#TOLERÂNCIA205 - O RISO, COMPREENSÃO E TOLERÂNCIA
Como já por aqui fui dizendo, leio, estudo muito sobre o sono, comportamento biológico tão importante que ocupa cerca de um terço da vida dos seres humanos.
O desenvolvimento das sociedades têm dificultado a relação do Homem com o sono. Os abusos na redução do tempo do sono criam riscos tremendos para a nossa saúde física e mental.
Volto a um livro de que já por aqui falei, a sua leitura tem sido atropelada por outros livros que circunstancialmente tenho considerado prioritários, até mesmo outros livros sobre o sono.
Na transcrição que vou fazer, a perturbação do sono junta a narcolepsia a a cataplexia. São essencialmente 3 falas diante do médico (o autor do livro), um casal cujo relacionamento entre si e o ambiente social de bem-estar que criavam à sua volta era por muitos reconhecido como exemplar e único.
Repare-se como os nossos comportamentos podem promover a Tolerância. Repare-se na essência saudável do comportamento do riso. Estão em jogo a empatia, a compreensão, a tolerância e o respeito. E não preciso de dizer mais nada. Vamos ao texto:
«[...] Para ambos [Phil, o doente, e Kim, a mulher] , as atitudes de outros acrescentam o insulto aos danos [Está a falar dos efeitos da catalepxia]. «É uma doença invisível. Para as outras pessoas, o Phil parece estar bem e ser normal», diz a Kim.
«As pessoas não compreendem de todo a doença. Também nos debatemos com isso. O Phil, que Deus o abençoe, tem de se explicar um milhão de vezes a certas pessoas de cada vez que as vê, porque elas continuam sem perceber. Não me parece que as pessoas sejam sensíveis à pressão e à tensão que isto
exerce sobre nós como unidade familiar, como casal, como alguém que tem de lidar com a doença. Nem a quanto mais esforço e energia são necessários para aguentar tudo e prosseguir com a vida, com o trabalho, os filhos, a família e os amigos.»Ela continua:
«As pessoas ainda acham que é muito engraçado. Vamos a um evento ou algo do tipo dos espectáculos dos nossos filhos na escola, e em seguida alguém pode fazer uma piada como: «O Phil conseguiu ficar acordado?» Interrogo-me: «Porque é que acham que tem graça? Aquilo será sequer uma pergunta? Como é que vos passou pela cabeça perguntar isso? Se o Phil tivesse cancro, perguntavam "O Phil sentiu-se mesmo doente durante o espectáculo?" Não perguntavam! Então, não perguntem. Não tem graça.»
Penso que a ira da Kim deriva de um desejo de proteger o Phil. Ele é um pouco mais tolerante. «Não me importo de me rir do assunto. Penso que se eles compreenderem do que se trata, podemos rir-nos todos. Porém, se não se percebe e se é ignorante, não acho que tenha piada alguma.»(1)
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(1) Guy Leschziner, "O Cérebro Nocturno - pesadelos, neurociência e o mundo secreto do sono", 20|20 Editora (2020 Vogais), 2020
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