sexta-feira, dezembro 05, 2025

#TOLERÂNCIA341 - A TOLERÂNCIA E A FADIGA DA COMPAIXÃO

 #TOLERÂNCIA341 - A TOLERÂNCIA E A FADIGA DA COMPAIXÃO

Peguei numa notícia de jornal, já não sei o quê pôs-me a pesquisar na Net; cheguei ao conceito de "fadiga da compaixão", já não sei onde; pus-me a fazer perguntas no Gemini, no ChatGPT e no DeepSeek, perdi o controlo do que perguntei a um, a outro e outro; voltei aos 'sites' da Net, perdi-me... Mas guardei algum esclarecimento. Deixo aqui registo em jeito de ficha de exploração em que vou pegar lá mais para diante — nem tem de ser durante esta viagem, já começo a sentir o fim.

1 - Parece que o autor do conceito "fadiga da compaixão" é o psicólogo norte-americano Charles Figley, que a define pragmaticamente como "the cost of caring" (o custo de se importar, ou de cuidar). A sua obra mais conhecida é "Compassion Fatigue: Coping with Secondary Traumatic Stress Disorder in Those Who Treat the Traumatized", de 1995.

2 - Em várias das fontes, uma das primeiras preocupações é distinguir entre "fadiga da compaixão" e

"burnout": Diz assim o Gemini: «Burnout: "Estou farto deste sistema, da papelada e da chefia." (Causa: Ambiente/Estrutura). Fadiga da Compaixão: "Não consigo ouvir mais uma história triste; não sinto nada quando o paciente chora." (Causa: Exposição ao Trauma/Sofrimento).»

3 - O DeepSeek escreve o seguinte, não é um exemplo abstracto, refere-se a uma situação concreta investigada por especialistas: «Exemplo Prático (Caso Polónia, 2022-2024): A extraordinária tolerância e compaixão inicial dos cidadãos polacos para com os refugiados ucranianos foi sendo minada pela fadiga da compaixão gerada pela pressão prolongada nos serviços. Esta fadiga transferiu-se depois para um debate sobre outros migrantes, resultando num clima de menor tolerância e num maior apoio a partidos com retórica nacionalista e restritiva.»

4 - Perspectiva interessante, a aprofundar: (no DeepSeek) "Sociedades com altos níveis de tolerância social são mais resilientes à fadiga da compaixão. Isto acontece porque a tolerância é muitas vezes sustentada por valores enraizados (ex.: direitos humanos, tradição de asilo) que são menos voláteis do que emoções pontuais."

5 - O DeepSeek propõe também um esquema sequencial interessante, estimulante para o pensamento e o entendimento: 1) A exposição prolongada ao sofrimento leva à fadiga da compaixão, à exaustão emocional e ao 'numbimg' (entorpecimento físico e psicológico). 2) A consequência deste estado psicológico é a redução da empatia e o aumento da percepção de ameaça. 3) A percepção da ameaça faz crescer a intolerância social, a qual, por sua vez, 4) Incentiva a escolha de políticas restritivas e o acentuamento de discursos de separação e divisão. 5) Aumenta a polarização social e fortalecem-se os estereótipos sociais. 6) O ciclo recomeça.

6 - A mitigação da "fadiga da compaixão" exigirá estratégias distintas para profissionais no terreno (em situações de guerra, catástrofes, doenças prolongadas com grande sofrimento e limitações pessoais, etc.) e para a sociedade em geral. Ambas visam gerir a exposição às situações traumatizantes e opressoras e reconstruir um sentido de eficácia colectiva.

7 - Desafio para a Educação e a Pedagogia: prevenir a fadiga da compaixão, treinar as competências de gestão da fadiga de compaixão, ajudar a saber reconhecer, em si mesmo e nos outros, os sinais da fadiga de compaixão.

8 - Muito bem. Agora, guardar num dossier digital toda a informação recolhida sobre este assunto.

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quinta-feira, dezembro 04, 2025

#TOLERÂNCIA340 - TOLERAR OU NÃO TOLERAR, EIS A QUESTÃO

 #TOLERÂNCIA340 - TOLERAR OU NÃO TOLERAR, EIS A QUESTÃO

As tradicionais revistas semanais das quintas-feiras, a Sábado e a Visão, falam ambas, na edição desta semana de Tolerância e Educação.

Na Sábado, num artigo de opinião, o escritor Gonçalo M. Tavares termina o texto que tem como título "A produção em massa de cabeças poderes" com o seguinte parágrafo: «Mas parece-me que, mais do que pensar num qualquer ataque cognitivo da China, devia pensar-se, sim, nos pais destas crianças, nos pais pouco atentos — porque felizmente há muitos que não entram nesta categoria. E talvez sejam, sim, os pais involuntariamente, e muitas vezes porque trabalham como doidos, demasiadas horas, que estão a fazer uma guerra cognitiva, e paradoxalmente, aqueles que mais amam, os filhos. Tolerando que eles passem horas diante de ecrãs apodrecendo o cérebro desde pequenino. Tudo é guerra, dizem alguns e talvez a guerra mais importante esteja a desenrolar-se nas cabeças das crianças.»

Gonçalo M. Tavares está a dizer que a educação dos pais está a falhar porque está a alimentar a tolerância negativa.

Na Visão, também num artigo de opinião, o advogado Ricardo Sardo expõe o seu pensamento acerca do que leu no dossier que a Visão apresentou na edição de 13 de novembro, "um dossier com algumas estatísticas dos crimes praticados em Portugal, as quais traduzem um fiel retrato do contexto criminológico e de violência do País. Em resumo, podemos concluir que, no total, os números
se têm mantido mais ou menos inalterados (apesar do aumento da população), não obstante certos tipos específicos de crime terem aumentado."

Escreve Ricardo Sardo que «Os jovens (mas também os adultos) vivem cada vez mais agarrados aos telemóveis e tablets, o que os leva a consumir jogos e vídeos em doses diárias. O problema é que cada vez mais encontramos vídeos onde se promove a intolerância, o ódio e a discriminação.» Mais lá para diante escreve: «Não espanta, pois, que os números não desçam (ao contrário de outros) nestes tipos de crime. Os psicólogos já estabeleceram a ligação entre redes sociais (e telemóveis) e a agressividade e até a violência, mas também a redução das capacidades cognitivas e de raciocínio. A pergunta que todos devemos fazer é se estamos a criar e a educar agressores e jovens sem tolerância, respeito e controlo emocional.»

Deste segundo artigo de opinião podemos concluir que os pais estão a falhar na educação da tolerância positiva.

Parece-me que a causa, a raiz, de ambos os males — aumento da tolerância negativa e diminuição da tolerância positiva — é a mesma: a ausência, a falta de presença dos pais junto dos filhos, os filhos entregues a si próprios, aos ecrãs, aos telemóveis, a tudo o que neles aparece. E, aparentemente, o que neles aparece é sinal de liberdade de expressão pessoal e de cada vez mais democrática disseminação do poder de autoria de conteúdos (conteúdos informativos e "informativos).

São os pais que não querem estar com os filhos, ou são os pais que não podem estar com os filhos por causa da complexidade da organização da vida social, dos empregos, dos horários de trabalho; por causa das exigências laborais que espremem quanto podem, na clássica designação, a força de trabalho?

