#TOLERÂNCIA195 - "EDUCAÇÃO PARA A TOLERÂNCIA": 1.ª APRESENTAÇÃO PÚBLICA INTERNACIONAL
Hoje, em Mação, no III Encontro Internacional de Solidariedade Intergeracional (Educação e Saúde, Valores de Transmissão Intergeracional), fiz parte do painel "Humanidade", que foi presidido pelo senhor Bastonário da Ordem dos Médicos, o dr. Carlos Cortes. Os comentários estiveram a cargo de Aimé Charles-Nicolas, o muito conceituado Professor de Medicina, Psicologia Médica e Psiquiatria na Faculdade de Medicina das Antilhas-Guiana, francês nascido na Martinica; presidente da Association FIRST CARAÏBES; e que foi agraciado com a Legião de Honra francesa em 2008.
Partilhei muito honrosamente e com grande satisfação o painel com o notável Augusto Consoli, neuropsiquiatra infantil e presidente da Sociedade Italiana das Toxicodependências (Torino, Itália), que
apresentou uma comunicação com o título "Prolongation, quality of life and ‘humanization’ of medicine: the challenges of bioethics in the contemporary world" (Prolongamento, qualidade de vida e “humanização” da medicina: os desafios da bioética no mundo contemporâneo).Foi uma apresentação muito interessante, a convidar-nos a uma profunda reflexão, direi que com carácter obrigatório para quem se ocupa do cérebro, da mente, dos processos afectivos e cognitivos, da consciência, da capacidade de tomada de decisão; do livre-arbítrio e do valor da liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos.
A base da minha apresentação foi a apresentação que fiz anteontem, na Amora. Traduzi-a para francês e introduzi uns acertos tendo em conta as diferenças entre as duas audiências.
Procurei animar a apresentação pondo toda a audiência a fazer a primeira fase do método da triagem sucessiva, pedindo-lhes que associassem à tolerância conceitos que considerassem pertinentes, na tradicional lista de 6 palavras simples.
A audiência colaborou, parecia uma Babel de línguas, tive respostas em 7 línguas diferentes! Amanhã darei conta dos resultados que colectei.
O debate no final da apresentação foi muito participado, com questões pertinentes colocadas a ambos os elementos do painel.
No que à minha apresentação diz respeito, recebi comentários bastante elogiosos, que muito satisfeito me deixaram. Quanto às perguntas que me colocaram, destaco 3 delas:
1) A perversidade da tolerância assenta na presunção, inconsciente e não assumida, de que nós somos o centro e o outro é a periferia, logo a igualdade e a equidade estarão sempre condenadas ao fracasso. Respondi que, neste caso, a tarefa da Educação da Tolerância será a de promover a tomada de consciência e a aceitação de que, na verdade, nós não somos o centro. Somos periferia como o Sistema Solar, não obstante todo a sua grandeza e o seu brilho, é periferia da Via Láctea.
2) A questão da intolerância da intolerância, como enfrentá-la, o que fazer? Comecei por relembrar o Paradoxo da Tolerância de Karl Popper. Depois defendi que a Educação da Tolerância deve promover a liberdade de decisão, individual e de grupo; deve promover a coragem de dizer «Não!» e «Basta!» e libertar os indivíduos da dúvida, do receio e da auto-censura que recrimina o que parece ser uma imposição arbitrária pessoal, dictatorial, contrária ao respeito pelo Outro. «E se eu estiver errado?» Sim, pode acontecer, não posso é ficar bloqueado, infinitamente paralisado na acção enquanto a intolerância continua a acontecer.
3) Duas reflexões me foram propostas, uma que me sugere uma importância especial da Temperança sobre a Tolerância; a outra que considere a Celebração. Sim, comprometi-me a fazer essas reflexões, e delas darei testemunho aqui nesta saga. Sim, em breve visitarei esses lugares.
4) Abdelaziz Benharkat, sempre activo e vibrante, rematou a sessão afirmando bem convictamente: «Nul ne doit pas considérer l'autre comme un sauvage!» (Ninguém deve pensar no outro como um selvagem!) A sessão acabou quase em apoteose, mas não impediu que me viesse à consciência a elaborada sofisticação ideológica nazi que produziu a desumanização do Outro, os outros que foram vítimas da indústria de morte humano dos campos de concentração e extermínio da 2.ª Guerra Mundial.
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