sexta-feira, março 07, 2025

#TOLERÂNCIA68 - A TOLERÂNCIA ESTÁ NA RUA

 #TOLERÂNCIA68 - A TOLERÂNCIA ESTÁ NA RUA

Lembrei-me de que a Tolerância pode estar na rua, nos espaços urbanos, fixada simbolicamente em obras de arte, tal o 25 de Abril de 1974 foi fixado e simbolizado nos cartazes que a artista portuguesa Maria Helena Vieira da Silva desenhou para comemorar o primeiro aniversário da Revolução de Abril (25 de Abril de 1974).

Pesquisei na Internet e encontrei coisas interessantes, em várias partes do mundo. Tenho-me centrado na produção de materiais pedagógicos para explorar em espaço institucional (escola, hospital, centro social, clube desportivo, etc.), mas há também as visitas de estudo. Uma visita de estudo é essencialmente uma acção que nos põe a sair de nós mesmos (pessoa ou grupo) e ir a um lugar fora do nosso espaço de vida diária — sair da rotina.

Curiosamente, na busca que fiz, encontrei a proposta de visita guiada à ‘Lisboa Judaica - ao encontro do último cabalista’. Levo frequentemente os meus alunos à Igreja de São Domingos, ao Largo de São Domingos, que são o coração da acção de "O último cabalista de Lisboa", obra de Richard Zimler que li há alguns anos, e de que gostei muito. Vou tentar participar nesta visita.

Fico-me por aqui no que diz respeito à trágica expressão de Intolerância de que o Igreja de São Domingos e a o Largo de São Domingos são infelizes protagonistas, reservo essa escrita para depois da visita.

À medida que ia fazendo a pesquisa, foi-me crescendo a vontade de fazer um roteiro de vita às marcas de arquitectura, escultura e pintura que os espaços urbanos dedicam à Tolerância. É um roteiro mundial. Na totalidade, não terei vida para eles todos, mas a partir de um ou dois podem-se fazer visitas virtuais a mais meia dúzia deles, os recursos digitais, hoje em dia, permitem-nos isso com grande facilidade, e com grande qualidade de imagem.

Penso que foi em Mia Couto que pela primeira vez li a ideia de que uma cidade só se conhece se a percorrermos a pé, pode ser muito interessante, do ponto de vista da Pedagogia e da Educação, percorrer os espaços urbanos da Tolerância a pé. Pode ser, não, tenho a certeza, a partir da minha experiência pessoal, mesmo que seja pouca.

Um dos primeiros sítios que fico a desejar visitar é o Mural da Tolerância, criado por José Luis Puche, em 2017, em Fuengirola, na Costa del Sol, em Espanha. O mural tem dimensões impressionantes, medindo 50 metros de comprimento por 5 metros de altura. A obra apresenta uma série de retratos de pessoas de diferentes origens e culturas, simbolizando a diversidade e a convivência pacífica.

O Mural está a pouco mais de 6 horas de carro de Lisboa, a jeito dum raide de fim-de-semana (em período de trabalho) ou de uma deslocação mais tranquila (em período de férias).

A informação disponível descreve assim o Mural do ponto de vista da sua concepção: "O mural apresenta uma composição vibrante e colorida que capta a essência da tolerância e da unidade. No centro do desenho estão figuras de pessoas de diferentes culturas, idades e origens, representadas num abraço harmonioso. Estas figuras representam a beleza da diversidade e a importância de aceitar e celebrar as diferenças. A utilização de cores fortes e formas dinâmicas confere energia e vitalidade à peça, tornando-a numa obra de arte visualmente cativante."

Do ponto de vista do simbolismo e mensagem, lê-se assim: "Na sua essência, o Mural da Tolerância transmite uma mensagem de inclusão e respeito mútuo. Serve para recordar que, apesar das nossas diferenças, fazemos todos parte da mesma família humana. O mural também inclui elementos simbólicos, tais como: 1) as pombas, que representam a paz e a harmonia; 2) os motivos florais, que simbolizam o crescimento, a beleza e a interconexão da vida; 3) as mãos estendidas, que simbolizam um gesto universal de amizade e solidariedade."

De tudo o mais que encontro escrito acerca do mural, faço questão de destacar o seguinte, dado que põe a tónica no envolvimento da comunidade e na acção comunitária: "a criação do mural não foi apenas um esforço artístico, mas também um projeto comunitário. As escolas, organizações e residentes locais estiveram envolvidos no processo, participando em workshops e debates sobre os temas da tolerância e da diversidade. Esta abordagem colaborativa ajudou a reforçar o sentido de unidade e o objetivo comum no seio da comunidade."(1)

Uma coisa é a educação da Tolerância pessoal; outra coisa é a experiência comunitária, cultural, da Tolerância partilhada. É provavelmente este segundo tipo de Tolerância que as expressões artísticas urbanas dinamizadas como parece ser o Mural da Tolerância de Fuengirola parecem alimentar.

Há estratégias de Pedagogia Comunitária que podem localmente, em todos os lugares, promover a criação de "Murais da Tolerância". Por exemplo, por analogia, podemos socorrer-nos das já muito sistematicamente experimentadas propostas da iniciativa Roots & Shoots, desenvolvidas sob a liderança e o exemplo de Jane Goodall. De tal modelo falarei noutro dia.

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(1) Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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