#TOLERÂNCIA166 - TOLERAR E MATAR. PARA VIVER.
"Poupa-se um tempo precioso". Este é um subtítulo dum artigo do "Le Figaro Magazine" de 13-14 de Junho de 2025.
O artigo é de Brigitte Fanny Cohen, e é introduzido com o chamariz: "A tecnologia ao serviço da ciência /
Um salto de gigante para a investigação médica / O início do século XXI está a ser vítima de epidemias devastadoras, mas está também a demonstrar uma capacidade de inovação sem precedentes, com o rápido desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos. Progressos possíveis em parte graças ao desenvolvimento da inteligência artificial e da biotecnologia."
A certa altura, lê-se assim:
«Normalmente, são necessários cerca de dez anos e milhões de dólares para que um medicamento ou uma vacina seja introduzido no mercado. No caso de epidemias mortais, é difícil esperar tanto tempo. No caso do Ébola, foram necessários vários meses para identificar o vírus e vários anos para
encontrar uma vacina. Durante a epidemia da Covid-19, foram necessárias apenas algumas semanas para identificar o vírus e alguns meses para produzir vacinas. A IA [Inteligência Artificial] deu um impulso sem precedentes à investigação. Por exemplo, permitiu realizar as primeiras fases dos ensaios clínicos virtualmente e, por conseguinte, muito mais rapidamente, utilizando “gémeos digitais”: pacientes virtuais ou modelos informáticos que reproduzem com precisão as caraterísticas de um indivíduo. A IA pode agora analisar milhões de conjuntos de dados biológicos, genéticos e moleculares a alta velocidade. "Apresentamos ao nosso sistema de IA milhares de moléculas: o seu conhecimento da física permitir-lhe-á determinar se uma delas é bem tolerada e se pode ter um efeito positivo num determinado vírus, cancro ou doença inflamatória… Como resultado, podemos iniciar um estudo clínico com uma molécula que já demonstrou a sua eficácia e ausência de toxicidade. Isto permite-nos ganhar um tempo precioso, pois acelera o processo de descoberta de novos medicamentos, ao mesmo tempo que reduz consideravelmente os custos de investigação", explica Jean-Philip Piquemal, Diretor do Laboratório de Química Teórica (Universidade de Sorbonne/CNRS) e co-fundador da Qubit Pharmaceuticals.»É o sol na eira e a chuva no nabal. É a quadratura do círculo. Tantas vezes assim se tem desejado, tantas vezes assim se tem tentado, algumas vezes assim se tem conseguido. Agora quer-se mais, melhor e mais rapidamente.
Tudo se passa dentro do organismo dos seres humanos. Não é só entre os seres humanos que a Tolerância não é fácil, que a Tolerância é exigente; também é dentro de cada ser humano. E dentro de cada ser humano não é só na mente, o indivíduo confrontando-se com a decisão do tipo to-be-or-not-to-be, tolerar ou não tolerar. Não é só na mente, é também no corpo, na fisiologia dos tecidos e nas reacções químicas das células.
São os limites da Tolerância ou a Tolerância selectiva. Não há dilema entre tolerar e matar, há a intenção de que parte de mim, do meu organismo tolere e outra parte seja eliminada, poderosamente eliminada.
Que podemos nós aprender do que se passa dentro das pessoas para o que se passa entre as pessoas?
Algumas pistas: que a Tolerância é valiosa; que a Tolerância não é absoluta ou total; que a Tolerância não é passiva e reclama empenho e dedicação; que a Tolerância pede abertura à investigação e ao conhecimento sistemático e consolidado; que a Tolerância requer atenção ao tempo, as oportunidades não são eternas; que a Tolerância pede conjugação de esforços e trabalho de equipa. Que a Tolerância pode falhar; e, se falhar, é preciso tentar de novo, aprendendo com as falhas e com os erros.
Estou a imaginar-me a coordenar uma acção de formação (seja para professores, pessoal da Saúde, agentes de Serviço Social, dirigentes desportivos; ou líderes políticos, desde as autarquias ao Governo nacional) e a entregar este tema a um dos formandos, pedindo-lhe que prepare uma sessão para exploração deste tema. Apetece-me perguntar já: há algum voluntário?
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