domingo, novembro 09, 2008

A avaliação e os professores - 3: Uma árvore conhece-se pelos seus frutos, não é?

Ora bem, vamos recapitular:
- Quem não concorda com a melhoria do ensino público? (Ninguém responde, silêncio total...)
- Quem não concorda que os professores devem ser avaliados? (Silêncio absoluto)
- Quem não concorda que os professores mais competentes e os mais capazes (provavelmente, os mais velhos, ou antigos) avaliem os mais novos? (Outra vez silêncio absoluto)
- Quem não concorda com a ministra da Educação que diz que uma ficha no princípio do ano, só três aulas assistidas ao longo do ano e uma ficha de avaliação no fim do ano, é pouco trabalho (Bem, ouviram-se uns sussurros, mas, verdadeiramente, ninguém se opôs)?
- Quem não concorda que é preciso separar o trigo do joio?
Pois é, postas as coisas assim, é difícil não concordar com tudo. Só que, na prática, como diz a cultura popular, de velha e sábia que é, de boas intenções está o inferno cheio.
Mas por aqui não vamos lá, quero dizer, por este lado, os professores pouco ou nada convencem a "opinião pública".
Sendo assim, vamos por outro lado:
- As reformas do Ministério da Educação (bem intencionadas, naturalmente) estão ou não a acelerar a saída, antes de tempo, das escolas dos professores mais velhos, mais próximos dos escalões superiores da carreira docente, assim já consagrados por estas mesmas reformas?
- Os rankings das escolas, que aí apareceram e por cá ficaram, para o bem e para o mal, estão ou não a mostrar o abaixamento das escolas públicas, em geral?
- Aumentou ou não o nível de insatisfação dos professores nas escolas, agora que se conta com duas manifestações públicas de mais de cem mil professores, em Lisboa, num período de oito meses?
- É ou não é verdade que a Confederação Nacional das Associações de Pais, que tão cedo saudou as decisões da Ministra da Educação agora já publicamente defende a necessidade de se fazer a revisão de decisões ministeriais, ou da sua aplicação, já que decisões há que estão a prejudicar o ensino e a aprendizagem nas escolas?
- Uma árvore conhece-se pelos seus frutos, não é?
- Que podemos nós dizer desta árvore que o Ministério de Maria de Lurdes Rodrigues e José Sócrates plantaram?
- Dá ou não dá por vezes a sensação que, afinal, se está a deitar trigo de muito boa qualidade fora?

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