Não é fácil encontrar-se o jeito de dizer certas coisas que tantas vezes se sentem, mas ainda são difíceis de pensar porque não se encontraram as palavras certas, e, menos ainda, se as arrumaram umas a seguir às outras. Volta e meia repito isto, com estas palavras ou com outras parecidas.
Enquanto professores, seja de que saber técnico ou científico seja, devemos estar disponíveis para falar aos nossos alunos de coisas que lhes tocam como pessoas e os podem respeitar ou ofender na sua condição de cidadãos.
Neste espantoso texto de Baptista-Bastos, que encontrei na edição on line de hoje do Diário de Notícias, destaco duas ideias muito bem expressas com as tais palavras tantas vezes tão difíceis de encontrar:
"O niilismo moderno oculta-se na ideologia que domina a Europa, e os aparentes equívocos não são exercícios de estilo ou miniaturas verbais: constituem peças para aumentar a confusão geral. A Imprensa pouco ou nada esclarece do que se passa no interior da superfície; as televisões são caudais de frivolidades; os comentadores somente glosam e, na maioria, anotadores sem risco e sem reflexão. Alguém tem de sacudir esta inércia que nos está a liquidar como povo e a destruir, visivelmente, a nossa democracia - se é que a democracia alguma vez foi nossa."
A segunda ideia é esta:
" Quando D. Januário Torgal Ferreira declara: "Apetece-me dizer: vamos todos para a rua! Não vamos fazer tumultos, vamos fazer democracia"; diz, afinal, que nos devemos saber defender, que aprendamos a nos precaver contra o ovo da serpente. E, sobretudo, nos insurjamos perante as pequenas limitações de liberdade e de justiça, que nos aplicam em nome da "inevitabilidade" e do "equilíbrio do sistema." "
As palavras do bispo - Opinião - DN
Na edição on line do Diário de Notícias podemos encontrar, ao lado do artigo de Baptista-Bastos, um outro, também de opinião, de Vasco Graça Moura.
Neste artigo, VGM, mais uma vez destila o seu asco praticamente visceral a certos grupos de pessoas, muitos jovens, que, desta vez, cometeram o "pecado mortal" de irem ver o Rock in Rio; e fá-lo mais uma vez a partir de ideias preconcebidas, que ele próprio denuncia resultarem de se deixar levar pelas aparências: "E pelo aspecto, muitos deles integram as hordas de indignados que aparecem por aí noutras ocasiões."
É pena que ele faça assim, o texto, no essencial, é duma clareza e duma acutilância que saúdo, na mesma linha do que no outro artigo Baptista-Bastos faz também:
"É neste clima de fuga à realidade e amplificações ensurdecedoras que o verdadeiro rock da pesada muda de nome e de cenário. Passa a chamar-se Euro 2012. Agora, não lhe faltará o singular empenhamento da comunicação social, engendrando expectativas desmesuradas de triunfo e criando em todas as almas verdadeiramente lusitanas o frisson patriótico daquelas manhãs de nevoeiro em que uma redenção colectiva nos há-de chegar pela biqueira ágil dos craques, pondo termo às nossas angústias."
As palavras do bispo - Opinião - DN
Na edição on line do Diário de Notícias podemos encontrar, ao lado do artigo de Baptista-Bastos, um outro, também de opinião, de Vasco Graça Moura.
Neste artigo, VGM, mais uma vez destila o seu asco praticamente visceral a certos grupos de pessoas, muitos jovens, que, desta vez, cometeram o "pecado mortal" de irem ver o Rock in Rio; e fá-lo mais uma vez a partir de ideias preconcebidas, que ele próprio denuncia resultarem de se deixar levar pelas aparências: "E pelo aspecto, muitos deles integram as hordas de indignados que aparecem por aí noutras ocasiões."
É pena que ele faça assim, o texto, no essencial, é duma clareza e duma acutilância que saúdo, na mesma linha do que no outro artigo Baptista-Bastos faz também:
"É neste clima de fuga à realidade e amplificações ensurdecedoras que o verdadeiro rock da pesada muda de nome e de cenário. Passa a chamar-se Euro 2012. Agora, não lhe faltará o singular empenhamento da comunicação social, engendrando expectativas desmesuradas de triunfo e criando em todas as almas verdadeiramente lusitanas o frisson patriótico daquelas manhãs de nevoeiro em que uma redenção colectiva nos há-de chegar pela biqueira ágil dos craques, pondo termo às nossas angústias."
O meu querido amigo, o Pe. Bruno Miguel Machado, escreve hoje assim no seu mural do Facebook: "Quem não possui a caridade, ainda que faça muito bem, bem verdadeiro, trabalha em vão. Todas as nossas obras são inúteis para a vida eterna, se não são condimentadas com o bálsamo da caridade.” Santo António de Lisboa
ResponderEliminarNa TVI 24, em direto, o Pe. Vítor Melícias, franciscano, acaba de citar de cor Santo António de Lisboa, primeiro em latim, depois traduzindo para português: "Ninguém fique resignado à sua sorte."
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