terça-feira, abril 15, 2025

#TOLERÂNCIA107 - A EMPATIA ESTÁ DOENTE?

 #TOLERÂNCIA107 - A EMPATIA ESTÁ DOENTE?

A ocorrência-gatilho do texto de hoje é a afirmação que anda por aí a circular em todo o lado atribuída a Hannah Harendt: "The death of human empathy is one of the earliest and most telling signs of a culture about to fall into barbarism." Dizem que a escreveu no livro "As Origens do Totalitarismo". Não, não é verdade. A filósofa não a escreveu, nem neste (tenho duas versões pdf e não aparece em nenhuma delas), nem em nenhum dos seus outros livros.

A afirmação cruzou-se com títulos que aqui e ali encontrei nas notícias online de hoje. A primeira reacção de que tomo consciência é a de que «Sim senhor, a empatia está doente, a empatia está em crise.» Ora, se a empatia está em crise, a Tolerância também está — a Tolerância que aqui interessa é a que eu quis ontem (#TOLERÂNCIA106) deixar associada ao Professor Agostinho da Silva, a Tolerância activa.

Pesquisei na Net e nem os chatbots que costumo utilizar, aos quais eu pedi que se espremessem na procura da autoria daquela frase, conseguiram encontrar o autor. Bem, o que é certo é que a afirmação nos deixa a pensar... Por isso, resolvi trazer para aqui uma primeira informação, sistemática, acerca da empatia. O pequeno texto, que reproduzo integralmente, é da revista francesa "Sciences Humaines", publicada no dia 25 de Julho de 2013:

«Embora a capacidade de compreender as alegrias e as tristezas sentidas pelos outros seja tão antiga como as montanhas, a empatia é um termo surpreendentemente recente. A palavra alemã einfühlung data de 1873. A palavra inglesa empathy surgiu em 1909 e a francesa empathie apenas por volta de 1960.

«A empatia entrou no domínio da psicologia no século XX. Foi utilizada primeiro por Freud e depois

pelo filósofo Husserl, o pai da fenomenologia. Nos Estados Unidos, todo o movimento intersubjectivista apoderou-se dela para a tornar a pedra angular da relação terapêutica. A empatia é também um pilar da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), teorizada por Carl Rogers (1902-1987): o terapeuta é capaz de compreender uma situação não a partir do seu próprio quadro de referência, mas a partir do quadro de referência do paciente. [A teoria e o modelo clínico de Carl Rogers toca a essência da questão da escuta de qualidade de que falei na #TOLERÂNCIA105]

«A neurociência lançou uma luz surpreendente sobre a nossa compreensão da empatia. Segundo Jacques Hochmann, autor de uma copiosa Histoire de l'empathie: "A descoberta dos neurónios-espelho pela equipa de Giaccomo Rizzolati - no córtex pré-motor do macaco, que são activados quando o animal executa uma acção (pegar num pedaço de comida, por exemplo) e quando observa o experimentador a executar a mesma acção - forneceu a primeira demonstração de ressonância motora entre um cérebro e outro. No ser humano, estudos demonstraram fenómenos semelhantes, como quando as zonas do córtex pré-motor (que programam as unidades musculares envolvidas num gesto) que são activadas ao ver uma acção realizada por outra pessoa são precisamente as responsáveis pela acção em si".

«Outros estudos parecem confirmar que a empatia não é apenas um fenómeno de ressonância emocional: várias regiões frontais, límbicas e parietais, que desempenham um papel de interface entre a emoção e a cognição, parecem estar envolvidas.» (Traduzido com a versão gratuita do tradutor - DeepL.com?)

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