quarta-feira, junho 25, 2025

#TOLERÂNCIA178 - CHARADAS DA ÁREA VOCABULAR DA TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA178 - CHARADAS DA ÁREA VOCABULAR DA TOLERÂNCIA

Voltei aos 'chatbots', a pedir-lhes ajuda na produção de material didáctico para uso em dinâmicas de grupo à volta do conceito de Tolerância.

Que conceitos escolhi daquilo a que chamei a área vocabular da Tolerância? Foram os seguintes, nesta primeira recolha: tolerância (pois claro!), aceitação, compreensão, empatia, inclusão, escuta, confiança.

A seguir, vou escrever 7 charadas, uma para cada um destes conceitos. Não vou dizer as respostas; e seguramente não vou pôr pela ordem com que os enumerei no parágrafo anterior. Desafio os meus leitores a responderem, a tentarem encontrar as respostas. Depois, se quiserem, escrevam as respostas nos comentários, mensagem privada ou mandem-mas por email. Eu direi a cada um quais as respostas certas e as... que serão acertadas à segunda ou terceira tentativa.

1.ª charada - O que sou eu?

Não é caridade nem mera gentileza,
mas sim justiça e inteligência com certeza.
Quem me vive não faz separação,
pois sabe que a sociedade é uma só construção.

2.ª charada - O que sou eu?

Sou invisível, mas mudo o coração,
não sou magia, mas faço a transformação.
Quem me tem não fica indiferente,
pois vive o mundo como se fosse outra gente.

3.ª charada - O que sou eu?

Sou a ponte que une, a paz que convida.
Permito o diferente, sem causar ferida.
Não sou fraqueza, sou força e união.
O que sou eu, em qualquer nação?

4.ª charada - O que sou eu?

Quanto mais dou, mais recebo,
não sou ruído, mas sim acolhimento.
Sou o espaço entre as palavras
onde nasce o verdadeiro entendimento.

5.ª charada - O que sou eu?

Sou frágil como vidro, forte como aço,
construo-me lentamente, quebra-se num abraço.
Quem me perde, perde um tesouro,
quem me guarda, tem todo o ouro
.

6.ª charada - O que sou eu?

Quanto mais me dás, mais cresce a união,
quanto mais me guardas, nasce a divisão.
Sou o oposto da indiferença,
e trago clareza mesmo na ausência.

7.ª charada - O que sou eu?

Quanto mais me dás, mais leve fica o peso,
quanto mais me negas, mais difícil fica o caso.
Sou o antídoto da rejeição,
e trago paz ao coração.


Ora bem, numa sessão de dinâmica de grupo com estes recursos simpáticos, desafiantes e estimulantes, em que, aos poucos se discriminam e clarificam conceitos que tantas vezes se confundem, deve haver, preparado previamente, pois claro, um guião de exploração da sessão, guião esse que preveja várias hipóteses de desenvolvimento da sessão; e rematando, eventualmente, com uma reflexão escrita individual ou de grupo.

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terça-feira, junho 24, 2025

#TOLERÂNCIA177 - A PRÁTICA DEMOCRÁTICA DE ESCUTAR

 #TOLERÂNCIA177 - A PRÁTICA DEMOCRÁTICA DE ESCUTAR

Continuo a caminhar com Paulo Freire. No seu livro "Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa" (São Paulo: Paz e Terra, 1996. – (Coleção Leitura)), ele escreve assim (mantenho a grafia original do livro):

«Escutar é obviamente algo que vai mais além da possibilidade auditiva de cada um. Escutar, no  sentido aqui discutido, significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para  a abertura à fala do outro, ao gesto do outro, às diferenças do outro. Isto não quer dizer,  evidentemente, que escutar exija de quem realmente escuta sua redução ao outro que fala. Isto  não seria escuta, mas auto-anulação.