Está prevista, como há muito tempo não se via, uma greve geral, marcada por ambas as centrais sindicais do País, tal é o conjunto de medidas legislativas que o actual governo pretende acrescentar às relações laborais, precarizando, precarizando, precarizando. Parece que as centrais sindicais estão a dizer que não toleram mais.

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quinta-feira, novembro 27, 2025

#TOLERÂNCIA333 - TOLERÂNCIA COM CR7 OU COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

 #TOLERÂNCIA333 - TOLERÂNCIA COM CR7 OU COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Logo a seguir ao encontro de Cristiano Ronaldo com Donald Trump eu escrevi no Facebook «Se o Cristiano Ronaldo representa sempre Portugal como diz Roberto Martínez, hoje sinto-me profundamente envergonhado.»

Penso que não foi o próprio Cristiano Ronaldo que reclamou para si a condição de "embaixador de Portugal", essa condição, no fundo, é-lhe atribuída pelo seleccionador da Equipa das Quinas e pelo próprio Presidente da República. Sobretudo pela posição assumida por Marcelo Rebelo de Sousa, eu senti (e sem agora me desdizer) a vergonha.

Parece-me que na edição de hoje da Visão, o subdirector Filipe Luís coloca muito bem a questão:

«A polémica nacional – e, talvez, internacional – relacionada com o convite/visita de Cristiano Ronaldo à Casa Branca, depois de, dias antes, cirurgicamente, ter manifestado a sua admiração por Donald Trump, é como todas as polémicas ligadas ao futebol: um manifesto exagero, exacerbado por factores emocionais que nada têm a ver com a realidade das coisas. A importância dada a este evento teve de tudo: 'haters' de Ronaldo que viram confirmada a sua aversão, fãs de Donald Trump que viram legitimada a sua
admiração, novos 'haters' para o primeiro, saídos das fileiras de anteriores incondicionais, e até novos admiradores do segundo que, se antes o viam com maus olhos, agora apreciaram a sua “humanização”. O nosso CR7 esteve numa plateia de poderosos barra milionários, com nomes como Je Bezos e Elon Musk, juntamente com Donald Trump e Mohammed bin Salman. De referir que a Arábia Saudita anunciou o investimento de mil milhões de dólares em projectos nos EUA, ao mesmo tempo que confirma parcerias em Inteligência Artificial, tecnologia e defesa, com implicações directas na geopolítica do Médio Oriente. Não esquecer, neste contexto, o Projeto Prometheus, de Bezos, que pode transformar a capital saudita, Riade, num centro mundial de IA. No meio disto tudo, o peão Cristiano Ronaldo é um 'influencer' de luxo, uma flor na lapela do príncipe saudita.

»Vale a pena, neste ponto, portanto, debruçarmo-nos sobre um argumento muito utilizado pelos

defensores de Cristiano Ronaldo, não porque ele tenha fundamento, mas porque foi brandido por figuras com a responsabilidade do seleccionador nacional, Roberto Martínez, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Segundo esta narrativa, a presença de Ronaldo na Casa Branca, naquela intimidade com o homem alegadamente mais poderoso do mundo, deve encher-nos de orgulho, porque o Cristiano “é o melhor dos nossos embaixadores”. Além do provincianismo do argumento, podemos tolerar, compreender (e o autor destas linhas compreende) [Repare-se, peço-vos eu, neste precioso exemplo da proximidade e da distância entre tolerar e compreender] defender ou até admirar a façanha da presença de Ronaldo, como convidado de luxo de Trump. Mas não por estes motivos. Nem o seleccionador nem o PR ignoram, porque o próprio Ronaldo não o escondeu, que a ida do jogador para o campeonato saudita incluiu nas suas atribuições a função de embaixador da candidatura da Arábia Saudita à organização do Campeonato do Mundo de Futebol de 2034. É legítimo: Ronaldo é pago para isso. E não vale a pena vir o choradinho dos direitos humanos espezinhados na Arábia Saudita e a alegada conivência do astro português com um regime supostamente assassino: ele não é a Madre Teresa, nem é um activista, nem é obrigado a sê-lo. Ele é um profissional, bem acompanhado por outros profissionais congéneres que encontraram naquele país um emprego e um futuro – a começar por muitos jogadores e vários treinadores portugueses. Ele, sendo muito mais do que um jogador de futebol, na essência é só um jogador de futebol. Mas dizer que Ronaldo, nesta missão específica em Washington, foi nosso “embaixador”, é fazer de nós estúpidos e pretender que engulamos uma pílula de coliformes fecais com cobertura de açúcar. Em primeiro lugar, se um “embaixador de Portugal” está incluído numa comitiva saudita, é o País, e neste caso, o Presidente da República – que reconhece a Cristiano esse estatuto diplomático… – que está a pactuar com o regime sanguinário da Arábia Saudita. Não é Cristiano que está a fazê-lo. A natureza da “missão diplomática” não compromete o embaixador, pessoalmente: ela compromete o país que representa e que o legitima. Será que os portugueses acham bem ter um embaixador seu ao serviço de interesses sauditas?… E compromete, especificamente, o Presidente da República, na sua associação indesejável com o regime árabe. Que nós consideremos Cristiano um embaixador informal, tudo bem: é uma maneira de dizer. Mas que seja o PR a dar-lhe esse estatuto, nesta história concreta, é uma leviandade.»

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quarta-feira, novembro 26, 2025

#TOLERÂNCIA332 - A EDUCAÇÃO DOS VALORES DO DESPORTO

#TOLERÂNCIA332 - A EDUCAÇÃO DOS VALORES DO DESPORTO

Num certo sentido, revisitei hoje a estação 18, de 16 de Janeiro.

Fui convidado a estar presente na Cerimónia de Assinatura do Memorando de Entendimento “Ética no Desporto” entre a Fundação INATEL e o Instituto Português do Desporto e Juventude, seguida da abertura da Exposição "Move-te por Valores!", no Salão Nobre do Teatro da Trindade INATEL, em Lisboa.

O painel de apresentação da Exposição diz assim:

«A exposição "Move-te por Valores" é uma iniciativa itinerante que visa promover a ética no desporto e a cidadania, levando às diferentes comunidades experiências reais de vida e histórias inspiradoras de atletas e cidadãos, reforçando valores como o fair play, o respeito, a tolerância e a solidariedade.

»Neste sentido e decorrente da parceria estabelecida entre a Fundação Inatel e o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ, IP) é criado um prolongamento da exposição "Move-te por Valores!", no contexto INATEL.

»A Fundação Inatel vai implementar a exposição "Move-te por valores!", na sua rede de influência, envolvendo as suas delegações e estruturas locais, associados coletivos (centros de cultura e desporto) e junto de vários parceiros. Esta itinerância representa uma oportunidade para consolidar e alargar o impacto da mensagem centrada nos valores da ética no desporto, valorizando deste modo o património humano, associativo e de cidadania responsável da INATEL.

»A exposição é composta por painéis expositivos, integrando 34 unidades da exposição original, aos quais se juntam novas histórias, representativas de personalidades e entidades do universo INATEL, que refletem exemplos inspiradores e que priorizam os valores do espírito desportivo, da ética e da integridade no desporto.

»A versão inclusiva da exposição garante a acessibilidade através de QR code, conteúdos áudio para pessoas com deficiência visual.»

