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domingo, junho 01, 2025

#TOLERÂNCIA154 - ÀS VEZES, NÃO HÁ MESMO TEMPO

#TOLERÂNCIA154 - ÀS VEZES, NÃO HÁ MESMO TEMPO

Muitas vezes, a gente diz que não há tempo, que não teve tempo, que não sabe para onde se há-de virar... A gente diz que não tem mãos que cheguem para tudo.

Bem, em muitas dessas vezes, há tempo, a gente é que não sabe organizar-se, não põe foco nas coisas que faz e tudo se atropela, a gente desculpa-se, faz-se sofredora e foge de pensar de frente porque falha.

Às vezes, não há mesmo tempo. Foi o que me aconteceu ontem. E no que poderia ser a folga do dia a escolha entre não falhar o apontamento diário desta viagem e chegar-me à despedida dum amigo colega de faculdade e abraçar os seus familiares, dizia eu, essa escolha não teve qualquer hesitação.

Que a gente não se desgaste com as desculpas da falta de tempo. Que a gente seja tolerante com os nossos próprios excessos e angústias menores, que só nas nossas cabeças irrealisticamente se agigantam.

O Jorge pode ainda há pouco tempo celebrar o seu aniversário como gostava muito de fazer, rodeado de familiares e amigos, num local de que ele tanto gostava. Que bom ele ter tido essa oportunidade!

Pronto. O que ontem não foi escrito da viagem da Tolerância fica hoje assim rematado.

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sábado, março 29, 2025

#TOLERÂNCIA90 - BRINCAR COM A TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA90 - BRINCAR COM A TOLERÂNCIA

É sábado, o dia foi levezinho, o pior é mesmo a expectativa de a noite que vem ter menos uma hora. Cá está, é uma situação que tenho de tolerar, mas não me resigno a aceitar.

Encontrei uma piada que me parece que se harmoniza muito bem com a minha vontade de que a hora não mudasse. Na verdade, é uma charada divertida:
— Porque é que o relógio preguiçoso é o mestre da tolerância?
— Como anda devagar, dá um minuto extra a toda a gente.

Gostei também de ler esta:
O tempo perguntou à tolerância: «Como é que consegues aguentar tudo?»
A tolerância respondeu: «Porque sei que um dia tu resolves tudo.»

Esta tem a ver com o texto de ontem (#TOLERÂNCIA89):
Um aluno perguntou ao professor de meditação:
— Mestre, como faço para tolerar pessoas chatas?
O mestre ligou um cronómetro e disse ao aluno:
— Comece contando até 60. Depois, repita toda a vida.

Agora esta é especialmente fina e discreta:
O tempo e a tolerância foram ao cinema. A tolerância sentou-se e relaxou. O tempo passou.

Para acabar, que hoje temos de ir mais cedo para a cama:
A paciência e o tempo fizeram um concurso para ver quem resistia mais. A paciência venceu. O tempo nem notou.

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domingo, fevereiro 23, 2025

#TOLERÂNCIA 56 - A TOLERÂNCIA E O TEMPO

 #TOLERÂNCIA 56 - A TOLERÂNCIA E O TEMPO

Nas aulas em que pedi aos alunos que realizassem a tarefa do "Perfil da Tolerância", houve duas coisas a que fui especialmente sensível, e que estão para além dos perfis finais obtidos por triagem sucessiva em cada uma das turmas.

Uma delas foi a escolha da "Paciência". Foi, em geral, a primeira escolha logo na primeira parte da tarefe, em que não estava ainda nada apurado, em que cada aluno abordava a tarefa sem conhecer fosse o que fosse dos seus colegas. Nessa altura, a escolha da Paciência chegou a ser esmagadora em algumas das turmas. Foram depois as triagem seguintes que modularam a escolha da Paciência, conhecidos que ficaram os pensamentos e as opiniões dos colegas da turma.

