#TOLERÂNCIA261 - AS MANIFESTAÇÕES-BOICOTE DA VOLTA À ESPANHA SÃO TOLERÁVEIS?
Imaginei os meus alunos de Psicologia, que sabem que eu ando sempre activo nos projectos do Parlamento dos Jovens, do Euroscola e das Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu; e que sou embaixador da Ética do Desporto, a perguntarem-me: «Ó 'stôr', o que tem a dizer dos boicotes aos finais da etapa na Volta a Espanha por causa do que está a acontecer aos Palestinianos em Gaza?» Pois, eu não poderia ficar calado.
Não ficando calado, e perante a complexidade da situação, o que seria melhor: dar directamente a minha opinião, ou devolver-lhes a pergunta? Se fosse preferível devolver-lhes a pergunta, como o deveria fazer: tal qual eles ma tenham feito, ou dar-lhe outra forma? (E, neste caso, que forma?)
Bem, a imaginação disparou logo a seguir: cidadãos, atletas, instituições, Estado... Liberdade de manifestação, respeito pela ordem estabelecida... Manifestação de cidadania legítima ou disruptiva... É possível haver uma participação cívica de protesto (de uma situação humanitária grave) ideal em que se respeitem tudo e todos, e não seja incómoda ou desconfortável?... Liberdade de expressão, limites
sociais e limites legais da expressão dessa liberdade... isto é um dilema, é um conflito, é uma contradição? É uma acção louvável ou é uma acção criticável?Pois, veio-me à cabeça o episódio dos narizes de palhaço no Parlamento Europeu, e aquela sessão do Euroscola, no dia 8 de Dezembro de 2016, em que Luis Martínez-Guillén, Chefe do Gabinete de Estrasburgo, quis impedir os alunos e os professores da Eça de Queirós de expressarem, num minuto, uma breve homenagem ao Palhaço de Alepo, o jovem animador social Anas al-Basha.
Imagino como questão central a tensão entre duas dimensões da participação cívica: o incentivo europeu à participação activa — a UE, com programas de juventude e cidadania, quer que os jovens deixem de ser meros espectadores e se envolvam em debates, iniciativas, manifestações, associações, etc., e, por outro lado, a reacção social e institucional às formas concretas de protesto. O que é tolerável e o que não é tolerável?
Passo ao papel e começo a esboçar um jogo ou exercício de debate... Os personagens, para já, podem ser os seguintes: 2 ou 3 jovens manifestantes; 1 membro da organização da Volta a Espanha; 2 ciclistas profissionais (1 espanhol e um de outro país); 2 ou 3 cidadãos espectadores; 1 representante do Parlamento Europeu (do programa Euroscola ou do programa Escola Embaixadora do Parlamento Europeu); 1 refugiado palestiniano; 1 moderador.
Teria sido possível um compromisso tolerante que satisfizesse muitas das partes, senão mesmo todas? Eu creio que sim. Mas vou revelar as minhas hipóteses, os meus trunfos, só mesmo depois do debate, depois de cada debate. Pode ser que os grupos cheguem a soluções de compromisso satisfatórias. No fundo, é isso que se deseja: a criatividade, a tolerância, o compromisso ao serviço do bem comum.
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