»A verdadeira escuta não diminui em mim, em nada, a capacidade de exercer o direito de  discordar, de me opor, de me posicionar. Pelo contrário, é escutando bem que me preparo para  melhor me colocar ou melhor me situar do ponto de vista das idéias. Como sujeito que se dá ao  discurso do outro, sem preconceitos, o bom escutador fala e diz de sua posição com desenvoltura.  Precisamente porque escuta, sua fala discordante, em sendo afirmativa, porque escuta, jamais é autoritária.

»Não é difícil perceber como há umas tantas qualidades que a escuta legítima demanda do seu  sujeito.

»Qualidades que vão sendo constituídas na prática democrática de escutar.

»Deve fazer parte de nossa formação discutir quais são estas qualidades indispensáveis, mesmo  sabendo que elas precisam de ser criadas por nós, em nossa prática, se nossa opção político pedagógica é democrática ou progressista e se somos coerentes com ela. É preciso que saibamos que, sem certas qualidades ou virtudes como amorosidade, respeito aos outros, tolerância, humildade, gosto pela alegria, gosto pela vida, abertura ao novo, dispobilidade à mudança, persistência na luta, recusa aos fatalismos, identificação com a esperança, abertura à justiça, não é possível a prática pedagógico-progressista, que não se faz apenas com ciência e técnica.

»Aceitar e respeitar a diferença é uma dessas virtudes sem o que a escuta não se pode dar. Se  discrimino o menino ou menina pobre, a menina ou o menino negro, o menino índio, a menina  rica; se discrimino a mulher, a camponesa, a operária, não posso evidentemente escutá-las e se  não as escuto, não posso falar com eles, mas a eles, de cima para baixo. Sobretudo, me proíbo  entendê-los. Se me sinto superior ao diferente, não importa quem seja, recuso-me escutá-lo ou escutá-la. O diferente não é o outro a merecer respeito é um isto ou aquilo, destratável ou desprezível.»

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segunda-feira, junho 23, 2025

#TOLERÂNCIA176 - A TOLERÂNCIA EM PAULO FREIRE

 #TOLERÂNCIA176 - A TOLERÂNCIA EM PAULO FREIRE

Tirei este trecho do livro "Por uma Pedagogia da Pergunta" (Por uma Pedagogia da Pergunta / Paulo Freire, Antonio Faundez. – Rio e Janeiro: Paz e Terra, 1985. (Coleção Educação e Comunicação: v. 15)). Paulo Freire (brasileiro) e Antonio Faundez (chileno) conversam (Mantenho integralmente a escrita no português do Brasil desta edição).

Tenho amigos e colegas (colegas "psi's" e colegas professores que reagem repulsivamente, por instinto, à palavra tolerância). Espero que leiam este trecho:

«Se não tentamos, Antonio, uma compreensão crítica do diferente, corremos o risco de, na necessária comparação que fazemos entre as expressões culturais, as de nosso contexto e as do de empréstimo, aplicar rangidos juízos de valor sempre negativos à cultura que nos é estranha.

»Para mim, esta é sempre uma posição falsa e perigosa. Respeitar a cultura diferente, respeitando a nossa também, não significa, porém, negar a nossa preferência por este ou aquele traço de nosso contexto de origem ou por este ou aquele traço do contexto de empréstimo. Uma tal atitude revela, inclusive, um certo grau de amadurecimento indispensável que alcançamos e às vezes não, ao nos expor criticamente às diferenças culturais.

»De uma coisa temos sempre de estar advertidos, no aprendizado destas lições das diferenças - a cultura não pode, com ligeireza, estar sendo ajuizada desta forma: isso é pior, isso é melhor. Não quero, contudo, afirmar que não haja negatividades nas culturas, negatividades que precisam ser superadas.