A dr.ª Lídia Praça (vogal do conselho directivo do IPDJ), tomando a palavra na sessão, interrogou-se e interrogou-me acerca dos anos que já passaram desde que a Exposição viu a luz do dia na Eça de Queirós, no dia 20 de Abril de 2018, com 21 painéis. No dia 27 de Outubro de 2017, eu tinha escrito assim à dr.ª Lídia Praça: «Mas que livro nos mandou!... Como casa tão perfeitamente com o nosso lema! [Eu estava a falar do ideal do programa Escolas Embaixadoras do Parlamento Europeu] Muito obrigado! Tenho estado a pensar como poderemos espalhar todos os exemplos pela escola... (...) Há mensagens, há exemplos, com tão forte impacto!...»

"Deus quer, o homem sonha, a obra nasce", disse o Poeta. Nasceu e desenvolveu-se com a condução sábia do dr. José Lima, coordenador do Plano Nacional de Ética no Desporto.

Hoje são entre duas a três centenas de painéis, agrupados em 8 a 10 versões da Exposição. É a Pedagogia e a Educação pelo exemplo. Tem valido a pena? Oh, se tem! É uma impressionante construção colectiva liderada pelo PNED, que já se espalhou por todo o País (incluindo as Ilhas), nas escolas, nas associações e clubes desportivos; e agora a Fundação INATEL. Volta-me ao pensamento a desafiante frase do meu mestre João dos Santos: «Educar é oferecer-se como exemplo.»

O exemplo chega onde o discurso mais inflamado, convicto ou assertivo muitas vezes não chega, os mais novos, mesmo que o não digam ou de tal não tenham consciência, preferem, em geral, o «Vá, mostra-me como tu fazes...» mais do que as palavras, palavras, palavras, por muito incentivadoras que sejam. É claro que é a conversar que a gente se entende, mas quantas vezes — no fundo, como mostram os painéis-exemplos da Exposição — as pessoas, os atletas, fazem o que nunca premeditaram fazer! E por que razão o fazem? A resposta é uma, directa e clara: porque se movem por valores. E onde foram buscar esses valores? À educação, à influência social recebida na família, na escola e no clube desportivo; numa palavra, à educação.

Sim, estou muito contente de fazer parte desta tão dinâmica realização colectiva. Sim, a praticamente um mês do final da minha viagem, ponho esta participação pessoal no balanço da viagem que tanto tem valido a pena!

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terça-feira, novembro 25, 2025

#TOLERÂNCIA331 - ARREPENDEU-SE, FOI PEDIR DESCULPA

 #TOLERÂNCIA331 - ARREPENDEU-SE, FOI PEDIR DESCULPA

Assim que li a notícia, escolhi-a para o apontamento diário da viagem. Não contém a palavra Tolerância, mas pensei imediatamente que a notícia, o acontecimento, tinha a ver com Tolerância. Crio, com a minha decisão, a excepção à regra, a de todos os textos da minha Saga conterem a palavra Tolerância — não é o caso da notícia do pedido de desculpas do seleccionador de futebol espanhol. Vamos à notícia:

Título e sub-título: Selecionador espanhol pede desculpa: «O primeiro a sentir vergonha sou eu». Luis de la Fuente retractou-se após não ter cumprimentado o quarto árbitro do encontro frente à Turquia, no qual a Espanha confirmou o apuramento para o Mundial 2026.

Notícia: «O seleccionador espanhol, Luis de la Fuente, pediu desculpa por não ter cumprimentado o quarto árbitro após o empate frente à Turquia, no passado dia 18 de novembro.

»Inicialmente, o técnico de 64 anos tinha dito que não havia visto o árbitro, logo após a partida, no programa 'El Partidazo de COPE'. Agora, deu um passo atrás e retractou-se.

» «Não me sinto nada orgulhoso, muito pelo contrário. Quero pedir desculpa publicamente», começou por dizer, na 'Fibwi Radio'.

» «Tínhamos tido diferentes pontos de vista e alguma tensão durante o jogo. Senti que ele não se tinha portado bem comigo e quis mostrar esse desagrado. Arrependo-me, porque não sou assim nem devia tê-lo feito», acrescentou o seleccionador de Espanha.

»O treinador fez ainda questão de sublinhar a importância do exemplo que alguém na sua posição deve transmitir: «Temos uma responsabilidade. Há muitas pessoas que nos observam e temos de projectar uma imagem que esteja à altura das circunstâncias, não só no futebol, mas também a nível humano.»

» «Naquele instante, estamos com as pulsações muito altas e de cabeça quente. Devia ter falado com ele, não negar o cumprimento. O primeiro a sentir vergonha sou eu», reconheceu ainda.

»Refira-se que a Espanha confirmou o apuramento para o Mundial 2026 nesse empate diante da Turquia, a duas bolas, em Sevilha. No conjunto turco, Deniz Gul, avançado do FC Porto, marcou um dos golos.»

Como a minha opção foi por impulso, tive de me perguntar a razão e tentar perceber o que, que nem relâmpago, me passou pela cabeça para carimbar a nitícia com o selo da Tolerância. Reconheci autocrítica, reflexão, ponderação, compreensão, arrependimento, empatia, sentido de justiça, aceitação; e intolerância; exemplo, educação, tolerância e fair play.

A questão que me pus a seguir foi a seguinte: com tantas coisas, com tantas atitudes e valores, o que faz aqui a Tolerância? Será mesmo preciso incluí-la nesta panóplia de factores que levam ao pedido de desculpa?

Penso que o treinador espanhol se mostrou intolerante com o árbitro e com o que pensou ter sido um erro que o árbitro cometeu; e depois foi tolerante consigo mesmo ao reconhecer, aceitar e a seguir assumir que, não obstante poder ter razão, há que saber aceitar que os outros podem, de boa fé, errar. Quer dizer, a Tolerância para com o erro humano levou-o da acusação, sobranceria e falta de desportivismo ao retractar-se, depois de sentir vergonha do comportamento que teve.

Aceito que esteja a olhar a situação com olhos de mãe coruja, muito amorosa da obsessão que não lhe sai da cabeça, a Tolerância. Seja. Vou guardar para uma discussão em grupo na nossa formação aprofundada.

P.S. - Escrevi este apontamento (tinha guardado o 'link' da notícia) depois de escrever o apontamento #TOLERÂNCIA332 do dia 26. No apontamento do dia 26 centro-me no tema do exemplo, dos bons exemplos. Registo, com satisfação, a preocupação do treinador espanhol de que os seus comportamentos, bons e maus, são exemplos sociais e desportivos.

(1) https://www.abola.pt/noticias/selecionador-espanhol-pede-desculpa-o-primeiro-a-sentir-vergonha-sou-eu-2025112515101042682

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segunda-feira, novembro 24, 2025

#TOLERÂNCIA330 - O MUNDO OCIDENTAL É TOLERANTE?

 #TOLERÂNCIA330 - O MUNDO OCIDENTAL É TOLERANTE?

Foi a notável psicanalista, minha amiga, Zorka Domić, que partilhou comigo, hoje, este texto no Facebook, com esta simples mensagem: «La tolerancia? pour Fernando Pinto Abrazo»

«Perguntei-me se não estaremos, nós ocidentais, a criar grandes ilusões sobre nós próprios.

