#TOLERÂNCIA165 - «AVANCE RAPIDAMENTE E DESTRUA COISAS»
"Avance rapidamente e destrua coisas" é o título do 13.º capítulo (é o 12.º na edição inglesa que tenho) de "Os Traços Escondidos dos Génios" de Craig Wright.
É um capítulo interessante, um capítulo em que o autor associa o comportamento de pessoas que ele classifica como génios, e que são pessoas irascíveis, intolerantes e sem empatia; e mais algumas desqualidades, como diria Mia Couto. Apresenta testemunhos, inclusivamente, na primeira pessoa. Junta, entre outros, Elon Musk, Mark Zuckerberg, Thomas Edison. Começa assim o capítulo:
«Um homem tem de ser um génio muito grande para compensar ser um ser humano tão detestável".
Com estas palavras, a honrada correspondente de guerra Martha Gellhorn resumiu o seu marido, Ernest Hemingway, pouco antes do seu divórcio em 1945. Hemingway ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1954. Ele, além de génio, era também um rufia, um brigão, um adúltero e um alcoólico que acabou por se destruir. Temos o hábito de querer que os nossos génios sejam super-heróis, a forma mais elevada da espécie humana. “É justo”, disse Albert Einstein em 1934, “que aqueles que mais contribuíram para a elevação da raça humana e da vida humana sejam os mais amados.” No entanto, os génios desiludem-nos habitualmente, pelo menos a nível pessoal.»Um pouco mais à frente, Craig Wright escreve:
«Elon Musk declara que o seu objectivo é nada mais nada menos do que a salvação da raça humana: “Quero contribuir tanto quanto possível para que a humanidade se torne uma espécie multiplanetária”,
aludindo assim ao seu objectivo de colocar pessoas em Marte quando o planeta Terra se tornar impossível de habitar. No entanto, segundo todos os relatos, ao nível da suas relações pessoais directas, Musk espezinh a família, os amigos e os empregados, mostrando-se rude e intolerante. Mark Zuckerberg afirmou mais do que uma vez que “o Facebook tem a ver com ligação e partilha - ligação com os teus amigos, família e comunidades, e partilha de informação com eles. ” Mas enquanto todos nós nos ligamos e partilhamos no Facebook, Zuckerberg tem vendido os nossos dados para ganhar dinheiro e, segundo muitos relatos, tem minado democracias em todo o mundo.»
Tem a Humanidade de pagar estes preços pela genialidade destes homens? Eu sou dos que pensam que não, que não temos, mas aceito discutir o tema. Vamos a isso?
O próprio Einstein dá o seu contributo para esta discussão. Fui ver a obra a que Wright foi buscar a citação de Einstein (facilmente a descarreguei da Internet) e encontrei, logo a seguir à afirmação que acima se reproduz dele, esta outra: «Mas se formos um pouco mais além e nos perguntarmos quem são eles, confrontamo-nos com dificuldades que não são nada de desprezar.» ("Ideas and Opinions by Albert Einstein", Good and Evil [O Bem e o Mal], Mein Weltbild [A minha visão do Mundo], Amsterdam: Querido Verlag, 1934 (edição americana de 1954).
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