#TOLERÂNCIA153 - RICARDO ARAÚJO PEREIRA FALA DA TOLERÂNCIA DE TRUMP
Trata-se mais uma vez da capacidade do Humor fazer as pessoas sentirem e pensarem acerca dos paradoxos e dos limites da tolerância, e de quanto é que ela pode valer nas palavras e nas acções dem quem governa e desgoverna o Mundo. Os leitores são desafiados a reflectir, a perceber e a formar uma opinião. É uma espécie de lembrete de que Tolerância não é Inacção e reclama uma tomada de posição.
Na edição desta semana, o humorista escreve assim na crónica do Expresso:
«Se houvesse justiça, Donald Trump passaria a ocupar o lugar de La Palice como autor de obviedades. Na passada segunda-feira, Trump descobriu que Vladimir Putin “está a matar muita gente”. O Presidente dos Estados Unidos acrescentou ainda que “não gosta nem um bocadinho” dessas mortes. E
vai fazer alguma coisa, embora não tenha revelado ainda o quê. É mais um episódio que vem reforçar uma teoria que tenho há muito: fazem falta, na política, mais bêbados. Eis uma ideia sobre a qual a ciência política não se tem debruçado. Há qualquer coisa no governante bêbado que o torna paciente e tolerante. É a minha ideologia, agora: o embriaguismo. Churchill salvou-nos da ameaça nazi com o bucho cheio de champanhe, whisky e vinho do Porto. Governou a Grã-Bretanha com um copo de conhaque numa mão e um charuto na outra. Hitler não tocava numa gota de álcool nem fumava. Não é por acaso. Creio que não é humanamente possível dirigir um país e manter-se são, mais ainda durante uma guerra, sem estar ligeiramente tocado. Tenho verificado que as pessoas com quem discuto esta teoria se mostram relutantes em aceitá-la. Pois bem, apresento o argumento decisivo: Boris Ieltsin. Tenho muitas saudades de Boris Ieltsin. Foi Presidente da Rússia sem aborrecer ninguém. Talvez também alimentasse uma animosidade contra a Ucrânia, e se pusesse a praguejar contra os ucranianos depois do jantar, prometendo invasões e chacinas. Mas depois ia para a cama e no dia seguinte não se lembrava de nada.»Há uma importante advertência, no entanto, para quem quiser juntar-se a mim no movimento a favor do embriaguismo. Nós somos a favor de estadistas bêbados mas repudiamos por completo os estadistas que parecem estar bêbados. São formas de governar muito diferentes. Por exemplo, Donald Trump parece estar bêbado. Não serve. Ao passo que as medidas do governante bêbado são aprazíveis, as medidas do governante que parece bêbado despertam nos cidadãos o desejo de se entregarem ao alcoolismo, o que é nocivo. Só o governante bêbado governa com sobriedade.»
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