Hoje evocarei o aniversário do meu pai e, na casa que foi a dele, cantarei os parabéns à sua neta açoriana, a minha sobrinha Mariana. Depois de ela apagar as velas, vou comer mais bolo de anos, que virá da deliciosa padaria Barroso, do Redondo.
A autobiografia de Darwin tem muitas referências ao seu pai, que atestam os laços que os ligavam e os sentimentos profundos que o naturalista nutria pelo seu progenitor.
Para além de todas as opiniões pessoais que pudesse ter manifestado em relação ao seu filho, parece-me que nos momentos críticos das opções de Darwin, Robert Darwin respeitou as opções do filho, e deu espaço para que ele levasse por diante as suas motivações e as suas decisões.
O "salvar a face" da sua autoridade perante a vontade de não deixar o filho embarcar no Beagle e a atitude de não o impedir de realizar este seu grande desejo está na formulação lapidar com que lhe comunica a sua decisão: "Se encontrares alguém de bom senso que te aconselhe a ir, eu dou-te a minha permissão".
É... o meu pai também teria dito qualquer coisa assim deste género. Para ele, mais importante do que obrigar-me a cumprir as suas determinações, ou condicionar-me logo para tomar (para ele, claro, do seu ponto de vista) as boas decisões, o meu pai confiava sempre, deu-me sempre a possibilidade de escolher, queria era que eu assumisse as minhas decisões mesmo nas suas piores consequências. Quando as havia - raramente isso aconteceu - apoiava-me benevolentemente na resolução de quaisquer problemas surgidos.
É... o meu pai ajudou-me, mais do que qualquer outra pessoa, a seguir (responsavelmente) as minhas motivações e a, como diz Darwin, a ter um enorme prazer no esforço físico e mental. Na exploração do mundo e na comunicação com as pessoas à minha volta.
Parabéns, Velho!... Parabéns, Mariana!...
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