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segunda-feira, setembro 15, 2025

#TOLERÂNCIA260 - CRISE DE VALORES, CRISE DE IDEAIS, CRISE DE LIDERANÇAS

 #TOLERÂNCIA260 - CRISE DE VALORES, CRISE DE IDEAIS, CRISE DE LIDERANÇAS

Pergunta clássica: é uma crise, ou são várias crises? Por mim, penso que é mais útil pensar-se em várias crises que concorrem para o que se vulgarizou designar como "Tempestade Perfeita". E não são apenas as 3 crises do título deste apontamento.

Acredito em coincidências, em coincidências casuais — eu diria serem precisamente o oposto da Tempestade Perfeita. É uma coincidência eu estar a ler — finalmente arranjei tempo e sentido de prioridade suficientemente forte para o fazer — o monumental Diário da fascinante psicanalista russa Sabina Spielrein, que foi poderosa inspiradora de Sigmund Freud e Carl Jung em conceitos centrais da teorização dum e doutro. Também esteve muito próxima de Eugen Bleuler; e trabalhou com muita proximidade com Edouard Claparède.

O livro tem o título "The Untold Story of Sabina Spielrein: Healed & Haunted by Love - unpublished Russian Diary and Letters" (A História Não Contada de Sabina Spielrein: Curada e Assombrada pelo Amor - Diário Russo e Cartas Inéditos), sendo os textos traduzidos pelo psicanalista Henry Zvi Lothane (que tenho o prazer e a honra de conhecer), com a colaboração de Vladimir Shpilrain (sobrinho-neto de Sabina Spielrein). Um dos conceitos centrais das ideias teóricas e clínicas rodam à volta dos impulsos de destruição que são inerentes a qualquer processo de criação e de transformação.

Ora o que parece estar à vista de todos nas diversas crises que vamos observando é precisamente a destruição (transformação violenta, radical) e não a reforma (a transformação não-violenta e não radical). Talvez se mais protagonistas-líderes tivessem a cultura da Tolerância as coisas corressem melhor, as crises seriam bem mais pequenas e, se calhar, muitos dos problemas se resolveriam.

Quando tenho oportunidade, gosto de fazer um 'zapping' a ver nos jornais diários o que se diz a cerca da Tolerância. Há dias (mais do que eu desejaria) em que nem uma única referência aparece. Hoje,

excepcionalmente no "The Times", aparece 10 (!!!) vezes. Eis a lista dos títulos das notícias, por ordem de aparecimento a partir da 1.ª página:

- "Starmer: Não vamos permitir que a bandeira se torne um símbolo de violência"
- "Ministério da Defesa britânico exclui todos os israelitas da Academia de Defesa por causa de Gaza"
- "Controvérsia racial rural no meio de temores de uma intolerância crescente"
- "Domina, Britânia!"
- "Autonomia na morte"
- " 'Media' associais: As plataformas online podem unir os oprimidos contra a ditadura e reforçar a democracia. Mas também podem minar a verdade, os valores e a tolerância nas sociedades ocidentais"
- "Serviço de Último Recurso: Apesar de o combate ao crime ser prioritário, a polícia não pode ignorar emergências de saúde."
- "Orçamento deve começar a aliviar o fardo das empresas ansiosas"
- "Guerras territoriais e mau comportamento no n.º 10 (e não são só os políticos): Brigas por território. Assédio sexual. Treino de higiene questionável. No seu papel de conselheiro de ministros do governo, Peter Cardwell testemunhou como os animais de estimação de Downing Street realmente se comportam à porta fechada."

Só o último título será para rir. O que nos leva à notícia que em si mesma fará o melhor resumo é a primeira, a que tem a ver com o actual 1.º-Ministro britânico. Eis uma parte dela (o autor é James Beal):

«Sir Keir Starmer afirmou que a Grã-Bretanha "nunca capitularia" perante aqueles que usam a sua bandeira como símbolo de violência, medo e divisão, na sequência de um comício organizado por Tommy Robinson [activista político britânico de extrema-direita].

»O primeiro-ministro condenou os ataques à polícia após 26 agentes terem ficado feridos, quatro dos quais em estado grave, durante a marcha "Unir o Reino" em Londres, que contou com a presença de cerca de 150.000 pessoas, no sábado. A Polícia Metropolitana efectuou 25 detenções durante o evento, incluindo por distúrbios violentos, enquanto milhares de pessoas inundavam a capital exibindo bandeiras da Cruz de São Jorge e Union Jack.

»Starmer, que anteriormente elogiara o "patriotismo" de quem exibe a bandeira de São Jorge, declarou ontem que o protesto pacífico é "fundamental para os valores do nosso país". No entanto, acrescentou: "Não toleraremos agressões a agentes policiais no exercício das suas funções, nem que pessoas se sintam intimidadas nas nossas ruas devido à sua origem ou cor de pele. A Grã-Bretanha é uma nação orgulhosamente construída sobre tolerância, diversidade e respeito."

»"A nossa bandeira representa o nosso país diverso e nunca a renderemos àqueles que a usam como símbolo de violência, medo e divisão."»

A Tolerância, enquanto atitude pessoal e ideal inspirador dos comportamentos de grupo, exige reflexão e ponderação. Nos movimentos dos grupos e movimentos, digamos, inorgânicos (apetece-me falar de Gustave Le Bon e da sua Psicologia das Massas...), a reflexão e a ponderação cedem lugar à necessidade de pertença e à aceitação acrítica do discurso dominante. É neste terreno que o radicalismo floresce, porque oferece símbolos simples, promessas absolutas e um sentido de unidade.

Mais uma vez, as estratégias pedagógicas da Educação apelam ao trabalho em pequenos grupos, lugares onde é mais fácil promover a reflexão e a ponderação.

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