quinta-feira, dezembro 04, 2025

#TOLERÂNCIA340 - TOLERAR OU NÃO TOLERAR, EIS A QUESTÃO

 #TOLERÂNCIA340 - TOLERAR OU NÃO TOLERAR, EIS A QUESTÃO

As tradicionais revistas semanais das quintas-feiras, a Sábado e a Visão, falam ambas, na edição desta semana de Tolerância e Educação.

Na Sábado, num artigo de opinião, o escritor Gonçalo M. Tavares termina o texto que tem como título "A produção em massa de cabeças poderes" com o seguinte parágrafo: «Mas parece-me que, mais do que pensar num qualquer ataque cognitivo da China, devia pensar-se, sim, nos pais destas crianças, nos pais pouco atentos — porque felizmente há muitos que não entram nesta categoria. E talvez sejam, sim, os pais involuntariamente, e muitas vezes porque trabalham como doidos, demasiadas horas, que estão a fazer uma guerra cognitiva, e paradoxalmente, aqueles que mais amam, os filhos. Tolerando que eles passem horas diante de ecrãs apodrecendo o cérebro desde pequenino. Tudo é guerra, dizem alguns e talvez a guerra mais importante esteja a desenrolar-se nas cabeças das crianças.»

Gonçalo M. Tavares está a dizer que a educação dos pais está a falhar porque está a alimentar a tolerância negativa.

Na Visão, também num artigo de opinião, o advogado Ricardo Sardo expõe o seu pensamento acerca do que leu no dossier que a Visão apresentou na edição de 13 de novembro, "um dossier com algumas estatísticas dos crimes praticados em Portugal, as quais traduzem um fiel retrato do contexto criminológico e de violência do País. Em resumo, podemos concluir que, no total, os números
se têm mantido mais ou menos inalterados (apesar do aumento da população), não obstante certos tipos específicos de crime terem aumentado."

Escreve Ricardo Sardo que «Os jovens (mas também os adultos) vivem cada vez mais agarrados aos telemóveis e tablets, o que os leva a consumir jogos e vídeos em doses diárias. O problema é que cada vez mais encontramos vídeos onde se promove a intolerância, o ódio e a discriminação.» Mais lá para diante escreve: «Não espanta, pois, que os números não desçam (ao contrário de outros) nestes tipos de crime. Os psicólogos já estabeleceram a ligação entre redes sociais (e telemóveis) e a agressividade e até a violência, mas também a redução das capacidades cognitivas e de raciocínio. A pergunta que todos devemos fazer é se estamos a criar e a educar agressores e jovens sem tolerância, respeito e controlo emocional.»

Deste segundo artigo de opinião podemos concluir que os pais estão a falhar na educação da tolerância positiva.

Parece-me que a causa, a raiz, de ambos os males — aumento da tolerância negativa e diminuição da tolerância positiva — é a mesma: a ausência, a falta de presença dos pais junto dos filhos, os filhos entregues a si próprios, aos ecrãs, aos telemóveis, a tudo o que neles aparece. E, aparentemente, o que neles aparece é sinal de liberdade de expressão pessoal e de cada vez mais democrática disseminação do poder de autoria de conteúdos (conteúdos informativos e "informativos).

São os pais que não querem estar com os filhos, ou são os pais que não podem estar com os filhos por causa da complexidade da organização da vida social, dos empregos, dos horários de trabalho; por causa das exigências laborais que espremem quanto podem, na clássica designação, a força de trabalho?

Está prevista, como há muito tempo não se via, uma greve geral, marcada por ambas as centrais sindicais do País, tal é o conjunto de medidas legislativas que o actual governo pretende acrescentar às relações laborais, precarizando, precarizando, precarizando. Parece que as centrais sindicais estão a dizer que não toleram mais.

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