#TOLERÂNCIA 4 - OS LIMITES DA TOLERÂNCIA DESAFIAM-NOS CONSTANTEMENTE
Ontem ou anteontem vi um pequeno excerto duma entrevista do Papa Francisco em que dizia que era de opinião que dificilmente se poderia ser bom ministro de Deus sem se ler Dostoievsky.
Esta opinião do Papa — no fundo, como muito se diz nos dias que correm, um poderoso 'influencer' — certamente valoriza muito tudo o que tenha a ver com os escritos do autor russo.
«A tolerância chegará a um nível tal que as pessoas inteligentes serão proibidas de pensar para não ofender os imbecis.»
A afirmação, relacionando-a com outras — por exemplo, a de Karl Popper — faz-nos pensar que a Tolerância, mais do que um fim, deve ser um meio.
A distinção entre o que é um fim e o que é um meio entra também no âmbito da acção pedagógica; isto, é claro, para além da pedagogia da própria Tolerância.
Secundário é saber se a afirmação é mesmo de Dostoievsky. Afinal, a consulta cuidadosa de fontes fidedignas mostra que não é.(1)
Não é por isso que é menos desafiante, a associação da frase com Dostoievsky pôs muito mais gente a ler a frase com atenção — e ainda bem que assim aconteceu, penso eu.
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