terça-feira, julho 01, 2025

#TOLERÂNCIA184 - HUMOR E TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA184 - HUMOR E TOLERÂNCIA

Está, há muitos dias, nos jornais, nas televisões, nas redes sociais, em incontáveis debates, o julgamento em que os Anjos, cantores, acusam Joana Marques, humorista.

Uma paródia da série "Ruídos", da RTP1, da autoria de Bruno Nogueira e a sua equipa, a "Renovação

da Licença de Humoristas", do passado dia 25, está a ter um impacto muito interessante, não apenas entre os humoristas, mas no público, em geral.

Hoje, o noticiário da CNN Portugal mostra-nos que na Turquia mais 3 humoristas foram presos, por causa de desenhos aparentemente ofensivos para Moisés e Maomé.

O jornalista Frederico Duarte Carvalho, hoje também, falou no Facebook, a propósito precisamente do julgamento da humorista Joana Marques, da Tolerância. O texto é um pouco longo, a menção à Tolerância surge apenas numa pequena (mas muito significativa!) frase. Vale a pena trazer para aqui todo o texto.

«Não sou seguidor da música dos Anjos, mas reconheço o seu talento e direito a existirem e a terem um público.

»Não sou seguidor da Joana Marques, porque o seu humor é igual ao que se ouvia no recreio do liceu e tinha piada para adolescentes de 15 anos.

»Um estilo de humor que hoje, devido às necessidade dos vários meios de comunicação de fazer concorrência e ocupar espaço entre os intervalos de anúncios, se tornou público e dirigido a todos e não apenas aos miúdos de 15 anos.

»É um humor básico, não é o mais inteligente ou mais divertido para quem já avançou na vida. E é até insultuoso e contraproducente para a evolução da sociedade.

»Toleramos porque o ignoramos e assim até passamos por tolerantes.

»Saudades do George Carlin que gozava com tudo sem precisar de apontar nomes individuais - e bem mais perigoso para a sua reputação.

»Vi citações de Ricky Gervais a defender o direito a ofender quando não me lembro de, nas suas geniais performances, ele apontar o nome de uma pessoa em particular e fazer toda uma rábula insultuosa em torno dessa pessoa, mas sim em torno de um grupo de pessoas.

»(E Deus, pois Ricky acredita que é mesmo único e não uma instituição que se diz representada por ele)

»Gervais faz humor inteligente e difícil, não vai pelo mais vulgar e fácil, que passa por ofender uma pessoa em particular. E que até seria cobarde, pois essa pessoa não poderia defender-se da multidão que se estaria a rir de forma básica.

»Gervais vai à jugular de grupos particulares de pessoas, onde muitas vão sentir-se ofendidas, mas nenhuma o pode reclamar como particular.

»Vi que a defesa dos Anjos apresentou no julgamento um especialista em música, mas devia ter também apresentado um sociólogo a explicar os diferentes tipos de humor.

»A Joana esteve bem, pois trouxe o gangue todo dos miúdos do recreio para a defender dos Anjos.»

Não está em causa eu estar ou não de acordo com o Frederico. Independentemente disso, acho o texto muito bem escrito e que nos ajuda a todos a pensar melhor sobre este caso judicial, sobre o Humor, o Respeito, a Liberdade e a Tolerância. Obrigado, Frederico! Um abraço!

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