»

É, pois, o sono um campo do comportamento e da vivência individual de cada um aberto ao treino da Tolerância da pessoa consigo própria, em que se aprende, aos poucos, a olhar, enfrentar e aceitar as indesejadas imperfeições, as que se recusam ver ao espelho da casa-de-banho; e mais, ao espelho mental, interior e privado, da auto-imagem e da auto-estima que cada um cultiva de si para si próprio.

Não será que, aceitando-nos mais apaziguadamente no que somos na realidade, consequentemente toleraremos também mais os outros na realidade que eles são?

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sexta-feira, junho 25, 2021

NASCER-DO-SOL: DORMIR E ACORDAR, O CORPO E A ALMA

 DORMIR E ACORDAR, O CORPO E A ALMA


Não sei se sabes, o famoso antropólogo George Frazer escreveu que entre os povos primitivos, em geral, havia a crença de que não se devia acordar quem estivesse a dormir, porque pensavam que, durante o sono, a alma saía do corpo e, forçando o despertar, pudesse não ter tempo de voltar ao corpo. Se isso acontecesse, a pessoa acordada ficaria sem alma e cairia doente.

Mesmo que a crença esteja errada, o que é curioso é que os modernos cientistas do sono dizem a mesma coisa: o despertar do sono deve ser sempre natural, espontâneo. Forçar repetidamente o acordar não é nada amigo da saúde.

É por isso, Fernandinho, que eu tento aparecer sempre de mansinho...