- que decisões políticas foram tomadas [ou pode-se perguntar de outra maneira: que resultados as decisões políticas dos países em matéria de educação obtiveram nas seguintes áreas...] para que, ao longo destes 60 anos, se educassem as crianças e os jovens ...
... na identificação dos perigos?
... na valorização do esforço pessoal?
... na promoção da criatividade?
... na vivência da solidariedade?
... na concepção da 'distinção' como enriquecimento e não ameaça à integridade pessoal?
... na inclusão dos outros, diferentes de si?
... no respeito, de igual para igual, dos africanos e das suas culturas?
segunda-feira, abril 27, 2009
9 de Maio é o Dia da Europa
domingo, abril 26, 2009
sexta-feira, abril 24, 2009
Há coisas muito engraçadas na participação deste miúdo!…
Parece trazer nele a experiência que lhe vem do chão, que sente a certeza do seu valor, mas tem sobre ele o obstáculo de que a sua condição natal o põe logo derrotado perante outros (não interessa se mais, igual ou menos capazes) certamente mais poderosos… São gerações e gerações de vidas duras e muito exploradas…
A espontaneidade do sotaque e da resposta rápida e oportuna a assumir e a defender o seu - o nosso!… - Benfica, a denunciar a integridade pessoal e o pensamento vivo…
O brilho dos olhos, olhando olhos nos olhos; e a expressão tristemente feita de empatia e carinho, com que agradeceu, não aos de Rio de Moinhos, concelho de Borba, mas sim aos de Rio de Moinhos e aos do concelho de Borba… Era o olhar, a firmeza e o afecto de quem sabia o que estava a dizer…
A explosão e a expressividade do salto e do abraço ao colega de concurso, assim que ouviu o Luís Goucha dizer o seu nome… muito claros da alegria sincera e saudável do feito que tinha conseguido alcançar…
Não quero ser tomado pelo virus da “concursite”, a ver quem fica em primeiro, mas o rapaz parece-me um daqueles atletas que os comentadores desportivos gostam de dizer que “correm de trás para a frente”. E assim, quem sabe?, se pelos seus próprios méritos ele não chegará onde ele próprio já considerou impossível chegar.
Hoje, na escola, quis brindar os meus alunos com um poema que celebrasse o 25 de Abril…
Entretanto, enquanto procurava esse poema, encontrei este outro, que achei à medida do Zé Geadas, que me faz lembrar o homem-criança que sonha na “Pedra Filosofal”. Gosto mesmo muito de ouvir o Zé cantar.
O poema. É de Fernando Pessoa (Ricardo Reis), escrito para ele:
Ode
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Zé, força!…
Viva o Benfica!… (Desculpem os outros o facciosismo…)
Viva o 25 de Abril! 25 de Abril, sempre!
O 25 de Abril comemorado na Escola
No final da sessão, eu não quis deixar de dizer aos jovens - e professores jovens - presentes no CRE (centro de recursos educativos) que eles também terão pela sua frente lutas de intensidade igual - mesmo, maior! - às que nós tivemos no nosso 25 de Abril. Ganhámos em liberdade cívica, em democracia (mesmo que apenas formal), mas o estado do mundo é, nos dias de hoje, de perspectivas muito sombrias, basta pensar-se no tema do aquecimento global e da delapidação vertiginosa dos recursos do Planeta, ou no tamanho da nossa pegada ecológica. Disse-lhes ainda que muitas das tiranias e dos poderes exploradores se mantêm, ou retornaram, sob vestes bem mais sofisticadas e a coberto de princípios democráticos indiscutíveis.
É verdade, mesmo que por outras razões, o mundo das próximas gerações parece que vai ser bem mais difícil que o meu e dos meus colegas "cotas".
Por isso, em jeito de despedida (despedida até ao 25 de Abril do próximo ano; despedida de esperança e de alento, apesar de tudo), deixei-lhes o seguinte poema de Miguel Torga:
Perenidade
Nada no mundo se repete.
Nenhuma hora é igual à que passou.
Cada fruto que vem cria e promete
Uma doçura que ninguém provou.
Mas a vida deseja
Em cada recomeço o mesmo fim.
E a borboleta, mal desperta, adeja
Pelas ruas floridas do jardim.
Homem novo que vens, olha a beleza!
Olha a graça que o teu instinto pede.
Tira da natureza
O luxo eterno que ela te concede.
(Miguel Torga, Libertação, 4.ª edição, 1978)
quinta-feira, abril 23, 2009
If "I could carve my poems in wood", Fernando Pessoa
If I could carve poems in wood,
By children they would be understood,
So near to the sense things have in God
Are both my poems and children’s thought.
