sexta-feira, dezembro 19, 2025

#TOLERÂNCIA355 - FICA A APETECER-ME VOLTAR JÁ À RUA DO BENFORMOSO

 #TOLERÂNCIA355 - FICA A APETECER-ME VOLTAR JÁ À RUA DO BENFORMOSO

O Público tem hoje, na página 12, uma notícia com este título: "O Benformoso esconde cicatrizes. “As pessoas fecharam-se por receio”; e sendo o subtítulo assim: "Há um ano, dezenas de pessoas de muitos países foram imobilizadas, encostadas à parede e revistadas numa operação policial que deixou marcas. Desde então, a sua situação piorou" O texto é da jornalista Ana Dias Cordeiro.

Pois, as acções públicas dos órgãos de poder não são inócuas.

A certa altura a gente lê assim: «“As regras mudaram” - “Muitas pessoas deixaram de vir. E as que vêm, não é com a mesma abertura”, diz Sohel Mia, recordando as noites, no seu restaurante, em volta de uma chávena de chá. “Primeiro porque desde Junho de 2024, há menos pessoas a entrar neste país.

»Mudaram-se as políticas [da imigração]. E depois porque, a partir de Dezembro, as pessoas começaram a sentir-se hostilizadas.” A hostilidade que se revelou perante elas nesse dia, 19 de Dezembro de 2024, há precisamente um ano, na Rua do Benformoso, ficou para sempre associada a este local. A acção policial obrigou a fechar a rua. A operação denominada Portugal Sempre Seguro, e coordenada pelo Sistema de Segurança Interna, tinha sido lançada a partir de Novembro desse ano. O que as pessoas imobilizadas e revistadas não sabiam — e, segundo Cláudia Pinto, da Associação Renovar a Mouraria, “ainda hoje não percebem por que aconteceu” — é que elas eram o alvo da suspeita que rapidamente viram extravasar para a esfera colectiva. Aos olhos de todos, eram suspeitos.

»“Desde essa altura, não há mês que as pessoas não sejam fiscalizadas”, diz Sohel Mia. “A polícia quer verificar se têm os documentos em dia. Eu nunca tinha visto uma coisa assim.”

»As ofensas no espaço público passaram a ser toleradas desde que os alvos sejam imigrantes e abriu-se
um espaço a insultos visando directamente comunidades estrangeiras, sustenta o homem de negócios de 45 anos, com um curso superior tirado na Dinamarca.

»“As regras mudaram. Como é possível um partido, o Chega, colocar aqueles cartazes a mandar-nos para a nossa terra? Portugal continua a ser um lugar bom, mas o sistema mudou muito para mim. As pessoas que vieram do Bangladesh estão a contribuir com o seu trabalho, os seus descontos e os seus

impostos para a economia de Portugal. Sem imigrantes a economia não vai crescer da mesma maneira. Porquê atingir as pessoas do Bangladesh? Porquê atingir o nosso país? Fazer isto é ser racista. Isto repugna-nos, e magoa-nos muito.”»

Dar um testemunho sincero não significa automaticamente ter razão. Por isso o diálogo e a tolerância são tão importantes. Também o acolhimento e a clareza das leis; e a burocracia, q.b. É fácil estigmatizar, desfazê-lo é bem mais complicado. Educar, deseducar, recomeçar de onde for preciso.

Mais uma vez se lembra que tolerar não é aceitar. Por isso é tão importante, como fui dizendo lá para trás, discutir e clarificar os conceitos, os seus limites e as implicações ao nível dos comportamentos.

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