quinta-feira, junho 14, 2012

Educação Física não conta para a média - Portugal - DN

Educação Física não conta para a média - Portugal - DN

Esta medida do Ministério de Educação da República Portuguesa é, no meu entender, uma medida que nos permite formar opinião sobre a consistência da cultura civilizacional e científica dos decisores que a tomaram; e a sua estreiteza de perspetiva, quando as verdadeiras soluções, não apenas na área da educação, mas também no desenvolvimento geral do País, reclamam sabedoria, rasgo e valorização de todas as dimensões das competências e capacidades humanas.
A médio ou longo prazo, é uma medida perfeitamente reversível, o que me deixa mais descansado. A curto prazo, parece-me uma medida muito infeliz, que vem distorcer a formação de um punhado não negligenciável de jovens.
Não é apenas a negação da velha máxima grega, que avisa que a mente sã se constroi sustentada no corpo são, é também a negação do que hoje em dia se sabe sobre a importância das actividades do corpo no desenvolvimento do cérebro, das capacidades abstrativas da mente; do autocontrolo e da autorregulação emocional; da estimulação e da aprendizagem da regulação da sociabilidade, da competição e da gestão dos conflitos.
Sinal dos tempos, esta medida mostra quanto as preocupações oficiais com a educação dos jovens vai a reboque das necessidades e das motivações pequenas do "desenrasca"  económico, mercantilista; e que todos nós, com os nossos governantes à cabeça, andamos a reboque de quem manda (os poderosos do dinheiro) e os que pensam que têm verdadeiro poder (os provisórios governantes).
Admito perfeitamente que haja alunos (não são todos, seguramente, os que há pouco quis referi no "punhado não negligenciável de jovens") e encarregados de educação em número não negligenciável que apoiem este medida, mas, infelizmente, a minha experiência, enquanto professor e enquanto psicólogo, tem-me mostrado quanto a pessoa (no fundo, pessoas concretas que eu conheço) perde quando se sobrevaloriza as coisas da mente, ou as coisas do corpo, pondo-se em causa a integridade da pessoa. É, sobretudo a felicidade pessoal e a felicidade das famílias que é posta em causa.

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