Imaginamo-nos hoje como uma civilização muito tolerante. Acolhemos todas as formas do passado, as «outras» formas culturais, estranhas a nós; acolhemos também todos os desvios que são da ordem do comportamento, da linguagem, da sexualidade, etc. Eu pergunto-me se isso não será uma ilusão. Por outras palavras, para se poder conhecer a loucura, foi preciso excluí-la. Para conhecer as outras culturas, não ocidentais, foi sem dúvida preciso não só excluí-las, não só desprezá-las, mas explorá-las, conquistá-las e, de certa forma, através da violência, silenciá-las. Silenciámos a loucura e conhecemo-la. Silenciámos as culturas estrangeiras e conhecemo-las. […] A universalidade do nosso saber ocidental foi adquirida ao preço de exclusões […] ao preço de uma espécie de crueldade para com toda a realidade.»

As palavras são de Michel Foucault, citado por Andrea Teti durante o Colóquio: "A Palestina e a Europa, peso do passado e dinâmicas contemporâneas", que se realizou no dia 14 deste mês, no Collège de France, em Paris. (Fui pesquisar, e o Gemini disse-me que estas palavras específicas não foram retiradas directamente de um livro escrito por Michel Foucault, mas sim de uma entrevista televisionada, num programa literário francês: Lectures pour tous (Leituras para todos), em 27 de Junho de 1961, sendo entrevistador Pierre Dumayet.

Estas palavras de Foucault, na minha opinião, ilustram magnificamente, claramente, a profunda resistência que pessoas de grande saber histórico, cultural e político — tenho o privilégio de conhecer algumas, sobretudo de língua, cultura e cidadania francesas — mantêm em relação ao valor da Tolerância. Foucault defende que aquilo que o Ocidente vê como abertura, tolerância e universalidade é, na verdade, resultado de silenciamentos opressivos, abafantes, dominadores, e a autocompreensão do Ocidente como civilizado e tolerante oculta os mecanismos de poder que sustentam a arrogância da dominação.

Penso que vivemos actualmente, outra vez, em grandes ilusões de grandes liberdades, em que grandes juras de tolerância mascaram grandes atitudes de intolerância. Muitos mais do se poderia pensar têm telhados de vidro, tanto à direita como à esquerda do espectro político e ideológico.

Mais uma vez, é minha convicção que é a Educação que pode, com sábia pedagogia, enfrentar estereótipos e preconceitos que afastam os indivíduos e os grupos do diálogo, do entendimento, da negociação, da cedência, da compreensão e da aceitação. Como? Repito: com acções, com actividades, com realizações concretas, bem mais do que com infindáveis discursos e confrontos verbais, num campo em que as palavras, ao jeito do amoroso Eugénio de Andrade, já estão gastas. Já fomos tomando contacto, nesta viagem, com muitas propostas de actividades. Volte-se a elas as vezes que forem necessárias; e o limite da criatividade e do entusiasmo para inventar outras é o céu.

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domingo, novembro 23, 2025

#TOLERÂNCIA329 - PODE CAIR MUITA COISA, A TOLERÂNCIA PERMANECE

 #TOLERÂNCIA329 - PODE CAIR MUITA COISA, A TOLERÂNCIA PERMANECE

O Coronel Rodrigo Sousa e Castro, Capitão de Abril, elemento do Grupo dos Nove e coordenador da Comissão de Extinção da PIDE-DGS, entrou nas minhas aulas, se não estou em erro, no ano lectivo 2014/15. Entrou e delas nunca mais saiu — mesmo nos anos em que não voltou à Eça, eu falei sempre dele aos meus alunos.

Não me canso de elogiar as suas notáveis qualidades comunicacionais: a clareza do discurso, a

facilidade e a precisão com que separa a informação da opinião, a autenticidade com que escuta o interlocutor — sem nunca o interromper!, e seja professor crescido ou aluno pequeno —, o respeito que mantém mesmo perante uma bem agressiva postura de quem dele discorda ou contesta radicalmente. E nunca o ouvi discutir com o propósito de mostrar que ele é que tem razão.

Li na edição de hoje do Público a entrevista que anda já há dias por aí na Internet, mas a que eu não tinha acesso por não ser assinante do jornal.

Da preciosa e muito rica entrevista destaco apenas o que à geografia desta viagem diz directamente respeito — e não é nada despiciente, bem pelo contrário!

Pergunta: "Mas esse mito de que o colonizador português era diferente dos outros, mais benigno, não-racista, não impede a actual extrema-direita de produzir um discurso de ódio contra os imigrantes. E
ser seguida por um milhão e meio de pessoas. Para um capitão de Abril isto não é chocante? O que falhou?"

Rodrigo Sousa e Castro: «É chocante e dramático. Há um claudicar de princípios morais. O problema é que, no dia 26 de Abril de 1974, havia 10 milhões de democratas. Ninguém era salazarista. Ou não podia dizer que era. Mas ficou aquilo а que, em cada um, podemos chamar subconsciente fascista. E, na colectividade, subconsciente autoritário. Eu fui educado na Igreja. Depois deixei de ser crente, mas ficou-me a tolerância. Sou tolerante para com quem é diferente e sou humanista. Compreendo as dificuldades dos outros e, se puder, ajudo. Isso é um valor cristão.

»Na década de 1990, protegi muitos imigrantes ucranianos. Tenho um afilhado adoptivo, que já tem 30 anos e vive cá. Mas fui eu que o trouxe, quando tinha sete anos. Emprestei dinheiro à mãe, que era minha
empregada, para pagar às máfias e trazer o miúdo, que estava doente. É agora um cidadão português de primeira água. Trabalha, constituiu família.

»Também emprestei dinheiro a um construtor para ele, que tinha entrado em dificuldades, poder pagar os salários aos trabalhadores ucranianos. E ajudei vários outros. A mim, estas pessoas que vieram à procura de uma vida melhor merecem-me todo o respeito.»

Tanto, mas mesmo tanto!, que resposta do Capitão de Abril, bem como na própria pergunta (e ainda no resto da entrevista), há que mereça reflexão e conversa profundas. E tolerantes, sim, tolerantes.

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sábado, novembro 22, 2025

#TOLERÂNCIA328 - O QUE O ZERO NOS ENSINA SOBRE A TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA328 - O QUE O ZERO NOS ENSINA SOBRE A TOLERÂNCIA

Tive hoje acesso à revista Superinteressante (versão digital, edição Biblioteca) dedicada ao Zero: "História do Zero, origens e evolução da ideia mais revolucionária da Matemática".

Foi preciso uma longa aprendizagem até à aceitação da existência do Zero. Foi preciso vencer muita intolerância. O Zero desperta ideia de vazio, de ausência, de nada, de não existência. As culturas humanas, independentes entre si, andaram às voltas com o Zero, umas mais pacificamente, outras mais tumultuosamente.

Na cultura que é a principal matriz do pensamento europeu ocidental, o dossier da Superinteressante designa Aristóteles como o pecador original: «Os gregos antigos, cuja influência no pensamento ocidental tem sido imensa, confrontaram-se deliberadamente com a ideia de vazio, marcando um forte contraste com as culturas mesopotâmica e maia que, pelo menos tangencialmente, se aproximaram
da noção de zero. Esta resistência deve-se, em grande parte, às ideias filosóficas de Aristóteles, que defendia que a natureza abomina o vácuo (
'horror vacui'). Segundo o filósofo de Stagira, o vazio não podia existir porque não tinha qualquer função no cosmos; para ele, todo o espaço tinha de ser preenchido com matéria ou substância.»