»Um exercício anterior a que me havia entregue há alguns anos no Brasil, o de me expor, como educador, às diferenças culturais do ponto de vista das classes sociais, sem que imaginasse, me preparava, em certo sentido, para a necessidade que tive no exílio de entender as diferenças culturais. Diferenças de classe e também de região. Questões 'de gosto, não apenas das cores das roupas, do arranjo da casa simples, do uso, para mim abusivo, de retratinhos nas paredes, mas também do gosto das comidas, dos temperos. A preferência, nos bailes, pelo volume exagerado no som das músicas. Diferenças marcantes na linguagem, no nível da sintaxe e da semântica. Minha longa convivência com estas diferenças me ensinou que manter preconceitos de classe diante delas seria contra-dizer funestamente a minha opção política. Me ensinou também que a própria superação das suas negatividades, exigindo uma transformação nas bases materiais da sociedade, coloca o papel de sujeito que as classes trabalhadoras devem assumir no esforço da reinvenção de suas expressões culturais.

»Mas isto já é outra conversa…

»No fundo, tudo isso me ensinou e tem me ensinado muito. Me ensinou a viver, a encarnar uma posição ou uma virtude que considero fundamental não só do ponto de vista político, mas também existencial: a tolerância.

»A tolerância não significa de maneira nenhuma a abdicação do que te parece justo, do que te parece bom e do que te parece certo. Não, não, o tolerante não abdica do seu sonho pelo qual luta intransigentemente, mas respeita o que tem sonho diferente do dele.

»Para mim, a nível político, a tolerância é a sabedoria ou a virtude de conviver com o diferente para poder brigar com o antagônico. Neste sentido, ela é uma virtude revolucionária e não liberal-conservadora.

»Olha, Antonio, o exílio, a minha experiência na cotidianeidade diferente, me ensinou a tolerância de maneira extraordinária. Este aprendizado de viver no cotidiano diferente, como já disse, começou no Chile, se estendeu aos Estados Unidos, no meu ano em Cambridge, e me acompanhou nos dez de vida em Genebra. E é impressionante como consegui, o que não foi fácil, vir propriamente me integrando ao diferente, à cotidianeidade distinta, a certos valores que marcam, por exemplo, o dia-a-dia de uma cidade como Genebra, fazendo parte de uma cultura, como a Suíça, multicultural.

»É formidável como fui aprendendo as regras do jogo, conscientemente, sem renunciar àquilo que me parecia fundamental, sem recusar o mais básico de mim mesmo e, por isso, sem me adaptar ao cotidiano de empréstimo. Assim, aprendi a lidar com o diferente que às vezes incomodava.»

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domingo, junho 22, 2025

#TOLERÂNCIA175 - UMA TIA-AVÓ... INTOLERÁVEL?

 #TOLERÂNCIA175 - UMA TIA-AVÓ... INTOLERÁVEL?

São as pequeninas intolerâncias do dia-dia, em família. Que acabam em discussões passageiras, ou se suportam... tolerantemente.

Termina hoje a Feira do Livro de Lisboa. Habituei-me, ao longo dos anos, a ir escrevendo, ao longo do ano, no bloquinho de apontamentos, os livros que fico a querer comprar na Hora H da Feira do ano seguinte. Este ano, assim fiz mais uma vez.

A Feira ainda não acabou e de entre os que comprei nesta edição, na Hora H, em dois dias li a autobiografia de Nikola Tesla, o "Nós, refugiados" de Hanna Harendt (e o texto complementar de Giorgio Agamben) e certamente acabarei ainda hoje de ler o "Sobre a Leitura" de Marcel Proust. São livros pequeninos, lêem-sebem, nem precisam de ser lidos como quem devora.

É deste último que extraio este pedacinho de memória reconstruída do autor, o qual, pelos vistos, em pequeno se deliciava com as leituras, e em grande se deliciava com as memórias de ser em pequeno.

«O meu avô tinha tanto amor-próprio que teria querido que todos os pratos fossem um sucesso, e sabia demasiado pouco sobre cozinha para poder alguma vez dar-se conta de que tivessem saído mal.

