#TOLERÂNCIA230 - ACUSAR OU DENUNCIAR TOLERANTE OU INTOLERANTEMENTE
Que nas redes sociais as pessoas soltem as línguas e soltem as emoções, já tenho jeito de muito treino de passar ao largo. Agora, que nos meios de comunicação social, idóneos, jornalistas também idóneos soltem línguas e emoções em prosas ou falas de, digamos, contundência negativa, isso já me pede outra reflexão e cuidado, pois são os protagonistas da experiência social alargada que tendo a propor aos meus alunos — quantos deles, todos os anos, se sentem motivados pela formação e carreira em Jornalismo! —como profissionais sociais da Comunicação que devem respeitar, dar atenção e ouvir.
Hoje, mais uma vez, um dos mais consagrados jornalistas da nossa praça — ele é jornais diários, ele é semanários, ele é canais de televisão, ele é livros... O asco que tem aos professores é também conhecido e de longa data — vem de prosa bem rija e contundente zurzir, pimba-pimba-pimba, como ele gosta tanto de fazer.
O jeito ruidoso do jornalista — não digo o nome dele porque não quero dar-lhe a mais pequenina ponta de publicidade — põe-me a pensar o que é acusar ou denunciar na Comunicação Social com tolerância
ou com intolerância...Em jeito — sim, também tenho os meus jeitos — de pensamento crista da onda do mar dolente do calor das férias de Agosto — ondas baixinhas, baixinhas, baixinhas — direi que quando se acusa ou denuncia com tolerância, o foco está na acção errada, não na pessoa. O objectivo é buscar justiça e corrigir o problema, não humilhar ou ferir o outro.
Pôr o foco na acção é dizer que a denúncia é posta no acto (por exemplo, "fulano cometeu uma fraude"), e não sobre o carácter da pessoa ("fulano é uma pessoa horrível e desonesta"), as acções diferenciam-se pelo motivo, pela forma e pelo objectivo. A tolerância, nesse contexto, não significa conivência com um erro ou crime, mas sim a capacidade de agir com respeito e equilíbrio, mesmo diante de algo que se discorda. Já a intolerância manifesta-se de maneira agressiva e preconceituosa.
A intolerância, por outro lado, transforma a acusação ou a denúncia numa forma de agressão. O foco muda-se do acto para o indivíduo, parece que busca a desqualificação da pessoa ou da entidade, a destruição da reputação ou a punição esmagadora. Focar na pessoa: é atacar o indivíduo (a pessoa ou a entidade) com base em preconceitos (por exemplo, "fulano fez isso porque é da religião X" ou "porque pertence ao grupo Y").
Pode-se dizer que, no fundo, a diferença fundamental entre a acusação/denúncia tolerante e intolerante está na motivação: o que pretende o jornalista? A acusação/denúncia com tolerância é um acto de responsabilidade cívica, que visa a justiça e a protecção da sociedade. Já a acusação/denúncia carregada de intolerância é um acto provavelmente de vingança, de preconceito, procura de protagonismo social; e que tem como efeito o dano pessoal, a disseminação do ódio e o afastamento do diálogo que aproxima, produz reparação, congrega, faz avançar no sentido da melhoria da situação e da da promoção do bem-estar pessoal de todos.
Há aqui razão para a Educação se ocupar? Sim, no meu entender há. É mesmo uma necessidade cada vez mais pressionante, não lhe podemos virar as costas nas salas de aula, nos grupos de jovens, nos clubes desportivos e em todos os demais lugares que juntem adultos — de todas as idades!
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