#TOLERÂNCIA131 - A UNIÃO EUROPEIA E A TOLERÂNCIA
Estou muito satisfeito com a sessão que levámos a cabo na escola para celebrar o Dia da Europa. Soube-me especialmente bem ver o grande auditório da escola completamente cheio de jovens que durante mais de duas horas ouvir quem sabe da poda; e com quem falaram, pondo-lhe perguntas quase em torrente assim que o habitual acanhamento do arranque deste tipo de sessões foi vencido.
Acho que foi a melhor última vez que eu poderia desejar.
Porque me surpreendeu a enchente. A meia dúzia (só mesmo meia dúzia) de lugares vazios ali à frente foi compensada com as duas ou três dezenas de alunos que estavam lá em cima, no piolho.
Porque os seis jovens do painel que confrontou o convidado João Ferreira, ex-deputado do Parlamento Europeu, mostrou um notável trabalho de casa, muito bem feitinho, e todos em bem harmoniosa ligação uns com os outros.
Porque o convidado mostrou um notável respeito por toda a diversidade política que compõe o Parlamento Europeu; e foi senhor dum fino e claro fluir de informação, que é o que mais importa passar a jovens sedentos de dados, números e conhecimentos objectivos. Aos poucos, notou-se bem, a rapaziada deu mostras de confiar que não estava a ser catequizada.
Porque o que tinha de correr bem correu bem, e bendigo os colegas que fazem equipa comigo; e os que nos felicitaram pelo sucesso da acção.
Quando, há muito tempo, passei a estar no grupo de professores que organiza, todos os anos, a celebração do Dia da Europa na escola, arrisco a dizer que nenhum dos alunos hoje ali presentes tinha nascido.
Uns dirão que é a sensação de dever cumprido, outros dirão que me cumpri na essência do meu magistério de professor... Seja o que seja, no final da sessão desta manhã senti-me muito bem. Não deixo legado, não tenho qualquer intenção nesse sentido. Talvez deixe um bom exemplo, que vale o que vale. Dei o meu melhor. Sentir isso no fim da manhã, repito, soube-me muito, muito, muito bem.
Mas não arrumei as botas, isso não! Assim que pude, fui pesquisar os documentos oficiais que norteiam a acção da União Europeia. E lá está, na versão consolidada do Tratado da União Europeia de 2016, no seu artigo 2.º das Disposições Comuns:
A União funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana, da liberdade, da democracia, da
igualdade, do Estado de direito e do respeito pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das
pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade
caracterizada pelo pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a igualdade entre homens e mulheres.
O João Ferreira foi incisivo neste aspecto com toda a jovem plateia, que todos se empenhassem na exigência de que se realizem os princípios fundadores e as leis que os consubstanciam.
A escola deve ser activa na pedagogia e na educação dos valores enunciados no artigo 2.º. Estão para além da União Europeia, têm a ver com a essência da humanidade do ser gregário que é o Homo Sapiens. Mas não existem por si, no nada ou no vazio, concretizam-se e realizam-se na acção humana, acção essa que pede esforço, empenho e harmonização das diferenças.
A simples, mas muito avisada, sabedoria popular diz-nos há muito que «Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.» As sociedades humanas ainda não conseguiram ter o pão equitativamente distribuído em todas as casas. Não podemos nunca deixar de lutar para sermos capazes de o fazer.
Cabe-nos ser compreensivos e tolerantes com os nossos insucessos. Que a Tolerância, mais que levar-nos ao perdão, nos leve à renovação da vontade de continuar e nunca desistir. Nunca desistir do bem-estar de todos os seres humanos.
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