#TOLERÂNCIA363 - TOLERÂNCIA E 'STRESS'
O pensamento é simples: se nos sentirmos bem no nosso corpo, a nossa mente também se sentirá bem; se mentalmente nos sentirmos bem, seremos certamente mais tolerantes.
A ideia de ligar o estado dos intestinos ao estado da mente não é nova, mas há épocas em que coisas velhas se vestem de roupas novas e tornam-se mais visíveis e atractivas para gentes também novas.
A conclusão na geografia desta viagem é simples: a educação da tolerância passa também pela educação do corpo, da saúde do corpo.
O texto que reproduzo encontrei-o na edição de hoje do Diário de Coimbra e foi escrito por Maria José Temido, gastroenterologista no Hospital CUF Coimbra e no Hospital CUF Viseu. Tem como título "Ansiedade e Intestino: uma ligação que não podemos ignorar".
«Quase todos conhecemos a sensação: um momento de 'stress' e, de repente, o intestino reage. Mas o que acontece quando estes sintomas deixam de ser pontuais e começam a interferir com a rotina? Quando nada do que tomamos melhora o desconforto? Ou quando nos apercebemos de que a
ansiedade piora os sintomas intestinais? Será que o nosso intestino alimenta a ansiedade?»A ciência responde cada vez com mais clareza: o intestino e o cérebro comunicam intensamente entre si e alterações num influenciam o outro. Não somos um conjunto de órgãos independentes, mas um sistema integrado onde tudo está ligado.
»O tracto gastrointestinal e o cérebro formam aquilo a que chamamos eixo intestino-cérebro — uma rede de comunicação que utiliza nervos, hormonas, substâncias químicas e até as bactérias que vivem no intestino. Esta ligação explica porque sintomas emocionais podem ter reflexo directo no aparelho digestivo. Os estudos mostram que esta relação é muito comum. Cerca de 30 a 40% das pessoas com queixas digestivas, como dor abdominal, distensão, diarreia ou obstipação, têm também ansiedade significativa, e cerca de 25% apresentam sintomas depressivos. E a relação é bidireccional: a ansiedade aumenta o desconforto intestinal e os sintomas digestivos persistentes aumentam a ansiedade. Cria-se um ciclo que pode comprometer o bem-estar e a vida social.
»O 'stress' também desempenha um papel central. Quando estamos sob pressão, o organismo liberta hormonas como o cortisol e a adrenalina, que podem acelerar ou abrandar o trânsito intestinal, aumentar a sensibilidade à dor e tornar o intestino mais reactivo. Pelo contrário, alterações no intestino — como inflamação leve ou desequilíbrio da microbiota — podem influenciar o humor, reduzir a tolerância ao 'stress' e intensificar a percepção de dor.
»Por isso, tratar apenas o órgão que dói, muitas vezes, não basta. Num problema que resulta da interacção entre vários sistemas, a abordagem tem de ser global. Isso inclui avaliar hábitos de vida, sono, alimentação, níveis de 'stress', saúde mental e actividade física. Intervir nestas áreas pode aliviar os sintomas digestivos e, ao mesmo tempo, melhorar a saúde emocional.
»Compreender esta ligação não é apenas uma curiosidade científica. É um passo fundamental para uma medicina mais humana e mais eficaz — e para devolver às pessoas aquilo que procuram acima de tudo: uma vida melhor.»
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