Mais à frente, o grande texto acrescenta: «A ideia do 'horror vacui' tornou-se assim um dogma no pensamento medieval.», e parece que Galileu teve dificuldade em lidar com essa ideia.

«Até meados do século XVII, os atlas europeus evitavam os espaços vazios, acrescentando ilustrações de animais marinhos, lacunas imaginárias e anotações pseudo-científicas. O vazio, tanto na ciência como na representação do mundo, era uma incógnita intolerável.»

«A incapacidade de aceitar o vazio tornou extremamente difícil a incorporação do zero na matemática ocidental. Não se tratava apenas de uma questão técnica ou numérica, mas de um choque cultural e filosófico. Nesse sentido, aceitar o zero implicava aceitar que poderia existir um espaço sem conteúdo, uma quantidade sem valor, uma ausência que tivesse um significado próprio. E isso, na Europa medieval, era uma ideia que poucos estavam dispostos a tolerar.»

A Física moderna aceita pacificamente a existência do vácuo, fala em "partículas virtuais": «Estas partículas não são uma fantasia matemática. Surgem diretamente do princípio da incerteza, que permite — durante um período de tempo muito curto e em escalas microscópicas — tolerar violações da conservação da energia.»

A história do Zero mostra-nos — é uma muito importante aprendizagem cultural e civilizacional das actuais gerações — que na aquisição do conhecimento científico a intolerância não é boa conselheira: a intolerância a novas ideias, a novas hipóteses. Até na convicção pessoal, sentida com muito boa fé, pode haver uma atitude de intolerância.

Em “Uma Campanha Alegre” (que escreveu entre 1890-1891) Eça de Queiroz escreveu, a abrir o livro, uma “Advertência”, que começa assim: «A mocidade tem destas esplêndidas confianças; só por amar a Verdade imagina que a possui.» Talvez até os mais velhos nunca percam essas esplêndidas confianças da mocidade. São muito tentadoras, enchem-nos de sensações e sentimentos saborosos. Só que nós, agora, ao contrário de Galileu e, mais ainda, de Aristóteles, estamos bem avisados.

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sexta-feira, novembro 21, 2025

#TOLERÂNCIA327 - A ESCOLA REPRODUZ A SOCIEDADE

 #TOLERÂNCIA327 - A ESCOLA REPRODUZ A SOCIEDADE

Gabriel Attal tem 36 anos, apenas, mas já foi Ministro da Educação e da Juventude em França (de 20 de Julho de 2023 a 11 de Janeiro de 2024), e depois foi 1.º-Ministro (de 9 de Janeiro a 5 de Setembro de 2024).

Lembro-me de ter pensado para mim, logo na altura da eleição para ministro da Educação, e mais ainda na nomeação para 1.º-ministro, que mal vai o país, mal vai o mundo, quando um país tão grande, desenvolvido e culto como a França não consegue encontrar entre os mais velhos cultura, saber e experiência política para cargos governativos tão importantes. Adiante.

Na edição de hoje do "Le Figaro Magazine" ele dá uma entrevista a meias com Christine Kelly, jornalista que publicou recentemente o livro "Pourquoi moi ?". Nas duas primeiras respostas que dá na entrevista, ele fala da Tolerância.

1.ª pergunta: "Christine Kelly, no livro «Pourquoi moi ?» (Porquê eu?), a Christine evoca o 'bullying' de que foi vítima durante a sua juventude. Gabriel Attal, o senhor fez deste tema um dos seus principais combates, enquanto presidente da associação "Faire face" (Fazer face). Porque é que esta causa lhe é tão

querida?"

Gabriel Attal: «Fiz deste assunto um combate quando me tornei Secretário de Estado da Juventude e, depois, Ministro da Educação Nacional. É, antes de mais, um combate pela escola. O meu objectivo é que a escola transmita o saber e eleve o nível geral. Ora, não se pode esperar elevar o nível se o ambiente escolar estiver degradado pelo 'bullying'. Uma criança vítima de 'bullying', uma turma onde um aluno é agredido, ou um professor confrontado com esta situação, não conseguem aprender ou ensinar em boas condições. Para além disso, é um combate pela sociedade. Acredito numa sociedade fundada na tolerância e na aceitação do outro. É lutando contra o 'bullying' na escola que preparamos uma sociedade de respeito e de aceitação, pois as crianças de hoje são os cidadãos de amanhã.»

2.ª pergunta: Gabriel Attal, a Educação Nacional leva hoje este assunto suficientemente a sério? Durante muito tempo, houve a tendência de excluir a vítima em vez do agressor…

Gabriel Attal: «Esse foi o reflexo durante muito tempo. O 'bullying' é tão antigo como a escola, mas ocorreram três grandes mudanças. Primeiro, a nossa relação com o 'bullying' mudou. A própria palavra é recente [no discurso público]. Há cerca de quinze anos, ainda se falava de "implicâncias" ou "praxes", e banalizavam-se esses comportamentos. Quando fui ministro, instaurei uma grelha de auto-avaliação preenchida anualmente pelos alunos, do CE2 ao Terminale (do 3.º ao 12.º ano). Isso permite estimar em 700.000 ou 800.000 o número de alunos vítimas todos os anos, ou seja, cerca de dois por turma. Por fim, o 'bullying' já não tem fronteiras. Antigamente, começava de manhã na escola e parava à noite. Hoje, com as redes sociais, continua em permanência. As crianças sentem que aquilo nunca acaba, que não há saída. É isso que explica os dramas que conhecemos, os suicídios de adolescentes. É preciso compreender que não se trata de simples zangas de miúdos. Eu sempre disse que é preciso que a vergonha mude de lado. Não é o aluno vítima de 'bullying' que tem de sentir vergonha, mas sim os seus agressores. O sentimento de culpa é muito forte. O aluno sente também que não há saída, que não tem ninguém com quem falar. Tudo isto leva as crianças a elevar o seu limiar de tolerância e de aceitação, a suportar situações totalmente inaceitáveis sem sequer se darem conta. Estamos a viver uma verdadeira mudança cultural na Educação Nacional sobre este tema. Espero ter contribuído para isso, nomeadamente ao assinar o decreto que prevê agora que é o aluno agressor que deve deixar a escola, e já não o aluno vítima.»

Fica-me em eco a "sociedade de respeito e de aceitação" e "as crianças de hoje [que] são os cidadãos de amanhã." A seguir vem-me à cabeça a obra clássica de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, a "La Reproduction, éléments pour une théorie du système d’enseignement", de 1970 (eles também falam em limiar de tolerância)... Penso na perversão redutora ao pólo do bom (o aluno vítima) e ao pólo do mau (o aluno agressor).... Penso que modelos de respeito e aceitação, e de tolerância, os governantes franceses têm sido para os cidadãos do seu país...

Noutras estações desta viagem já falei do que a Educação, a Escola, faz e se perde quando se chega à Sociedade Adulta, sobretudo quando a Competição suplanta a Cooperação.

