terça-feira, dezembro 31, 2024

#TOLERÂNCIA 2 - O DESAFIO DE KARL POPPER — MAIS ACTUAL QUE NUNCA?

 #TOLERÂNCIA 2 - O DESAFIO DE KARL POPPER — MAIS ACTUAL QUE NUNCA?



«Menos conhecido é o paradoxo da tolerância: a tolerância ilimitada conduz necessariamente ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada mesmo intolerantes, se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos, e a tolerância com eles.»(1) (2)

Do lado da perspectiva que me interessa especialmente: como pode a Pedagogia ajudar a encontrar os limites da tolerância?
A resposta, as respostas, irei dedicar-me a elas ao longo de 2025. O que vou aqui escrever daqui de hoje a um ano?
(1) Less well known is the paradox of tolerance : Unlimited tolerance must lead to the disappearance of tolerance. If we extend unlimited tolerance even to those who are intolerant, if we are not prepared to defend a tolerant society against the onslaught of the intolerant, then the tolerant will be destroyed, and tolerance with them.
(2) Thw Open Society and Its Enemies, by K. R. POPPER, Volume I
Thw Spell of Plato, London, G. Routledge Sons, Ltd., reprinted 1947.

segunda-feira, dezembro 30, 2024

 #TOLERÂNCIA 1 - O DESAFIO DA TOLERÂNCIA PARA AS RELIGIÕES

Acerca deste assunto, tenho um pensamento muito parecido ao de Fernando Pessoa, que escreveu



assim:
«A tolerância é impossível ao crente verdadeiro de qualquer fé, sobretudo se ela excede os limites estreitos do feiticismo e da simples superstição, sem que atinja ainda o sincretismo dos pagãos e dos ocultistas.»(1)
Não tenho qualquer dúvida a este respeito nas religiões monoteístas. Quanto às politeístas, tenho de as conhecer melhor — mesmo que, para já, tenha uma opinião bem mais favorável dos budismos, dos deuses gregos e dos deuses romanos.
Aqui e ali, tem-se tentado ter sucesso com o chamado espírito ecuménico. Sim, esse é um caminho, e outros? E qual deve ser a pedagogia do espírito ecuménico?
Como já tenho idade suficiente para ver como as coisas se podem transformar da infância para a adultícia, não se iludam os pais, os educadores, os líderes sociais e os governantes políticos com as boas iniciativas nas escolas, desde tenra idade.
A capacidade da máquina de "adestramento", "domesticação" e "normalização" das crianças e dos jovens é tremenda, e lá se vão os resultados da "Educação para a Tolerância" que tanto sucesso tem nas imagens das televisões e nas fotografias dos jornais.
Na fotografia, Fernando Pessoa, em 1894, com 6