sábado, agosto 16, 2025

#TOLERÂNCIA229 - OBSERVAR, É PRECISO CONTINUAR A TENTAR

 #TOLERÂNCIA229 - OBSERVAR, É PRECISO CONTINUAR A TENTAR

A revista da edição desta semana do semanário Expresso traz uma reportagem com o título "Observar
a democracia", e apresenta-o assim: "Em Outubro de 2024, a UE colocou quase 200 observadores eleitorais em Moçambique, concluindo que a eleição do novo Presidente da República foi pouco transparente. Mas, indiferentes às denúncias, os vencedores tomaram posse. Afinal, para que servem os observadores? Falámos com quatro portugueses que já deram várias voltas ao mundo." O texto é do jornalista Licínio Lima.

Alguns parágrafos chamam a atenção para o tanto que há a fazer no Mundo, esse lugar de vida que há cerca de 150 anos anda a tentar que a bandeira dos Direitos Humanos seja respeitada por todas as pessoas do mundo:

«Ou seja, a questão badalada por Madalena [Contreras Passos] em 2005 — "Não sei o que é que estou aqui a fazer" — voltou a soar em 2024. O amigo sacerdote explicara então, segundo nos contou a observadora, o sentido do sorriso: "Sem o olhar dos observadores internacionais, a falta de transparência seria embrulhada num tenebroso manto de silêncio."»

«Madalena Contreras de Passos garante que, no terreno, os observadores falam de democracia, de
direitos humanos e de valores, tais como os da participação, da solidariedade, da tolerância. “Valores

que consideramos universais”, frisou. É nisto que acredita verdadeiramente. É o que a motiva, desde
a primeira missão na Bósnia, em 1996.»

«"Isto é viciante”, admite. Em 2003 inscreveu-se no Ministério dos Negócios Estrangeiros, via Instituto Camões, para integrar as missões da UE. [...] Madalena, 57 anos, licenciada em Relações Internacionais, com mestrado em Ciência Política, professora de dança (flamenco), poliglota, solteira e sem filhos, passava praticamente apenas três meses por ano em casa a descansar. “Notei que os colegas, sobretudo os que iam integrados no 'core team', envelheciam muito rápido”, observa.»

«Uma última pergunta: Valeu a pena? “Claro que sim. Senti-me com mundo em mim.” E quanto a
resultados? “Tínhamos a perfeita noção de que em certos países seria de todo impossível impedir práticas fraudulentas. Por exemplo, em São Tomé e Príncipe, como se combate aquilo que eles chamam de
‘dar o banho’? [Os dirigentes partidários oferecerem dinheiro em troca dos votos.] Faz parte.”
Os observadores cumprem a sua missão. Fazem relatórios que o mundo pode ler e tirar as devidas ilações. A
sua perspectiva sobre a “inutilidade” dos observadores é clara: “Ter ou não ter observadores não é a
mesma coisa. Os relatórios podem ser ignorados, mas a verdade é revelada.”
»

«“É importante estar para perceber a cultura”, sublinha Carlos Guímaro, lembrando que em Moçambique, por exemplo, nunca se diz “ainda não”… Se perguntam; “Já foste votar?” A resposta será: “Ainda” — significando “ainda não”. “Um observador tem de saber ler com todos os sentidos”, salientou. Carlos Guímaro e Pedro Teixeira, que estiveram presentes nas últimas eleições em Moçambique, partilham a convicção de que suas ações são como sementes lançadas à terra, com o potencial de crescer e de dar bons frutos. Madalena, por sua vez, acredita firmemente que, entre sorrisos e lágrimas, a verdade que sustenta os direitos humanos sempre prevalecerá. Martim Freire, que dedicou a vida a desenterrar silêncios hostis à liberdade, reitera o seu compromisso: mesmo de bicicleta, continuará a lutar incansavelmente para que os valores da democracia, por todo o lado, dêem à razão a sua própria voz.»

Do ponto de vista da Tolerância, o que se pode concluir a partir destes excertos ou de toda a reportagem? Na minha opinião, que a Tolerância pede muitas vezes pede persistência e força para resistir; capacidade para saber perder, serenidade no contacto com a mentira, perceber o que é para tratar agora e o que pode ser deixado para depois; e o que, não obstante toda a largueza da Tolerância, nunca deve tolerado.

São mais algumas pistas para os trabalhos da Educação para a Tolerância. Estou a lembrar-me de alguns jogos... Jogos longos, que durem muito, com derrotas pelo meio, mas que a hipótese de ganhar no fim se mantenha duradouramente... Até jogo de cartas, à mesa... Observar os adversários, perceber-lhes o 'bluff' nos olhos, nos gestos e nas palavras...

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