#TOLERÂNCIA 61 - A EDUCAÇÃO DO COMPANHEIRISMO DÁ FRUTOS
O livro "Os filhos de Atena, intelectuais gregos na era de Roma: 250 aC - 400 dC", de Charles Freeman (tenho a edição digital, em inglês, na edição de 2023), é muito interessante.
O capítulo 8 intitula-se "O filósofo e biógrafo: Plutarco (c. 46 dC - depois de 119 dC), e logo a primeira frase do capítulo diz que «Plutarco é talvez a figura mais apelativa de todas de que este livro fala».
A meio do capítulo lê-se assim: Quando se parte para a ação, é essencial abordar com cuidado mesmo
as tarefas mais simples. É igualmente útil ter um mentor, sob a forma de um político que já tenha conquistado a estima pela sua oratória e virtude. A generosidade na partilha de tarefas consolida as relações e acaba por trazer muito mais benefícios para a cidade. Plutarco conta a história de como, quando era jovem, ele e um colega iam ser enviados numa embaixada. Como o colega se atrasou, Plutarco foi sozinho e completou a missão com sucesso. Quando regressou, o pai disse-lhe para dizer que o colega tinha efectivamente ido com ele, para não humilhar o retardatário. O objetivo principal é “assegurar a concórdia e a amizade perpétuas entre os seus semelhantes e eliminar toda a espécie de conflitos, dissensões e hostilidades”. A tolerância, mesmo em relação aos cidadãos mais difíceis, é preferível à discórdia social.(1)Este parágrafo vale uma aula, vale, por si só, uma sessão de trabalho acerca da tolerância: o pai (na linha do que diz João dos Santos, que «Educar é oferecer-se como modelo»), sensato e avisado com a própria experiência pessoal, procura incutir no filho os valores da compreensão, do companheirismo, da solidariedade e da tolerância.
Esta é a educação autêntica dos mais novos, a que sabe ir deitando sementes em terreno que ainda está nos seus verdes anos; e em que não se valorizam os sucessos imediatos, pelo contrário, valorizam-se os sucessos mais preciosos, mais distantes, que têm a ver com o espírito de concórdia entre os homens. ... generosidade na partilha...
É a tal educação feita sem pressas, pausadamente, em que o que menos importa é o efémero sucesso individual, o que importa é valorizar o companheirismo e a tolerância. Até podemos dar-nos a liberdade de imaginar o pai de Plutarco dizer assim ao filho, inspirando o aparecimento do famoso provérbio africano: «Filho, sozinho foste mais depressa, mas juntos vocês irão mais longe. Pensa nisto, querido filho: "A generosidade na partilha de tarefas — entre ti e o teu colega — consolida as relações — entre vocês os dois — e acaba por trazer muito mais benefícios para a cidade — que somos todos nós.»
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(1) Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com
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