#TOLERÂNCIA144 - A DINÂMICA CONCRETA DA TOLERÂNCIA
Descobri este pequenino texto sobre a Tolerância. O texto tem quase 10 anos. Vejo-o com um sentido muito prático, que ajuda na acção pessoal e permite contornar as complexidades reflexivas inibitórias, desviantes ou paralisantes.
O textico é de Armelle Debru, Professora Honorária de História da Medicina, na Universidade Paris-Descartes, no Fórum #2: "Será a tolerância suficiente?", um fórum organizado a 16 de março de 2016,
na Mairie do 4.º bairro de Paris, 2 place Baudoyer.Nesta altura da viagem no universo da Tolerância, sinto esta esquematização da autora como um oportuno baralhar as cartas e voltar a dar. O texto é uma pequena fala que foi proferida no âmbito da iniciativa “Valores da República, Cuidados e Apoio”.
1. A Tolerância é esforço. A palavra remonta ao verbo latino 'tolerare', derivado de 'tollere', suportar. 'Tolerare' significa suportar, aguentar, e 'tolerantia', resistência física e moral. A nossa “tolerância” implica, por conseguinte, um esforço, uma dificuldade vencida com relutância. Tolerar é doloroso no início, antes de se tornar por vezes um hábito. Mas depois já não é tolerância, é habituação. O esforço é a marca primitiva da tolerância. Quando este desaparece, funde-se na norma ou na lei.
2. A Tolerância é evolutiva. O que é tolerável é um conceito vivo e evolutivo. A sociedade tolera hoje o que ontem rejeitava e, inversamente, já não tolera comportamentos que antes eram apenas condenáveis. O intolerável também evolui para cada um de nós à medida que a nossa experiência evolui: já não tolero hoje o que aceitava ontem e, inversamente, tolero o que condenava ontem. O que é que nós, enquanto cidadãos, vamos tolerar ou rejeitar; que evoluções nos tornarão um dia condenáveis por cegueira ou submissão?
3. A Tolerância é problemática: quem pode dizer com autoridade o que deve ou não ser tolerado? A profissão, a sociedade, a religião, a consciência moral? Que autoridade inquestionável pode guiar as escolhas de forma imparcial? Ou não é, pelo contrário, a descoberta progressiva do desconhecido que constitui o modo próprio da tolerância e da intolerância justificada?
4. A Tolerância é trabalho. Tolerância significa aprender a conhecer, a reconhecer e a limitar. É também trabalhar a tolerância. Significa renunciar ao ódio espontâneo e ao julgamento precipitado, e aumentar o espaço para a compreensão e as relações baseadas no respeito e em padrões elevados. É avançar e ajudar os outros a avançar com uma lucidez simultaneamente generosa, determinada e sempre atenta...
A reflexão, individual ou em grupo, à volta desta esquematização, proporcionará seguramente um aprofundamento do conhecimento das vicissitudes da Tolerância e da Intolerância.
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