#TOLERÂNCIA209 - SER TOLERANTE É SER CIDADÃO ACTIVO
Muitas vezes, por mais que a gente pense que a nossa voz é muito importante e deve ser ouvida, o melhor que há a fazer é unir a nossa voz a outros, à escrita dos outros. É o que agora faço. Juntos, a nossa voz pode chegar mais longe. Temos de saber não tolerar mais e passar à acção que o mostre, que pare o que é preciso parar.
Em Gaza, a Tolerância nega a Humanidade, a Solidariedade, o Respeito, a Empatia, os Valores, a Democracia, os Ideais de um mundo melhor, amigos da Diversidade dos Povos e das Culturas Humanas.
Tiago Luz Pedro escreveu assim hoje no editorial do Público:
«Há momentos em que a dignidade do mundo se mede pelo silêncio que se aceita. Gaza é, hojе, esse espelho intolerável: uma terra sitiada onde crianças morrem à fome, hospitais operam sem anestesia e a água potável é um luxo inalcançável. Não se trata de uma calamidade natural. Trata-se de uma
engenharia deliberada da escassez, em que a fome se tornou instrumento de guerra e a sobrevivência, um mero acaso estatístico.
»Nenhuma democracia digna desse nome pode pactuar com a punição colectiva de um povo inteiro. E, no entanto, é isso que se normaliza dia após dia em Gaza. Israel, com o argumento legítimo da autodefesa, ultrapassou há muito os limites da proporcionalidade. Usa o bloqueio como arma, compromete corredores humanitários, externaliza a distribuição da ajuda a actores privados e sem controlo. O resultado está à vista: crianças com corpos de pele e osso, mães que cavam valas comuns, civis que são alvos enquanto correm por um saco de arroz.
»Mais de cem pessoas morreram de fome em Gaza desde o início da guerra. Quase metade dessas mortes ocorreu só neste mês de Julho. Mais de mil civis foram mortos enquanto tentavam obter ajuda humanitária. Estima-se que 16% das crianças só na cidade de Gaza sofram de desnutrição aguda.
»A comunidade internacional observa, condena, mas hesita. Os Estados Unidos protegem Israel de sanções na ONU. A Europa debate-se entre a culpa histórica e o cálculo geopolítico. É neste contexto que a decisão de Emmanuel Macron de reconhecer formalmente o Estado da Palestina, em Setembro, adquire um significado maior. A França torna-se o primeiro país do G7 a assumir que a única saída possível para este ciclo de destruição é a solução dos dois Estados - e que continuar a tratar os palestinianos como um povo sem direitos nem futuro é prolongar o ciclo do ódio e semear um futuro de novos radicais e novos massacres.
»É, acima de tudo, um apelo à consciência internacional. Porque nenhuma democracia se pode construir sobre a miséria absoluta de outro povo. E porque o Ocidente, que tantas vezes invoca o passado para justificar o presente, não pode ignorar que também o Holocausto começou com a desumanização gradual de um povo tornado invisível.
»Primo Levi escreveu que, nos campos de extermínio, a primeira morte era a da linguagem: quando já não se encontravam palavras parа nomear a destruição de um homem. Gaza é hoje a imagem vívida desse abismo moral. O que está em causa não é apenas a segurança de Israel nem o destino da Palestina. É a decência de todos nós.»
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P.S. - Pedi a um 'chatbot', o "ChatOpen", que me criasse uma imagem que ilustrasse o primeiro parágrafo do editorial. Porquê a este? Porque há pouco mais de um mês, sem saber como, pensando que estava a pagar uma coisa, paguei outra, e o ChatOpen papou-me uma inscrição anual de 100 euros. Ora bem, agora o ChatOpen recusou-se a criar a imagem! Disse que «Your prompt may contain text that is not allowed by our safety system.» É a censura — Paga por nós! — do Grande Irmão! É um desafio para a Liberdade de Expressão e a Defesa dos Direitos Humanos.
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