domingo, abril 20, 2025

#TOLERÂNCIA112 - SER TOLERANTE SIGNIFICA RENUNCIAR À VERDADE?

 #TOLERÂNCIA112 - SER TOLERANTE SIGNIFICA RENUNCIAR À VERDADE?

Digamos que o texto de hoje é um texto pascal. Se a Verdade é questionável, pela mesma razão a Tolerância também deve ser constantemente questionada. Encontrei o texto na Net. Hoje. Foi escrito pelo padre jesuíta Michel Souchon sj (1929-2020), em 2019. Ele veio a falecer no ano seguinte, vítima da covid-19.

"— Será que a tolerância significa necessariamente cair no relativismo que diz que tudo é igual? Para os cristãos, a verdade não é algo imutável que se transmite aos outros, mas uma viagem na companhia de Cristo.

Como é que podemos salvar a ideia de que existe uma coisa chamada verdade e, ao mesmo tempo, continuar a promover a Tolerância? Talvez questionando a forma como pensamos sobre a verdade. Porque há uma forma de olhar para a verdade que é semelhante à idolatria! É o que acontece quando a verdade é tornada sagrada, um objecto intemporal e inquestionável. No passado, a Igreja Católica encorajou esta concepção rígida da verdade. Durante muito tempo, opôs os direitos da Verdade aos direitos do Homem e identificou qualquer opinião contrária à sua como contrária à Verdade. Basta recordar o exemplo de Bossuet, que defendia a verdade da Igreja Católica e denunciava a Tolerância como veneno…

No entanto, podemos acreditar que a verdade é uma só e sermos tolerantes. E porquê? Porque qualquer expressão da verdade é limitada. «A própria verdade que reivindico, reivindico-a numa expressão ainda imperfeita», sublinha o teólogo católico Claude Geffré.

— A verdade é um trabalho em curso

Para os cristãos, a verdade é um caminho para seguir as pegadas de Jesus que é «o caminho, a verdade e a vida». Os cristãos não acreditam em verdades, acreditam numa pessoa, Jesus Cristo. A fé não é a adesão a verdades, por maiores, sublimes ou subtis que sejam. É um acto de confiança num Deus que revela o seu amor e a sua fidelidade nos acontecimentos da História. A verdade do cristianismo está na pessoa de Jesus, uma figura enigmática, ainda por decifrar e descobrir.

E esta descoberta nunca está completa. No seu discurso depois da Última Ceia, Jesus disse que nos enviaria o Espírito: «Ele recordar-vos-á tudo o que vos tenho dito», “Ele conduzir-vos-á a toda a verdade” (João 14,26 e 16,13). Assim, os discípulos, tal como os cristãos de hoje, ainda não estão a nadar na verdade!

Assim, a abertura às diferenças não é um luxo, nem um perigoso declive para o relativismo. Aceitar as diferenças, esperar algo do trabalho conjunto, é Tolerância no sentido mais forte. «Não dêem lugar a partidarismos nem a vanglórias, mas, com humildade, cada um considere os outros superiores a si próprio», diz Paulo (Epístola aos Filipenses, cap. 2, v. 3). É trabalhando em conjunto que encontramos as formas mais adequadas de exprimir a verdade. Por outras palavras, a Tolerância e a verdade são amigas e não inimigas!"(1)

É mais um texto-gatilho para a formação extensiva da Tolerância.

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(1) Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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