domingo, junho 27, 2010

UN Secretary-General invites you to be a Citizen Ambassador

É um desafio engraçado, tornarmo-nos Embaixadores da Cidadania. Em todo o mundo.
Porque não tentar?... Por mim, disponho-me a fazê-lo e a ajudar quem o queira fazer também. Força!
Tantas vezes que nos interrogamos como podemos participar ativamente nas grandes questões do mundo. Esta talvez seja uma oportunidade interessante.

Does the Internet Discourage Deep Thinking?

Sim concordo inteiramente. Bem me apetecia que não fosse assim, mas concordo: a Internet (o seu uso habitual) desencoraja o pensamento mais complexo e mais profundo.

domingo, junho 20, 2010

Uma palavra de homenagem a José Saramago

Uma palavra de homenagem a José Saramago


Se hoje tivesse sido inverno, se tivesse nevado... se eu hoje fosse a criança, eu teria pintado a neve de preto.

Saramago morreu a dizer-nos que não há céu, que o céu não existe; e que um dia deixamos de estar onde estamos agora, deixamos de ver as árvores que agora vemos. E depois disso não há mais nada.

Não sabemos, nunca, nunca, nunca, o que verdadeiramente cada um sente sobre a morte e sobre a sua própria morte. Podemos ler, reler e voltar a ler tudo o que Saramago disse sobre a vida, sobre a morte, e sobre a morte depois da vida. Sabemos que ele gostava de viver e que tinha pena de deixar de viver. Mas nunca saberemos o sentir que ele levou com ele. Nem quando ele diz que gostava que lhe pusessem, de vez em quando, uma flor junto às suas cinzas, para ele pensar que se lembravam dele.

Tomando o sentido de palavras que tanta vez repetiu, Saramago não morreu aconchegado com a Esperança, nem com a Fé. Desejo, muito sinceramente, que tenha tido o aconchego mais importante de todos, que a todos os seres humanos desejo: esse mesmo, o aconchego humano. Este sentir, eu consigo sentir empaticamente, e isso reconforta-me.

sábado, junho 12, 2010

Trabalho Infantil e Pobreza - ILO Reports on Child Labour Globally

Há objetivos para 2016.
Que, quase seguramente - e infelizmente -, não se vão atingir.
Hoje em dia, são 215 milhões de crianças.
A principal causa do trabalho infantil é a Pobreza. Por isso, há que continuara a lutar muito contra a pobreza.

quinta-feira, junho 10, 2010

Educação Sexual nas escolas - outro episódio

A sempre polémica e acaloradamente discutida Educação Sexual nas escolas.
Agora apareceu um kit de educação sexual, em que, entre tantas coisas que diz ou apresenta que nos deixam de olhos esbugalhados, se fala que "os espermatozóides do meu pai começaram a correr loucamente para ver qual atingia primeiro o óvulo da minha mãe". Quer dizer, continua-se, pretenciosamente invocando as mais nobres ou respeitadas ideias pedagógicas, a imbecilizar as pessoas (crianças e jovens) a quem a educação se dirige, e a imbecilizar temas ou assuntos que mereceriam outro senso (muito bom senso!) e outra competência (verdadeiramente) científica.
Enfim, a Terra continua a girar sobre si própria e também à volta do Sol.

No meu entender, o grande erro da Educação Sexual é estar centrada nas crianças, nos jovens e nas escolas. A verdadeira educação sexual deveria estar centrada nas famílias. Há famílias que são difíceis?... Ora, esse é que é o verdadeiro desafio!... Eduquem-se as famílias que elas encontrarão os momentos e as formas mas adequadas e oportunas para abordar a sexualidade enquanto dimensão da vida; aliás, como outras dimensões igualmente importantes.

domingo, junho 06, 2010

Escravos e Multiculturalidade - História e Mar

Na nossa escola, a Escola Secundária Eça de Queirós, cada vez mais o valor que nos é reconhecido, é o da multiculturalidade e da diversidade étnica e nacional.
Entretanto, as páginas dos manuais oficiais de História que continuamos a usar na escola - e outros, nas outras escolas - continuam a ser escritas com enérgicas pinceladas de glória no que à nossa relação com o Mar diz respeito.
Terminei hoje a leitura do romance de José Eduardo Agualusa, "Nação Crioula", publicado em 1998, e galardoado com o Grande Prémio de Literatura RTP.
O Nação Crioula foi o último barco do tráfico negreiro que saía de Angola e chegava ao Brasil.
Já mesmo a acabar o romance, Agualusa põe na pena de uma das suas personagens principais [Ana Olímpia, escrava filha de outra escrava] a escrita das seguintes palavras:
"Muita gente não compreende porque é que os escravos, na sua maioria, se conformam com a sua condição uma vez chegados à América ou ao Brasil. Eu também não compreendia. Hoje compreendo. No navio em que fugimos de Angola, o Nação Crioula, conheci um velho que afirmava ter sido amigo de meu pai. Ele recordou-me que na nossa língua (e em quase todas as outras línguas da África Ocidental) o mar tem o mesmo nome que a morte: Calunga. Para a maior parte dos escravos, portanto, aquela jornada era uma passagem através da morte. A vida que deixavam em África, era a Vida; a que encontravam na América ou no Brasil, um renascimento." (Publicações D. Quixote, p. 149-150. 2010)
Quer dizer, se quisermos continuar a ufanar-nos com a realidade da nossa diversidade cultural, temos de ser um pouco mais discretos com a exibição dos nossos feitos no Mar. É que, pelo menos em parte, a glória marítima que cantamos foi ganha à custa de muito horror humano, muito desenraizamento social e muita sobranceria cultural e étnica.
Saibamos fazer agora o que é preciso fazermos.