O que dirá o jovem ex-1.º-Ministro francês sobre a Tolerância daqui a 10, 20 e 30 anos? A Educação e a Escola não podem ficar à espera da resposta, têm de continuar a fazer o melhor que souberem e puderem todos os dias. Há que continuar a atirar o barro à parede.

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quinta-feira, novembro 20, 2025

#TOLERÂNCIA326 - HÁ UM MINISTÉRIO DA TOLERÂNCIA E DA COEXISTÊNCIA

 #TOLERÂNCIA326 - HÁ UM MINISTÉRIO DA TOLERÂNCIA E DA COEXISTÊNCIA

Há, e até hoje eu não sabia. Nos Emirados Árabes Unidos.

Transcrevo integralmente (com a ajuda do Gemino na tradução) a notícia que encontrei na NET. Perfeito ou imperfeito, que este ministério governamental dos EAU inspire muitos outros ministérios em todo o Mundo!

Nahyan bin Mubarak lança a iniciativa "Tolerância e Coexistência na Era da Inteligência Artificial"(1)

ABU DHABI, 20 de novembro de 2025 (WAM) -- O Xeque Nahyan bin Mubarak Al Nahyan, Ministro da Tolerância e Coexistência, lançou a iniciativa "Tolerância e Coexistência na Era da Inteligência Artificial".

O Ministro afirmou que esta iniciativa está alinhada com a visão da sábia liderança de aproveitar plenamente as oportunidades do presente e as expectativas do futuro, para que os EAU permaneçam totalmente capazes de dar um contributo significativo para o progresso global.

Estas declarações foram proferidas durante uma conferência de imprensa organizada hoje pelo Ministério da Tolerância e Coexistência, que contou com a presença de Afra Al Sabri, Directora-Geral do Ministério da Tolerância e Coexistência, juntamente com vários líderes dos meios de comunicação social do país.

A conferência de imprensa abordou os planos futuros do Ministério e a adopção da tecnologia de inteligência artificial em todas as suas iniciativas e programas ao longo do ano.

O Xeque Nahyan bin Mubarak afirmou: "Esta iniciativa representa o contributo do Ministério para o reforço da posição de liderança dos EAU no domínio da inteligência artificial, que se tornou uma força determinante na configuração da vida em todo o mundo. A iniciativa visa promover os valores da tolerância e da coexistência ao nível do indivíduo, da comunidade local, da nação e das nossas relações com o mundo."

O Xeque Nahyan referiu que, a nível individual, as ferramentas de IA ajudarão a reforçar a compreensão mútua, a facilitar a comunicação, a permitir o trabalho colaborativo e a expandir as oportunidades de aprendizagem contínua e de autodesenvolvimento.

A nível comunitário, explicou, a IA aumentará a eficiência e a eficácia das instituições e entidades locais, permitindo aos seus membros aprender em conjunto, trocar ideias e experiências, e implementar iniciativas conjuntas que promovam a tolerância e a coexistência em benefício do ambiente e da sociedade.

A nível nacional, acrescentou, as tecnologias de IA destacarão a forte ligação entre a tolerância e o desenvolvimento económico e social da nação, e fortalecerão também os laços com as comunidades de expatriados residentes, instituições públicas e privadas, líderes religiosos e a sociedade civil, apoiando simultaneamente parcerias que beneficiem todos.

A nível global, explicou ainda, a IA permitirá aos EAU apresentar ao mundo o seu modelo pioneiro de tolerância, coexistência e fraternidade humana. Ajudará também a construir relações eficazes e a cooperação, colaboração e coordenação através de fronteiras e distâncias.

Na prossecução desta iniciativa, acrescentou, o Ministério guia-se por uma clara compreensão da ligação entre a tolerância e a inteligência artificial, enfatizando a necessidade de preservar os valores humanos e os princípios éticos, e assegurando que a IA permanece ética, salvaguardando os direitos e defendendo a conduta moral.

"Nós, no Ministério da Tolerância e Coexistência, estamos plenamente conscientes dos grandes benefícios da IA, mas estamos igualmente conscientes dos riscos que podem advir da sua má utilização, riscos esses que podem ter um impacto negativo no tecido social. Vemos a IA como um teste para a humanidade, oferecendo tremendas oportunidades de progresso, mas exigindo consciência, responsabilidade e preparação para gerir os seus desafios com sabedoria", disse o Xeque Nahyan.

Destacou vários princípios-chave que orientarão a utilização da inteligência artificial no âmbito desta iniciativa:

1. Utilização Ética e Inclusiva

O Ministério servirá de modelo de uma IA compassiva, respeitosa e inclusiva, que reforça o amor, a integridade, a não-violência e a justiça, e que permanece livre de preconceitos culturais ou ideológicos.

2. Reforço da Conexão Humana

Observou que as aplicações de IA enfatizarão a compreensão mútua e os princípios do conhecimento mútuo, do diálogo e da acção colectiva, que são os pilares centrais do modelo de tolerância e coexistência dos EAU.

3. Inovação e Protecção

Disse que o Ministério utilizará a inteligência artificial de forma criativa para criar ferramentas que sirvam os seus objectivos e protejam a sociedade de riscos, reforçando assim a resiliência social num mundo em rápida mudança.

4. Dados e Geração de Conhecimento

A inteligência artificial será utilizada para recolher e analisar dados, incluindo conteúdos de redes sociais, com conclusões partilhadas amplamente para informar ações positivas.

5. Companheiros Digitais

Algumas aplicações funcionarão como companheiros digitais que oferecem orientação, apoiam a confiança pessoal e encorajam comportamentos construtivos entre os jovens e os membros da comunidade.

6. Expansão do Alcance e do Impacto

Afirmou que a IA permitirá ao Ministério chegar a públicos mais vastos e colaborar com parceiros dentro e fora dos EAU. Isto inclui dinamizar a Aliança Global pela Tolerância, apoiada pelo Ministério como uma plataforma global para os defensores da tolerância e da coexistência.

7. Fortes Parcerias Comunitárias

Disse que o Ministério colaborará com universidades, organizações da sociedade civil e empresas tecnológicas para desenvolver ferramentas de IA significativas que contribuam para o crescimento e desenvolvimento social.

Explicou, sem entrar em detalhes técnicos, que o Ministério desenvolverá doze aplicações de IA que abordam todas as áreas do seu trabalho e servem diversos segmentos da população nos EAU e além-fronteiras.

Estas aplicações apoiarão a aprendizagem contínua em qualquer altura e em qualquer lugar, inspirarão a inovação na tolerância e na coexistência, celebrarão a cultura, o património e a identidade nacional, aprofundarão as ligações globais, facilitarão a comunicação e a partilha de conhecimentos e construirão sistemas de dados avançados para análise e perceção.

Notou que a inteligência artificial é uma das ferramentas definidoras da era moderna e que o Ministério está empenhado em utilizá-la como uma força para a paz, a harmonia e a protecção dos valores humanos partilhados.

Concluiu afirmando que o Ministério da Tolerância e Coexistência continuará a trabalhar para se manter digno da confiança nele depositada, utilizando a IA para melhorar a eficiência institucional, servindo simultaneamente a sociedade e a humanidade nos EAU.

(1) https://www.wam.ae/en/article/bmt9o2a-nahyan-bin-mubarak-launches-tolerance-and?utm_source=chatgpt.com

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quarta-feira, novembro 19, 2025

#TOLERÂNCIA 325 - NÃO AGUENTO MAIS ESTA PESSOA!

