Um pequenino texto em homenagem de aniversário a um querido amigo:
Trouxe-a para aqui, presa numa fotografia que roubei (Imaginem!... A Cristo, a Joaquim Cristo).
Parabéns, Velhinha! Tiveste um dia de anos feliz e alegre, não foi? Ora bem!...
(Em época de mudanças na escrita por causa do Acordo Ortográfico, veja-se como se escrevia em bom português ainda não há muito tempo)
CERTA VELHINHA
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que triste velhinha que vae a passar!
Não leva candeia; hoje, o céu não tem luzes...
Cautella, velhinha, não vás tropeçar!
(...)
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que linda velhinha que vem a passar!
E que olhos aquelles que parecem luzes!
Quaes velas accezas que a vêm a guiar...
(...)
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Velhinha tão alta que vem a chegar!
Parece uma Torre côada de luzes!
Ou antes a Torre de Marfim, a andar!
(...)
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Já não é a velhinha que vae a passar:
Um grande cortejo cheiinho de luzes,
Anninhas da Eira que vae a enterrar.
(...)
Além, na tapada das Quatorze Cruzes,
Que triste velhinha que vae a passar!
E que olhos aquelles que parecem luzes...
Aonde irá ella? Quem irá buscar?
António Nobre, in 'Só
P.S. Ah!... O amigo homenageado é o Zé Geadas
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