Admitia sem dúvida que por vezes fosse esse o caso, muito raramente de resto, mas somente por simples efeito do acaso. As críticas sempre motivadas da minha tia-avó, implicando pelo contrário que a cozinheira não soubera fazer certo prato, não podiam deixar de parecer particularmente intoleráveis ao meu avô. Muitas vezes, para evitar discussões com ele, a minha tia-avó, depois de levar ao de leve aos lábios e provar o primeiro bocado, não dava a sua opinião, o que, de resto, nos fazia reconhecer imediatamente ser desfavorável aquela. Calava-se, mas nós líamos nos seus olhos doces uma reprovação inabalável e reflectida que tinha o dom de pôr o meu avô furioso. Rogava-lhe ironicamente que desse a sua opinião, impacientava-se com o seu silêncio, assediava-a com perguntas, exaltava-se, mas sentia-se que ele mais fácil conduzi-la ao martírio do que fazê-la confessar a crença do meu avô: que a sobremesa não tinha açúcar a mais.»

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sábado, junho 21, 2025

#TOLERÂNCIA174 - UM ESTADO DO VATICANO NA ALBÂNIA

 #TOLERÂNCIA174 - UM ESTADO DO VATICANO NA ALBÂNIA

Sob o signo da Tolerância. Uma notícia de 26 de Fevereiro de 2025, que me foi encaminhada por um jovem amigo.

«Tirana (AFP) - Na capital da Albânia, Baba Mondi imagina um Estado semelhante ao Vaticano para a sua fé Bektashi, num pequeno pedaço de terra que serviria de modelo de amor e tolerância. No ano passado, o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, anunciou o projecto de criação de um micro-Estado muçulmano soberano dentro das fronteiras do país, dirigido por esta seita sufi com cerca de 100.000 membros.

»“O nosso Estado será um Estado espiritual e administrativo muito pequeno… mas com um grande

coração”, disse o líder Bektashi à AFP em Tirana, vestido com uma túnica branca e um casaco e boné verdes, com o rosto emoldurado por uma barba branca esvoaçante. “O mundo inteiro vai poder ver a luz dos Bektashis”.

»A criação de um Estado religioso na Albânia teria sido inimaginável durante as 4 décadas da ditadura comunista de Enver Hoxha, que proibiu totalmente a religião e perseguiu clérigos e sacerdotes. Centenas de clérigos de todas as religiões foram executados, presos ou enviados para o exílio, enquanto os locais de culto eram demolidos. Mas desde a queda do comunismo, no início da década de 1990, tem havido uma explosão de expressão religiosa em muitos cantos da Albânia.

»Os Bektashi estão classificados como a quarta maior comunidade religiosa da Albânia, a seguir aos muçulmanos sunitas, aos cristãos ortodoxos e aos católicos. E embora os pormenores burocráticos do Estado ainda estejam a ser resolvidos, bem como a data oficial do seu lançamento, Baba Mondi tem planos ambiciosos para a sua futura nação.

»“Este estado não terá nem polícia, nem exército, nem impostos; será espiritual”, disse o líder. “O seu objetivo será a organização e defesa dos Bektashis em todo o mundo.” O Estado Bektashi também defenderá os membros perseguidos que vivem em países onde não têm o direito de praticar a sua religião, “como na Turquia ou no Irão”, segundo o seu líder.

»O futuro Estado ficaria situado num terreno onde já existe um templo Bektashi em Tirana e ocuparia apenas 0,11 de um quilómetro quadrado (0,04 milhas quadradas), o que o tornaria o país mais pequeno do mundo. Actualmente, o Vaticano detém o título com apenas 0,44 quilómetros quadrados de território.

»Paz e amor. A ordem Bektashi foi fundada no século XIII no Império Otomano e é considerada um ramo tolerante e místico do Islão, aberto a outras religiões e filosofias. Alguns dos seus principais líderes mudaram-se para a Albânia depois de terem sido proibidos na Turquia pelo pai fundador do Estado moderno, Mustafa Kemal Ataturk, no início do século XX. Ao contrário de outras denominações mais conservadoras do Islão, os fiéis Bektashi - homens e mulheres - rezam juntos e o consumo de álcool é permitido, se não mesmo encorajado.

»“O raki, tal como o leite materno, tem benefícios porque vai diretamente para o cérebro, sem passar pelo estômago”, disse Baba Mondi, referindo-se ao popular brandy de fruta que é amplamente consumido nos Balcãs.