For a child knows that logic and meaning
Are only nothing nothing screening,
And a child is only divinely aware
That all things are toys and all things are fair.
That a thimble, a stone and a cotton-reel
Are things we can quite divinely feel,
And that, if we make men out of those things,
They are really men, not imaginings.
I would therefore I could take my verse
Out of mere ideas and better it worse
To visible carving or drawing or what
My verses could be resembling that.
Then would I be the children’s poet.
And, though perhaps I might never know it
With the outer sense that makes life sadder,
In every innocent face made gladder
God would be giving my soul the sense,
Lost back of knowledge, of recompense –
The sense of children more children still
When, acting my poems at their glad will,
They, playing with toys, with legs incurled,
Lightly err the visible world.
Fernando Pessoa, as emoções e as representações das crianças
terça-feira, abril 21, 2009
José Geadas, de Rio de Moinhos, concelho de Borba
Há uma coisa que tu fizeste quando agradeceste aos teus conterrâneos, mesmo antes da votação que te pôs na final - quando tu não acreditavas que lá chegarias!... -, que os rapazinhos da tua idade, que vivem em Lisboa, e nas outras grandes cidades, não percebem, porque não sentem da maneira como tu sentes. E como sentem todos em Rio de Moinhos e em Borba (e nos outros Rios de Moinhos e Borbas por esse País fora): a força gregária do "concelho". Nenhum rapazinho da minha escola, nenhum dos meus alunos, se reconhece como pertencendo ao concelho de Lisboa, nem se apresenta assim a ninguém. Como terão gostado de te ouvir as pessoas da tua terra!... Como diz a poetisa portuguesa que foi tua vizinha, ali de Vila Viçosa, a Florbela Espanca (que fala muito de tristeza e pouco de alegria. Ela teria tido mais alegrias se te tivesse conhecido e te tivesse ouvido cantar, ou visto a brincar com os teus amigos), "O ver o teu olhar faz bem à gente..."
domingo, abril 19, 2009
Mas as crianças, Senhor, porque sofrem assim?!
- Menino de ouro não consegue ser feliz, vencedor antecipado provoca revolta
- Racismo na família, "O Sr. José Luís (avô de David Gomes) é um racista!"!
- David Gomes, Mãe proibida de falar
sábado, abril 11, 2009
A Páscoa, com ou sem coelhinhos
Ai!... Ai!...
Agora, às três e meia da tarde, cá por casa, cada um descansa para seu lado...
De manhã fui p'ró mar, ver baleias e golfinhos, depois de dar à pressa o pequeno-almoço à minha "Velhitas".
Cheguei a casa quase às duas da tarde, ela esperava por mim para almoçar. Creme de ervilhas e um belo bacalhau no forno!...
Depois consolámo-nos - quem ainda estava em casa - com amêndoas, que eu trouxe de Lisboa, escolhidas quase uma a uma! Falámos de folares (que os temos cá em casa; os do Redondo já acabaram, mas temos ainda um grande do Pico, que uma doente da minha irmã fez questão de lhe oferecer), até dos lagartos com olhinhos de feijão frade que há mais de 30 anos a tia Rosinda oferecia aos sobrinhos!... Eram deliciosos!... O Pedro Henrique, o meu sobrinho açoriano mais velho, foi surfar para São Jorge, come menos amêndoas, só as que tiverem sobrado no domingo de Páscoa; é bem feito!... (Talvez lhe guarde algumas, às escondidas)
Daqui a pouco, vou levar a minha mãe - como agora se tornou hábito - a acender o farol, o que, além de útil para quem cruza o mar no canal entre as ilhas, é um excelente passeio higiénico para ela.
Amanhã vamos todos almoçar fora, ao Chinês (!) que é a grande novidade aqui na cidade da Horta.
No domingo de Páscoa vamos chamar os amigos (aqueles muito especiais) e os outros familiares da Ilha e vamos todos almoçar tradicionalmente cá em casa.
De manhã iremos todos ao cemitério levar as amêndoas aos gulosos do senhor José (o Peter) e ao nosso "Velho". À tarde, será tempo de telefonar para a família de (Grande) Lisboa, Coimbra, Cernache, Abrantes e Matosinhos. E amigos, também do continente.
A missa pascal é seguida em casa, pela televisão, pelas duas anciãs da família, Lourdes e Luísa.
Desejo a todos vós uma Páscoa igual à minha! Ou melhor!...
Beijinhos e abraços!