 #TOLERÂNCIA 325 - NÃO AGUENTO MAIS ESTA PESSOA!

"Não há pessoa que seja mais intolerável, e que menos seja tolerada na sociedade, do que a pessoa intolerante." A frase, ou aforismo, é de Giacomo Leopardi (autor italiano, que teve uma vida curta, entre 1798 e 1837), e está no seu livro Zibaldone (pode-se traduzir por Miscelânea). Encontrei a frase quando folheava uma revista digital brasileira (Humanitas, n.º 190).

Penso que basicamente a frase quer dizer que a coisa que mais nos irrita nos outros, nalguns outros, é o facto de eles se irritarem com tudo. Quando encontramos alguém que não aceita falhas, opiniões diferentes ou pequenos erros, isso torna-se, para nós, uma característica muito difícil de aceitar. Ou seja, é difícil ter paciência para quem não tem paciência.

Sim, faz lembrar o paradoxo da Tolerância que há muitas etapas atrás visitámos.

O problema, ou melhor, o perigo da afirmação de Leopardi está em que a intolerância alheia, da pessoa que consideramos intolerante, aparentemente força-nos a nós próprios a sermos... isso mesmo, intolerantes. É possível que alguém à nossa volta ou nós mesmos pensemos que, às tantas, poderíamos ter sido um pouquinho mais tolerantes. Reconheço que é muito difícil manter a calma e a benevolência perante alguém que está constantemente a julgar os outros, a criticar ou a recusar-se a compreender seja quem seja, seja o que seja. Apaziguados no nosso «Basta!», sentindo-nos bem, podemos ser tentados, no futuro, noutra ocasião, a fazer o mesmo, mas sem a mesma dúvida ou hesitação, e assim, sem nos darmos conta, podemos tornar-nos mais intolerantes.

Não é fácil o caminho da Tolerância... Acho que nesta altura da viagem já temos clara consciência disso mesmo. Não são só os bíceps, os peitorais ou os abdominais; ou a atenção e a memória, que há que treinar para manter em boa forma, a Tolerância também precisa de treino regular.

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terça-feira, novembro 18, 2025

#TOLERÂNCIA324 - UM 'SITE' FOCADO NA TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA324 - UM 'SITE' FOCADO NA TOLERÂNCIA

Não tive intenção deliberada em escrever o apontamento de hoje a seguir ao de ontem. Posso dizer que são da mesma matriz, mas sucederam-se absolutamente por acaso — ainda bem, fiquei contente! Qual é a matriz? É a colaboração, é a achega que é trazida voluntariosamente.

Ontem, uma amiga minha mandou-me um acróstico que alguém publicou na Net; hoje encontrei um 'site' em que as pessoas são convidadas a escrever sobre a Tolerância e fazem-no voluntariamente.

O 'site' tem origem em Montreal, no Canadá. Afirma-se como sendo um espaço para «Olhar para dentro de nós e para o mundo. Independente e neutro em relação a todas as orientações políticas e religiosas, o Tolerance.ca® tem como objectivo promover a consciência dos principais princípios democráticos nos quais a tolerância se baseia.»(1)

O 'site' tem uma página com o seguinte título: "Tolerância. A tua resposta." A seguir pergunta: «O que é a Tolerância?» E convida assim à participação das pessoas: «Toda a gente fala de tolerância. Porquê? O que tem a tolerância de tão importante? Tem uma opinião sobre a tolerância que gostasse de partilhar? Por que razão devemos ser tolerantes? Conte-nos a sua opinião. Escreva a sua resposta diretamente na caixa abaixo. Mantenha a resposta breve - entre 10 a 15 linhas.»

Estão publicadas 3 respostas. A primeira: "Tem tolerância?" (por Ifrah Iman, em 9 de janeiro de 2018). «Eu costumava ter muita tolerância com as pessoas, há muitos anos. Quanto mais a vida se torna difícil, mais sinto que posso perder facilmente a minha tolerância para com os outros. Pergunto a mim mesma porque hei-de ter muita tolerância com pessoas que não se importam com a minha vida? Não faz sentido ter tolerância com pessoas que estão sempre a fechar-te portas na cara. Elas não gostam de ti ou não gostam do teu sucesso na vida. Estão apenas lá para te usar sem agradecer por tudo o que fazes por elas. Tomei uma decisão sobre a tolerância. Eu importo-me e tenho tolerância apenas com as pessoas que também se importam comigo. Se a pessoa em questão me desrespeitar ou disser algo mau sobre mim, vou dizer-lhe exactamente o que sinto em relação a ela, frente a frente, com tolerância zero.»

A segunda resposta: "Aceitação do Outro" (por Yvonne J., em 25 de agosto de 2008). «Tolerância significa aceitar as pessoas que podemos (inicialmente) considerar diferentes de nós próprios, "viver e deixar viver". A tolerância tende a ser um resultado natural de conhecer os nossos vizinhos, quer morem ao lado ou noutro país. Exige o reconhecimento do facto de que cada um de nós ocupa um pequeno espaço num planeta partilhado. A verdadeira tolerância é um estado activo, não passivo. Exige que projectemos abertura, estendamos as boas-vindas e procuremos valores e interesses comuns. Nasci nos EUA, mas visitei e/ou residi em 12 países diferentes, incluindo vários países muçulmanos. Esta experiência permitiu-me ver para além das diferenças culturais e religiosas, para perceber que a natureza humana é muito semelhante em todo o mundo.»

A terceira resposta: "O que é a Tolerância?" (por carliec, em 29 de maio de 2008). «Para mim, tolerância significa aceitar que, mesmo que não concordemos com as crenças, valores ou estilos de vida dos outros, temos certamente direito a tê-los. Descobri que coisas em que acreditava e que valorizava durante a minha juventude já não fazem parte de quem sou hoje. Acho que é o que nos faz adultos. A tolerância é o que me ajuda a aceitar quem sou, imperfeições e tudo, dentro da nossa humanidade. A tolerância encoraja-me a ser paciente, bondoso e prestativo com os outros. Obrigada. Carol Crocker»

Tenho a certeza de que em breve escreverei alguma coisa nesta página (https://www.tolerance.ca/Article.aspx?ID=10189&L=en); e sugiro a toda a gente que o faça também. Já viram bem o que estas 3 respostas estimulam à reflexão e à discussão? Vá, força!, acedam à página e respondam, mesmo que seja em português. Agora é fácil fazer-se a tradução para outras línguas, qualquer pessoa na Net pode fazê-lo.

(1) https://www.tolerance.ca/

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segunda-feira, novembro 17, 2025

#TOLERÂNCIA323 - UM ACRÓSTICO DA TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA323 - UM ACRÓSTICO DA TOLERÂNCIA

Hoje uma amiga de longa data escreveu-me assim no WhatsApp: «Ainda é tema? Retirei do Facebook. Boa tarde, amigo, continuação de bom dia.»

Ela mandou-me um acróstico de Tolerância, em ficheiro de imagem, que transponho para aqui assim:

.............enTender
.................Ouvir
..............faLar
.................Empatia
.................Respeitar
.......perdoAr
............coNviver
................Compreender
.............unIão
.........aceitAr

Agradeço vivamente o contributo da minha amiga e apetece-me discorrer o seguinte:

O acróstico apresentado utiliza a palavra “TOLERÂNCIA” como eixo estruturante para destacar valores, atitudes e comportamentos essenciais para a convivência humana, que se pretende tão harmoniosa quanto possível. Cada letra representa um elemento, digamos, um ingrediente, que, quando praticado, contribui para a construção de relações mais respeitosas e pacíficas.

