domingo, abril 13, 2025

#TOLERÂNCIA105 - O PODER MÁGICO DO SABER OUVIR

 #TOLERÂNCIA105 - O PODER MÁGICO DO SABER OUVIR

O texto de hoje vem na mesma linha de pensamento e acção do texto de ontem (#TOLERÂNCIA104). Inclusivamente, as datas de publicação são próximas. O artigo científico de hoje teve a sua primeira publicação online em Novembro de 2016, o "Listen like a Dog" foi apareceu também em 2016.

Ao contrário do texto-livro de Jeff Lazarus (que é um texto mais intuitivo, construído na base da

experiência pessoal do autor), o texto "I Am Aware of My Inconsistencies but Can Tolerate Them: The Effect of High Quality Listening on Speakers’ Attitude Ambivalence" (Estou consciente das minhas inconsistências, mas consigo tolerá-las: o efeito da escuta de alta qualidade na atitude ambivalente dos falantes), de Guy Itzchakov, Avraham N. Kluger e Dotan R. Castro, é um clássico artigo científico publicado numa revista de especialidade, neste caso, o Personality and Social Psychology Bulletin.

Os autores partiram da hipótese de que uma escuta de alta qualidade diminui a ansiedade social dos falantes, o que, por sua vez, reduz o processamento defensivo que os falantes põem, conscientemente ou inconscientemente, em marcha para fugir à ansiedade e ao mal-estar pessoal..

Essencialmente, os procedimentos experimentais dos autores permitiram concluir o que o longo título do artigo deixa adivinhar: a simples prática de ouvir com empatia e sem julgamento o falar de alguém que, ali à nossa frente, sabendo que está a ser escutado, nos fala do que lhe aprouver, pode transformar significativamente a forma como essa pessoa expressa e processa as suas atitudes, promovendo uma maior aceitação das suas próprias contradições, facilita uma comunicação mais autêntica e menos polarizada de si para si mesma.

Estão em jogo na pessoa dois tipos de ambivalência, a ambivalência cognitiva (em que a pessoa tem consciência das inconsistências nas próprias atitude) e a ambivalência afetiva (caracterizada pelo desconforto emocional produzido por essas inconsistências). A escuta de alta qualidade não elimina as inconsistências e as contradições, mas transforma a relação do sujeito falante com elas, equilibrando o autoconhecimento e com a paz emocional.

Mais do que nos esgotarmos na busca da perfeição ou de nos martirizarmos com as nossas imperfeições, temos de aprender a ser tolerantes com as nossas insuficiências, inconsistências e contradições. Certamente desejamos, em geral, amanhã estarmos melhor do que hoje.

O busílis da questão, no fundo, está naquilo que lá atrás disse porque, na verdade, não é o que parece: foi quando disse «a simples prática". É que a prática não é mesmo nada simples.

Entretanto, o que é animador é o poder afirmar-se, com toda a segurança e confiança, que a bom escuta, a escuta de alta qualidade, como dizem os autores da investigação, é treinável, pode ser aprendida por todos: os pais, os professores, os educadores sociais, os médicos, os enfermeiros, os psicólogos, os mediadores, os técnicos de serviço social, os trabalhadores que fazem atendimento público; e quem mais aqui eu pudesse ainda juntar.

É mais uma vez, à Pedagogia e à Educação que, na condição de lhes serem dadas as adequadas oportunidades e recursos, se põe o desafio de levar a cabo a formação e a aprendizagem tão necessárias a todos.

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