Sim, a Paciência é mesmo a primeira coisa que salta à cabeça quando se fala em Tolerância, como que a dizer: «Para se conseguir ser tolerante é preciso ter muita paciência.» Parece uma coisa quase instintiva; parece e deve ser mesmo assim, terei de aprofundar este assunto. Fá-lo-ei, sim, lá mais para a frente.

A outra coisa que me tocou especialmente foi a escolha do Tempo, das Horas, da Pressa e da Pausa. A escolha e os comentários e desabafos que a propósito ouvi nas várias turmas.

Pareceu-me que os alunos pedem que sejam tolerantes com eles... Quem é que eles querem que seja tolerantes com eles? Os pais, os professores, a sociedade. Parece que os jovens sentem que que todos querem que eles façam coisas depressa, mais depressa; que demorem menos Tempo; que não deixem passar as Horas; que não lhes dão pausas suficientes. Os jovens querem ir mais devagar...

É como se eles, alinhados com o Professor Agostinho da Silva — que dizia que o homem não nasceu para trabalhar, mas sim para desfrutar a vida —, estivessem a dizer aos mais velhos «Para quê tanta pressa? É preciso fazer sempre tudo a correr?»

É tentador dizer «Eles não querem é fazer nada... Quanto menos fizerem, melhor para eles, e até se puderem ter tudo já feito, melhor para eles...» Não, não é isso; ou, dito doutra maneira, não é só isso.

Eu tenho um fraquinho muito grande pelo Mestre, o Alberto Caeiro, que era (na concepção de Fernando Pessoa) pouco mais velho que os meus alunos. E tenho uma convicção muito pessoal da razão porque Fernando Pessoa "matou" o Mestre ainda com tão pouca idade (salvo erro, 26 anos): tinha medo de que ele desistisse de ser quem era e se rendesse ao conformismo da vida adulta em que a maioria das sociedades actuais desembocaram. É precisamente de Alberto Caeiro este pequeno poema:

"Eu queria ter o tempo e o sossego suficientes / Para não pensar em coisa nenhuma, / Para nem me sentir viver, / Para só saber de mim nos olhos dos outros, reflectido."

Sabe-se que Alberto Caeiro tinha a obsessão de ser só natureza tanto quanto possível, e que, ao pensar, o indivíduo imediatamente saía da sua natureza, deixava de poder desfrutar o que era na sua natureza corporal, animal, sensacionista. A percepção é a consciência das sensações, ele queria ser, ele queria ser-se, antes dessa consciência.

Penso que os jovens têm uma necessidade cada vez maior de se sentirem como são e no que são a partir da sua própria natureza; e penso que a vida que os crescidos organizam para eles é uma vida cada vez mais de horários impostos, seja para a escola, seja para os "tempos-livres". Sim, tempos livres entre aspas porque tendem a ser muito pouco livres.

«Se eu não tenho o tempo e o sossego suficientes, para não pensar em tanta coisa que querem que eu pense, que me impede de me sentir na minha natureza mais básica, anterior ao meu destino de cumprir, cumprir, cumprir, como é que eu posso saber o que sou, como é que eu posso entender o que querem de mim, como é que eu me harmonizo com quer coisas de mim? E eu quero que queiram coisas de mim! A sério que quero! Mas para isso, por favor, vamos mais devagar, deixem-me descobrir-me na minha natureza mais básica, mais antes de tudo o resto — o resto que pensa, que faz, que cria, constrói, sonha, erra, corrige; e envolve-se, sim, eu sei que, como dizia Ortega e Gasset, «Eu sou eu e a minha circunstância, e se não a salvo a ela, não me salvo a mim.» E os outros são a parte mais importante da minha circunstância.»

«Se eu sinto que não tenho de andar a correr atrás do tempo, fico menos ansioso, fico menos irritadiço, fico menos impaciente [aqui está a Paciência!]. É fico mais tolerante e dialogante. Vamos experimentar? Vá, por favor!»

Não é por acaso que tantos professores, hoje em dia, pedem programas escolares menos extensos, com menos conteúdos, mas mais aprofundamento nalguns deles.

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