»Segundo Baba Mondi, esta prática faz parte de uma visão global de tolerância e de promoção da harmonia que é central no pensamento Bektashi.

»“Onde quer que estejam, os Bektashis sempre expressaram amor, generosidade e respeito pelos seres humanos como as criaturas mais perfeitas deste mundo”, acrescentou. “Somos contra os conflitos desencadeados por extremistas, somos pela paz e pelo amor.”

»Para o primeiro-ministro albanês, dar aos Bektashi o seu próprio governo é, em parte, proteger esse espírito de tolerância. “Temos de cuidar deste tesouro que é a tolerância religiosa, para a podermos preservar e promover”, afirmou Rama durante um discurso em Janeiro, assinalando o 95.º aniversário da transferência da sede sagrada dos Bektashi da Turquia para a Albânia.

»Ainda não revelou o calendário para a criação do Estado. Mas para Baba Mondi e os seus seguidores sufis, o futuro está cheio de possibilidades.

»“O Bektashismo tem sido e continuará a ser uma ponte entre o Oriente e o Ocidente”, disse Baba Mondi à AFP. “Sempre fomos um meio-termo neste mundo para mostrar que podemos viver com amor, paz e bondade”.(1) (2)

© 2025 AFP

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(1) https://www.france24.com/en/live-news/20250226-sufi-leader-plans-for-vatican-like-state-in-albania

(2) Traduzido com a ajuda da versão gratuita do tradutor - DeepL.com

sexta-feira, junho 20, 2025

#TOLERÂNCIA173 - TIPOS SOCIAIS DE TOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA173 - TIPOS SOCIAIS DE TOLERÂNCIA

Ciclicamente, volto aos trabalhos de investigação sistemática acerca da tolerância. Hoje encontrei 4, publicados a partir de 2021. Passei uma vista de olhos por cada um deles, irei lê-los com boa atenção.

Para já, destaco o seguinte dum deles(1), e convido já quem ler este apontamento e deixar ecoar na sua mente a frase com que os autores rematam a conclusão do trabalho de investigação. É das coisas para as sessões de estudo e aprofundamento da Tolerância.

As definições conceptuais básicas da investigação referem-se às formas de tolerância social:

Breve introdução: «A tolerância implica a noção de que os outros dissidentes, e as minorias em particular, devem poder viver a vida que desejam. Em geral, as pessoas podem ter razões mais baseadas em princípios ou mais pragmáticas para tolerar aquilo de que não gostam ou a que se

opõem.»

«A "tolerância por respeito" baseia-se na crença de princípio de que todos os cidadãos são indivíduos autónomos que têm direitos iguais. Embora existam por vezes diferenças culturais “profundas” nos modos de vida, os membros das minorias são tolerados porque são respeitados como cidadãos iguais e autónomos com a mesma dignidade, direitos e liberdades civis.»

«A "tolerância por coexistência" implica uma aceitação mais pragmática dos modos de vida dos grupos minoritários, a fim de evitar conflitos e de encontrar e manter uma coabitação pacífica. Neste caso, a tónica não está tanto nos direitos dos grupos minoritários, mas antes na convivência. A tolerância à coexistência é considerada fundamental para a consecução do valor de manter a harmonia social e a paz, e as coisas que vão contra isso não devem ser toleradas.»

A conclusão:

«Para concluir, tentámos fazer avançar o estudo da tolerância social, clarificando duas formas principais e demonstrando que estas podem ser avaliadas de forma fiável e válida. Descobrimos que, em relação a vários grupos, as pessoas fazem uma distinção consistente entre respeito e tolerância de coexistência. Além disso, estas duas formas são relativamente independentes do preconceito baseado no grupo e têm relações diferentes com a aceitação de práticas minoritárias concretas. Em termos gerais, verificou-se que a tolerância por respeito está relacionada com atitudes mais positivas em relação aos grupos minoritários e às suas práticas, ao passo que a tolerância por coexistência não teve resultados benéficos claros e independentes para os grupos minoritários. Embora a tolerância para evitar conflitos possa, nalgumas situações, ser a melhor opção possível, continua a ser uma solução pragmática e não uma solução baseada em princípios. Estimular a tolerância por respeito — por exemplo, salientando a igualdade de direitos de todos os cidadãos nos programas educativos — pode ser particularmente útil para melhorar as relações intergrupais em sociedades culturalmente diversas. Além disso, pode constituir um trampolim para o reconhecimento total, ou como Goethe disse: “A tolerância deve ser apenas uma atitude temporária: deve conduzir ao reconhecimento”.»(2)

