Já no fim, mesmo antes de arrumar as coisas, a fazer o planemento do trabalho até à próxima sexta-feira, ele e o R. discutiam sobre o empenho de cada um deles nos testes que se avizinham (Inglês, já no bloco de aulas a seguir a este em que estávamos; Matemática, Francês e Físico-Química).
O D. disse que a Físico-Química não valia a pena fazer nada. Tinha ido falar com a professora e tinha perguntado-lhe se, caso ele tirasse 90% no teste, se ela lhe dava a positiva. A professora (que, por sinal, no Conselho de Turma do dia 13 foi das que contribuiu com apreciações positivas e encorajadoras acerca do D.) disse-lhe que não, que não valia a pena, nem com uma boa nota no trabalho prático que ainda tinham em mãos; justificou-se acrescentando que a avaliação era contínua, ao longo do ano.
Por isso ele pôs a Físico-Química de lado. Se a professora lhe tivesse dado uma esperançazinha, ele, de certeza, que ia aproveitá-la.
E pouco depois aconteceu o encontro, nas escadas, ali mesmo entre a casa-de-banho dos rapazes e o bar: o R., a D.T. e eu próprio.
Quando a professora censurou o rapaz pelas faltas ao apoio de Físico-Química ele justificou-se com o que me tinha dito momentos antes, seguro do que estava a dizer.
"Mas mesmo assim devias ir ao apoio..." insistiu a directora de turma. "Faz-te bem, sempre aprendes alguma coisa..."
E é assim que nós vamos vivendo nas escolas: empenhando-nos francamente, honestamente, a bem dos alunos; mas renovadamente caíndo em desperdícios de vontades, intenções, esforços, recursos e tempo!...
Ora, no mínimo, o esforço da Físico-Química "impossível" não deveria ser aproveitado antes no Francês "possível"?... Pelo menos, nesta altura, o final do ano, em que alunos e professores estão circunstancialmente condicionados por níveis de aproveitamento mínimos que garantam a passagem dos alunos.
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