quinta-feira, maio 19, 2011

Primeiras lembranças. 6 biliões de Outros [PT]

Convido os meus alunos do 12.º H a verem este vídeo puxando à memória um momento de sabedoria, ou empatia, ou ternura que tenham sentido, nem que fosse por um breve momento, numa das nossas aulas.

Gosto muito deste vídeo; mais uma vez, não deixo de ser tomado por um pequeno desapontamento por não encontrar um testemunho na língua portuguesa. Adoraria ouvir a minha língua materna no meio destas outras, igualmente deliciosas de ouvir.

sexta-feira, maio 06, 2011

Beijo grande para ti, bebé, e para teus pais!

Esta era a mensagem que gostaria de ter escrito logo de manhã no Facebook, mas, por causa do cansaço, do sono, da pressa, e da aflição que ainda batia forte, não consegui. Permitam-me a correção do original:
O céu hoje, no horizonte, está todo coberto de nuvens. Seguramente não vou ver o Sol aparecer. Que pena! Acabo de chegar do enorme hospital. Foram horas dramáticas. No fim, a vida voltou a vencer a luta terrível. O campeão foi um pequerrucho de pouco mais de um mês. Hoje iria saber-me especialmente bem ver a alvorada intensa do Astro-Rei. Ser tomado pelo calor do seu abraço matinal. Completaria por fora o conforto e a alegria que sinto por dentro. Deixa, fica para outro dia; o que hoje não podia esperar por amanhã não deixou de acontecer. Ainda bem, isso foi o mais  importante de tudo. Beijo grande para ti, bebé, e para teus pais!

segunda-feira, maio 02, 2011

Ric Elias: 3 coisas que eu aprendi enquanto o avião em que eu ia se despenhava


Ric Elias: 3 things I learned while my plane crashed

  • Primeira: Nas nossas vidas, tudo pode mudar num instante.
  • Segunda: Lamento todo o tempo que desperdicei em coisas que não interessam nada com pessoas que interessam verdadeiramente ("Eu não quero voltar a ter razão, eu quero ser feliz").
  • Terceira: A única coisa que eu quero na vida é ser um bom pai.


Não tenho a ilusão de acreditar que a vivência da iminência da morte torne as pessoas especialmente mais sábias e, na vertigem dos momentos da morte iminente, tomem contacto com a Verdade e fiquem por Ela iluminados.
Esta história vale pelo testemunho humano, esse, sim, é absolutamente verdadeiro.
Este senhor viveu desta maneira este acontecimento - terrível acontecimento! - concreto. Ele descreve-o bem na sua breve palestra. Consegue que nós nos sintamos, empaticamente, na pele, o que ele sentiu. Por isso vale a pena dedicarmos algum tempo a pensar no seu testemunho; repensarmos as nossas opiniões, convicções e filosofias a partir do nosso hipotético envolvimento numa situação assim. Ele repensou as dele; e remanejou muita coisa da vida dele.

domingo, maio 01, 2011

Dia da Mãe

"Mãe! passa a tua mão pela minha cabeça!
Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade!"
Que poderosos são estes versos de Almada Negreiros!
Felizes os que algum dia puderam sentir a mão de sua mãe afagando, com muito carinho, com amor infinito e indizível, a sua cabeça!... Um abraço de muita amizade a todos aqueles que nunca sentiram antes, nem sentem agora, esta magia, porque a vida não lhes deu a oportunidade de essa experiência única sentirem.
Há dois momentos destes, recentes, que conservo especialmente gravados na minha memória, que presenciei como testemunha:
o primeiro deles, foi quando a minha mãe, claramente sabendo o que fazia, se despedia do meu pai e, antes de o beijar com o mais terno beijo do mundo, o afagou na cabeça como tantas vezes fez aos filhos, temperando o sabor do gesto com o radioso sorriso da plenitude;
o segundo momento foi quando, quase três anos depois, pegou ao colo, pela primeira vez, a bisneta que nascera havia pouco mais de um mês. Foi um encontro que desejou com todas as suas forças, mas que duvidou que alguma vez pudesse acontecer. A mãe da bebé, que também tanto desejava este encontro, chorou convulsivamente: quão bem ela percebia a ternura profunda, oceânica, amniótica mesmo, contida no gesto da sua avó!... À volta das três, não havia par de olhos que não denunciasse a intensidade emotiva da ocasião.
O Dia da Mãe, celebração expressiva de uma cultura e tradição - ao mesmo tempo social e religiosa -, neste ano partilha o protagonismo do dia com a celebração do Dia do Trabalhador e o dia da Beatificação do Papa João Paulo II. Há alguém que está hoje em Roma, levado pela sua fé, levado pelo exemplo de vida de João Paulo II, que certamente não deixará de dedicar uma parte importante do seu pensamento à mãe que, quando ele era pequeno, multiplicava as oportunidades de levar, aos domingos, a roupa lavada ao seminário que tinha o seu filho em clausura. A senhora queria ver o filho. Tantas vezes o negaram! Como diz o filho, mais de 40 anos depois, num livro que todos podemos agora ler: "E aqueles miminhos sabiam melhor que tudo."