(1) https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8572818/

(2) Traduzido com a ajuda da versão gratuita do tradutor - DeepL.com

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quinta-feira, junho 19, 2025

#TOLERÂNCIA172 - A VISÃO DA INTOLERÂNCIA

 #TOLERÂNCIA172 - A VISÃO DA INTOLERÂNCIA

Estou a falar do n.º 1685 da revista Visão, que foi hoje posto à venda. Em 3 dos artigos de opinião, a intolerância e o radicalismo político extremista são temas centrais.

O denominador comum é, parece-me poder conclui-lo, inspirando-me, bem ou mal, em Hanna Harendt, a constatação dum estado de banalização da agressão e da violência interpessoal, tanto verbalmente como fisicamente.

«Em 2019, em resposta a um recurso, os juízes da 9.ª secção do Tribunal da Relação de Lisboa proferiram um acórdão em que afastavam de qualquer castigo penal as injúrias ou ofensas proferidas no chamado “mundo do futebol”. Para os juízes, chamar nomes a alguém ou ao seu familiar, utilizando palavras obscenas ou até ameaças, eram “comportamentos reveladores de baixeza moral”, mas

“tolerados na cena futebolística”.

»Na época, o acórdão suscitou alguma polémica, após o então presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, se ter insurgido contra a sentença que considerava “transmitir um exemplo negativo” e que, na sua leitura, contrariava os “esforços de professores, pais e autoridades desportivas para a regulação dos comportamentos em situação competitiva”. Na opinião daquele que era um dos mais ilustres pensadores do desporto em Portugal, o acórdão decretava, na prática, que “um recinto desportivo é uma espécie de ‘offshore’ onde se pode praticar o que é criminalizado no exterior”.

»A polémica, no entanto, depressa foi esquecida. Até porque o acórdão o que fez, na altura, foi apenas dar espessura jurídica a algo que já se observava há vários anos: a normalização do insulto e dos discursos de ódio no “mundo do futebol”, como se o jogo se tivesse transformado numa guerra, e em que os duelos nos relvados chegam a perder importância em relação às trocas de acusações em frente aos microfones das televisões.

»Depois da normalização dos insultos no futebol, estamos agora a ultrapassar, enquanto sociedade, outro patamar na escala da falta de decência: a normalização da intolerância e do apelo à violência no discurso político. Os dois mundos estão a ficar de tal forma parecidos que só falta mesmo que, qualquer dia, um tribunal superior também apareça a justificar os insultos e as difamações permanentes como “toleradas na cena política”.», escreve Rui Tavares Guedes no Editorial.

«Em Portugal, temos como segunda força política um partido com uma narrativa racista, xenófoba, anti-imigração e claramente contra a Constituição e os seus principais valores. Este discurso objetivamente contra a democracia deixou de ser feito à boca pequena ou de estar apenas nas redes sociais, sendo amplificado pelos média tradicionais, tolerado pelo presidente da Assembleia da República e gritado em todo o lado sem o mínimo de pudor.», escreve Pedro Marques Lopes na página do Politicamente Correto.

«Pertencendo à geração que nasceu na época da II Guerra Mundial, ou na sua imediata sequência, após a
vitória do “mundo livre” sobre o nazi-fascismo, confesso nunca ter pensado viver um tempo em que se verificasse tamanha regressão em termos de humanismo, valores, democracia. Em termos de Direitos
Humanos. Ou, por outras palavras, desrespeito pelos direitos e pela dignidade de pessoas e povos, violência e crueldade levadas ao limite, até contra inocentes indefesos, violação grave e constante de princípios básicos de honestidade intelectual, boa-fé, compreensão, tolerância.