1. Entender — representará a capacidade de procurar compreender o Outro antes de julgar, dando-lhe atenção. Pode associar-se ao valor da escuta activa e ao esforço para perceber diferentes perspectivas.

2. Ouvir — um comportamento fundamental para qualquer relação saudável. Implica atenção genuína, paciência e disponibilidade emocional. Sobretudo atenção, sempre a atenção, o foco atencional. Quanto melhor se ouvir menos se distorcer-se-á a mensagem, a informação, a comunicação.

3. Falar — comunicar. Comunicar. Comunicar. De lá para cá, de cá para lá. É a falar que a gente se entende, lá diz o ditado. Com clareza e respeito, é a atitude essencial para evitar conflitos e promover a compreensão mútua. (E já vamos à compreensão)

4. Empatia — um dos valores centrais da Tolerância. Refere-se à habilidade de se colocar no lugar do outro, tentando identificar e compreender os seus sentimentos e necessidades.

5. Respeitar — valor essencial nas interacções sociais. A Tolerância nasce do respeito pelas diferenças, sejam culturais, ideológicas ou pessoais; ou outras.

6. Perdoar — gesto-decisão que exige maturidade emocional; e esforço. Perdoar significa vencer zangas, ódios, raivas, decepções, ressentimentos; e significa promover um ambiente de paz e reconciliação.

7. Conviver — Refere-se à capacidade de partilhar espaços e experiências com outras pessoas, aceitando diferenças e esforçar-se em construir relações positivas.

8. Compreender — mais profundo que “entender”, implica uma interpretação mais ampla das razões e emoções do Outro, de mãos dadas com a empatia e o respeito.

9. União — valor que representa cooperação, apoio mútuo e sentimento de pertença. A união fortalece a coexistência pacífica. A união faz a força. Unidos resistimos, divididos caímos.

10. Aceitar — não basta compreender e respeitar; é preciso aceitar que as diferenças fazem parte da diversidade humana. O que se pode construir para bem de muitos, ou mesmo todos, tem na aceitação o momento crítico da obra que se começa.

No conjunto, o acróstico descreve um caminho completo para a prática da tolerância: ouvir, compreender, respeitar, comunicar e conviver são comportamentos que traduzem valores fundamentais como empatia, união e aceitação. O resultado é uma visão de convivência baseada na paz, no diálogo e na valorização da diversidade.

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domingo, novembro 16, 2025

#TOLERÂNCIA322 - DIA MUNDIAL DA TOLERÂNCIA

#TOLERÂNCIA322 - DIA MUNDIAL DA TOLERÂNCIA

É a definição oficial de Tolerância da UNESCO, que a escreve no seu 'site' em 5 línguas.

"Tolerance is respect, acceptance and appreciation of the rich diversity of our world's cultures, our forms of expression and ways of being human." (inglês)

« La tolérance est le respect, l'acceptation et l'appréciation de la richesse et de la diversité des cultures de notre monde, de nos modes d'expression et de nos manières d'exprimer notre qualité d'êtres humains. » (francês)

«La tolerancia es respeto, aceptación y aprecio de la extraordinaria diversidad que caracteriza a las culturas de nuestro mundo, nuestras formas de expresión y maneras de ser humanos». (espanhol)

«Терпимость означает уважение, принятие и правильное понимание богатого многообразия культур нашего мира, наших форм самовыражения и способов проявлений человеческой индивидуальности». (russo)

التسامح يعني الاحترام والقبول والتقدير للتنوع الثري لثقافات عالمنا ولأشكال التعبير وللصفات الإنسانية لدينا”. هذا القول مقتبس من إعلان المبادئ بشأن التسامح الذي" (árabe)

 “宽容是对我们这一世界丰富多彩的不同文化、不同的思想表达形式和不同的行为方式的尊重、接纳和欣赏。” (chinês - mandarim)

"A tolerância é o respeito, a aceitação e a apreciação da diversidade ricamente colorida das culturas do nosso mundo, das diferentes formas de expressão de pensamento e dos diferentes modos de comportamento." (traduzido pelo DeepSeek a partir da forma chinesa, em mandarim)

Foi em 16 de Novembro de 1995 que a UNESCO adoptou a Declaração dos Princípios da Tolerância, e em 1996 a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a Resolução 51/95, proclamando o dia 16 de Novembro o Dia Internacional para a Tolerância.

É assim o 1.º artigo da Declaração:

Artigo 1.º – Significado da tolerância
1.1 A tolerância é o respeito, a aceitação e a valorização da rica diversidade das culturas do nosso mundo, das nossas formas de expressão e dos modos de ser humano. É fomentada pelo conhecimento, pela abertura, pela comunicação e pela liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. Não constitui apenas um dever moral, é também uma exigência política e jurídica. A tolerância, virtude que torna a paz possível, contribui para a substituição da cultura da guerra por uma cultura de paz.

1.2 A tolerância não é concessão, condescendência nem indulgência. A tolerância é, acima de tudo, uma atitude activa, motivada pelo reconhecimento dos direitos humanos universais e das liberdades fundamentais dos outros. Em nenhuma circunstância pode ser utilizada para justificar violações desses valores fundamentais. A tolerância deve ser exercida por indivíduos, grupos e Estados.

1.3 A tolerância é a responsabilidade que sustenta os direitos humanos, o pluralismo (incluindo o pluralismo cultural), a democracia e o primado do Direito. Implica a rejeição do dogmatismo e do absolutismo e reafirma as normas estabelecidas nos instrumentos internacionais de direitos humanos.

1.4 Em conformidade com o respeito pelos direitos humanos, a prática da tolerância não significa tolerar a injustiça social, nem abandonar ou enfraquecer as próprias convicções. Significa que cada um é livre de se manter fiel às suas convicções e de aceitar que os outros se mantenham fiéis às suas. Significa aceitar o facto de que os seres humanos, naturalmente diversos na sua aparência, situação, linguagem, comportamento e valores, têm o direito de viver em paz e de ser tal como são. Significa também que as opiniões de uma pessoa não devem ser impostas aos outros.

Olhando este articulado após mais de 320 etapas pela geografia da Tolerância, em que procurei conhecer, clarificar, aprender, entender; e esclarecer como se pode educar a Tolerância, torna-se claro para mim que o Bem-Estar, a Harmonia, a Paz não se bastam com a Tolerância.

Por outro lado, penso que todos os conceitos de que a Declaração fala (respeito, aceitação, diversidade, convicções, concessão, condescendência, etc.) já foram visitados em algumas das etapas desta viagem.

Por agora, e como é dia de celebração, apenas uma coisa mais: no artigo 4.º a Declaração diz que «A Educação é o meio mais efectivo de prevenir a intolerância». Mas nesta altura da minha viagem não tenho dúvidas nenhumas (nem terá quem regularmente me tem acompanhado) de que é preciso também educar para a Intolerância (por exemplo, da injustiça). Aliás, todo o artigo 4.º é dedicado à Educação.

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