Recebi-a de António Eça de Queirós, passo-a a quem a quiser pegar.
É sobre as crianças,
é sobre os professores dedicados,
é sobre os burros pacientes e esforçados,
é sobre a pobreza que se combate,
é sobre a ignorância que se abate.
Em "Poetas de Hoje e de Ontem", os autores do livro dizem que Afonso Lopes Vieira organizou no seu palácio vários espetáculos para as crianças do bairro. O poeta leiriense, que nasceu em 1878 e faleceu em 1946, escreveu o seguinte poema, que parece talhado para este vídeo. Felizmente não é!... Mas é só por causa do dono!... O dono de que o poeta fala não é o professor colombiano.
Cuidadosos,
os burrinhos
vão andando
por caminhos.
Levam sacos,
levam lenha...
pesa a carga
que é tamanha!
Levam coisas
p'ra o mercado
no alforge
tão pesado.
E transportam
tudo, tudo
no seu passo
tão miúdo.
Tão miúdo,
tão esperto.
que anda tanto
por ser certo.
Do seu dono
que seria
sem o burro?
que faria?
E esse dono,
quando é mau,
dá-lhe, dá-lhe
com um pau!
E o burrinho
sofre então...
tem nos olhos
o perdão!
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