«Logo depois daquela vitória, em 1945, a criação da ONU, juntando todos os países do mundo para garantir a paz, tomar medidas sobre as grandes questões universais e ajudar ao desenvolvimento, foi
uma grande conquista e representou uma grande esperança.

»[...] De facto, não é tolerável mais a complacência, a passividade, a inação. As diferenças entre direita e esquerda continuam a existir, embora não as mesmas do passado. Mas na atual situação a primeira clara clivagem, e a primeira linha do combate, em todas as frentes, deve ser, tem de ser, entre os que defendem a democracia e os que querem destruí-la; entre os que advogam a tolerância, o respeito pelos outros, e os semeadores de ódio; entre o humanismo e a lei da selva; entre a decência e a indecência.», escreve, finalmente, José Carlos de Vasconcelos, no Bloco Notas.

Para o cada vez mais difícil trabalho dos agentes da Educação, a tentação de resvalar para o «Não há condições...» ou o «Não vale a pena, a gente faz e eles depois desfazem» pode ser grande, mas não deve ser nunca a opção. A Educação deve sempre, sempre, sempre, procurar alimentar o gosto por conhecer, cultivar o diálogo de uns com os outros, despertar para a riqueza da diversidade humana e cultural; promover a a aprendizagem tolerante da discussão e do confronto, e da capacidade de ceder e negociar.

Não há alternativa: os professores fazem a sua parte, os políticos a deles, os juízes e as autoridades policiais as suas. Temos todos de reaprender as respeitar as instituições democráticas.

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quarta-feira, junho 18, 2025

#TOLERÂNCIA171 - AS PALAVRAS ESTÃO GASTAS?

 #TOLERÂNCIA171 - AS PALAVRAS ESTÃO GASTAS?

O verso é de Eugénio de Andrade. O verso desafia-nos. É, no nosso caso, o desafio de passar das palavras às acções.

Existe uma Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI). É o «órgão de monitorização composto por 47 peritos independentes, especializado no combate ao racismo, discriminação racial, xenofobia, antissemitismo e intolerância. Desenvolve atividades de observação destes fenómenos e de cooperação com Estados e outras entidades, elaborando relatórios e recomendações.

»A sua criação foi decidida na primeira Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do CoE (Viena, 1993) e o estatuto aprovado pela resolução Res(2002)8 do Comité de Ministros, de 13 de junho de 2002.»(1)

E no entanto a intolerância cresce.

Vamos ao conhecimento da ECRI:

1) O texto de apresentação oficial da ECRI tem 6 páginas. A palavra "intolerância" aparece 17 vezes, e a palavra "tolerância" não aparece vez nenhuma.

2) Dessas 17 vezes, a palavra "intolerância" aparece 15 vezes ligada à palavra "racismo" («racismo e intolerância») e duas vezes à palavra "discriminação" («racismo, discriminação e intolerância»).

3) No relatório da ECRI referente a Portugal (escrito em inglês), adoptado em 18 de Março de 2025, e publicado precisamente hoje (18JUN25), com a extensão de 42 páginas(2) a palavra "tolerância" aparece 2 vezes (na expressão "tolerância zero").

4) Neste relatório de Portugal, a palavra "intolerância" aparece 32 vezes, das quais 21, mais uma vez ligada ao racismo («racismo e intolerância»).

Procuro alguma precisão conceptual ou clarificação operativa (Haverá quem me pergunte: mas o racismo e a intolerância necessitam de precisão ou clarificação operativa? Imediatamente eu respondo que sim, mas não quero fazer agora atalhar por este desvio), não encontro nada. São exortações, as tais recomendações a que se propõe a ECRI.

Vem-me à cabeça o clássico diálogo do Hamlet de Shakespeare:
Lorde Polónio: «O que ledes, meu senhor?»
Hamlet: «Palavras, palavras, palavras.»
Lorde Polónio: «O que é que se passa, meu senhor?»
Hamlet: «Entre quem?»
Senhor Polónio: «Quero dizer, o assunto que lestes, meu senhor.»

