#TOLERÂNCIA115 - A TOLERÂNCIA QUE O 25 DE ABRIL TROUXE
Fui hoje numa visita de estudo com colegas e alunos a Peniche.
Fomos, mais que tudo, para visitar a Fortaleza de Peniche e o Museu Nacional Resistência e Liberdade. Pudemos também fazer uma viagem de catamarã, que nos deu uma perspectiva fantástica da velha e ignominiosa prisão de antes do 25 de Abril.
Estar ali, naquele lugar, com 11 colegas professores e 140 alunos, num dia de sol lindo, permitiu-me, bem à beirinha do 25 de Abril deste ano, tomar consciência quanto a Revolução de Abril de 1974 foi importante para o desenvolvimento da Tolerância entre as pessoas, as oposições políticas, e as outras oposições.
O Museu é testemunho vivo de que o 25 de Abril valeu a pena. Entre outras coisas, porque nos deu a
oportunidade de praticarmos a Tolerância.Ficou para sempre a Tolerância? Não, infelizmente, tenho a profunda convicção de que a Tolerância está em perigosa perda na relação entre os cidadãos e os grupos humanos. A Tolerância, bem como os outros ideais e valores do 25 de Abril precisam de dedicação constante, de esforço pessoal permanente.
Numa carta que há pouco escrevi aos meus alunos, em eco da visita, entre outras coisas disse-lhes o seguinte:
Perguntar-me-ão se estou satisfeito com o que depois do 25 de Abril os políticos e os governos portugueses construíram. Não, não estou. Estou até cada vez mais insatisfeito porque tenho a certeza de que os nossos governantes, em geral, poderiam ter feito muito mais e muito melhor do que foi feito nestes 51 anos.
A partir de agora, o desafio é mais vosso do que meu. Por mim, ficarei naquele estado dos versos cantados pelo notável autor de canções de intervenção política José Mário Branco: "Tenho esta viola numa mão / Tenho a minha vida noutra mão / Tenho um grande amor / Marcado pela dor / E sempre que Abril aqui passar / Dou-lhe este farnel para o ajudar".
Queridos alunos, desejo-vos a todo a Vida Justa, Fraterna, Solidária, Respeitosa e Alegre que passei a tentar construir à minha volta quando o 25 de Abril passou à minha porta e me convidou a ir com ele. E eu fui. Aliás, tenho tentado estar sempre com ele.
Sim, aqui e ali tenho tropeçado. Levantando-me do chão depois de ter tropeçado. Para ser melhor e fazer mais.
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