sexta-feira, setembro 12, 2008

Encapuçados ou encapuzados

Se a frequência de notícias nos meios de comunicação social é um bom indicador da realidade, então está-se em Portugal perante uma onda de assaltos (à noite ou em plena luz do dia; com armas de fogo ou sem elas; fazendo e não fazendo reféns; na via pública, a cidadãos desprevenidos, ou a estabelecimentos comerciais de portas abertas ou já trancadas; com carjacking ou a pé...) como nunca antes.
Lamentavelmente, os governantes e os demais políticos principescamente instalados (e governando-se...) no sitema de condução da coisa pública desdobram-se em espectáculos televisivos de controlos de entradas e de saídas de locais da vida nocturna e da vida diurna; fiscalizam papéis, mandam soprar no balão, passam multas; procedem à detenção de um ou outro indivíduo e apreendem uma ou outra arma de fogo, mantendo-se por localizar centenas de milhares de armas, como já foi publicamente admitido. Chega a roçar a imbecilidade, tudo isto!...
Tristemente, nesta "brincadeira" de polícias e ladrões, só uma vitória, só uma mudança parece ter-se consolidado definitivamente: já ninguén diz assaltantes "encapuçados", já todos dizem que os ditos gatunos estão "encapuzados".
O mérito parece que terá de ser atribuído à experiência social que se impôs (tanto roubo!... tanto capuz, pois então!...) e ao minuto dedicado pela RTP1, todos os dias, de manhã, bem cedo, aos erros mais comuns da língua portuguesa.

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