Não, não me estou a preparar para a celebração dos 100 anos do "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, que foi publicado em 1932. Bem, não estou... ainda! Já não é a primeira vez que o procuro nesta viagem. Com uma pitadinha de bom-humor, direi que é um "regresso ao Admirável Mundo Novo".
Procurei aqui, procurei ali, tardei-me... Fiquei apertado de tempo.
Por isso, agora, à pressa, guardo apenas umas notas do que encontrei, ficam numa espécie de ficha de leitura, a marca de um lugar onde lá para a frente vou voltar.
"É uma obra distópica seminal que continua a intrigar e a provocar reflexões profundas sobre a sociedade, a liberdade individual, a tecnologia e o futuro da humanidade. Situada num mundo futurista, a narrativa apresenta uma sociedade onde o controlo totalitário, a manipulação genética e a busca pela felicidade superficial moldam a vida dos personagens." [no bloco-notas escrevo felicidade superficial
em maiúsculas]"A tese central desta análise é que a sociedade do "Admirável Mundo Novo" não apenas carece de tolerância, mas é fundamentalmente construída sobre a sua eliminação sistemática. Erigem-se os valores da estabilidade e da ordem à mais alta importância, enquanto a liberdade individual é suprimida em nome do bem-estar coletivo."
"O sistema distópico de Huxley atinge a sua "perfeição" ao erradicar a diversidade e a individualidade, tornando a tolerância um conceito obsoleto e, de facto, perigoso para a manutenção da ordem estabelecida. A ausência de tolerância em "Admirável Mundo Novo" não é um defeito acidental do sistema, mas sim uma característica intrínseca e desejada. Se a sociedade é "altamente controlada" e a "liberdade individual é suprimida em nome do bem-estar colectivo", e se o controlo totalitário e a manipulação genética visam uma "felicidade superficial", então a diversidade de pensamento, emoções e experiências é activamente erradicada através do condicionamento e do 'Soma'. O 'Soma', que droga!"
"A tolerância, pela sua própria natureza, pressupõe a existência de algo "diferente" ou "desagradável" que precisa ser suportado. Ao eliminar a fonte de discórdia e diferença, a sociedade de Huxley remove a própria necessidade de tolerância, transformando-a numa virtude inútil, ou mesmo num vício, que poderia desestabilizar a "perfeição" artificialmente construída. O sistema é, portanto, uma manifestação extrema de intolerância à complexidade e à variação humanas."
No bloco-notas sublinho: "O sistema é, portanto, uma manifestação extrema de intolerância à complexidade e à variação humanas."
"Há uma aparente tolerância para com as "liberdades", mas estas são, na verdade, ferramentas de controlo. [sublinho 'liberdades' e 'ferramentas de controlo'] Permite-se que as pessoas se entreguem a prazeres superficiais precisamente para que não questionem a estrutura social ou busquem a liberdade individual.
Tenho mesmo de aqui voltar! Deixa-me tomar bem nota das coordenadas deste lugar.
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