#TOLERÂNCIA220 - HIROSHIMA E NAGASAKI: TOLERÂNCIA E INTOLERÂNCIA
Até hoje, apenas os Estados Unidos da América lançaram bombas atómicas sobre cidades e populações civis. São chocantes e arrepiantes algumas contas e alguns discursos de "custo-benefício" do uso das bombas atómicas.
Einstein um dia lamentou-se: «I made one great mistake in my life, when I signed a letter to President Roosevelt recommending that atom bombs be made.»(1) (Cometi um grande erro na minha vida, quando assinei uma carta ao Presidente Roosevelt recomendando que as bombas atómicas fossem feitas.)
Antes, em 1946, Einstein tinha escrito: «Não há nenhuma defesa previsível contra as bombas atómicas… A América tem uma superioridade temporária em armamento, mas é certo que não temos nenhum segredo duradouro. O que a natureza revela a um grupo de homens, acabará por revelar a qualquer outro grupo que esteja interessado e seja suficientemente paciente para fazer as perguntas.»(1)
Um sobrevivente de Hiroshima relatou: «De qualquer forma, eu só queria encontrar a minha irmã mais
nova. Já nem sabia onde estava, não fazia ideia de qual era o destino, mas, de qualquer maneira, agarrei na mão da minha irmã e fomos a pisar cadáveres. Era tudo… realmente… tivemos mesmo de pisá-los. Tudo à volta era uma montanha de escombros e corpos, no meio das chamas. E depois fugimos, corremos. Sim… eu nunca tinha visto o inferno, mas naquele dia vi.» (traduzido directamente do japonês pelo DeepSeek)Outro sobrevivente, Tsutomu Yamaguchi, diz: «Ter passado por aquilo duas vezes e ainda estar vivo... foi o meu destino, para que eu pudesse contar ao mundo o que aconteceu.» (traduzido pelo DeepSeek) Oficialmente, parece que é o único sobrevivente das duas bombas.
A maldade humana, o negacionismo e a falta de empatia desdenham dos testemunhos pessoais. O chamado Mundo Desenvolvido, e em especial a Europa, parece estar com o Entendimento cada vez mais coberto com o manto diáfano do Esquecimento. O que fazer?
Na minha opinião, não há senão uma atitude perante a questão das bombas atómicas: Tolerância Zero às bombas atómicas.
Infelizmente, acabar com os arsenais atómicos não é sinónimo de acabar com a corrida ao armamento militar, nem acabar com as guerras. Não basta dizer não às bombas atómicas. Tolerância Zero à Corrida aos Armamentos.
Muito preocupantemente, aquilo a que assistimos hoje é ao recrudescimento dos discursos belicistas, dos planos dos países dedicarem mais dinheiro para o fabrico de armas; com mais insinuações ameaçadores do uso de armas atómicas; e à mais aviltante expressão do ódio tribal, de que o genocídio do Povo Palestiniano é a mais gritante, descarada, desavergonhada e imoral concretização.
(1) Relatado por Linus Pauling numa carta de 28 de julho de 1969 a Ronald W. Clark. 16 de novembro de 1954 (https://scarc.library.oregonstate.edu/coll/pauling/peace/people/einstein.html)
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