É frustrante ler as palavras tantas vezes repetidas, tantas vezes exortadas. Para passar da intenção à acção é preciso ir bem mais além.

O testemunho do Sheik David Munir, há 2 ou 3 dias, num canal televisivo(3) obriga-nos a pensar. Disse ele que tem necessidade de recomendar a imigrantes muçulmanos que, se estão em Portugal, devem fazer o Sermão nas mesquitas, nas orações de sexta-feira, em português porque tais imigrantes são renitentes em fazê-lo. Também disse que há imigrantes muçulmanos que não se querem integrar, não querem aprender a língua [portuguesa]; e que não concorda que um muçulmano que vem doutro país queira impor no país que o acolhe as práticas culturais do seu país de origem.

Estão a ver porque é preciso ir mais além do que a simples exortação ou recomendação da luta contra o racismo e a intolerância; e também da tolerância zero? Há um lado e há o outro lado. Ambos pedem acção pedagógica. As exortações serão as mesmas, mas quanto às estratégias de acção, são também as mesmas? Não temos aqui um desafio que pede para ser olhado de frente, tentando vencer estereótipos e preconceitos sociais, perspectivas maniqueístas e ideários políticos simplistas e grosseiros?

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(1) Página oficial da ECRI: https://www.coe.int/en/web/european-commission-against-racism-and-intolerance/
(2) https://rm.coe.int/sixth-report-on-portugal/1680b6668d
(3) https://cnnportugal.iol.pt/videos/ha-imigrantes-que-nao-querem-aprender-a-lingua-costumo-dizer-nas-mesquitas-estamos-em-portugal-o-sermao-tem-de-ser-em-portugues/684f3fd50cf20ac1d5f3309c

terça-feira, junho 17, 2025

#TOLERÂNCIA170 - TOLERAR A AUSÊNCIA DE NOVIDADE

 #TOLERÂNCIA170 - TOLERAR A AUSÊNCIA DE NOVIDADE

Ora aqui está uma coisa cada vez mais difícil nas sociedades em que eu e as pessoas que lêem o que eu escrevo vivemos: com tantos ecrãs (todos eles facilmente disponíveis, à distância dum simples toque do dedo indicador), com tantas notícias de última hora, com tanta publicidade agressiva: tolerar a ausência de novidades. Nem que seja preciso ir mesmo ao fim do mundo! Há-de lá estar a novidade que é preciso agora pôr à disposição dos adictos da informação (já noutra paragem desta viagem abordei o tema da dieta da informação) para os aliviar da ansiedade da dose de que se sente carência.

Cal Newport, num muito contundente livro sobre "A Concentração Máxima num Mundo de Distracções" (Actual, 2024) escreve, a páginas tantas (traduzi directamente do inglês com a ajuda do Deepl.com):

Proponho uma alternativa ao Sabbath da Internet. Em vez de programar a pausa ocasional da distracção para se poder concentrar, deve programar a pausa ocasional da concentração para ceder à distracção. Para tornar esta sugestão mais concreta, vamos partir do pressuposto simplificador de que

a utilização da Internet é sinónimo de procura de estímulos de distracção. (É claro que se pode usar a Internet de uma forma focada e profunda, mas para um viciado em distracção, esta é uma tarefa difícil). Da mesma forma, vamos considerar que trabalhar na ausência da Internet é sinónimo de um trabalho mais concentrado. (É claro que é possível encontrar formas de se distrair sem uma ligação à rede, mas estas tendem a ser mais fáceis de resistir).

Com estas categorizações aproximadas estabelecidas, a estratégia funciona da seguinte forma: marque com antecedência quando vai usar a Internet e evite-a completamente fora desses horários. Sugiro que mantenha um bloco de notas perto do seu computador no trabalho. Nesse bloco, registe a próxima vez que pode utilizar a Internet. Até chegar a essa altura, não é permitida qualquer ligação à rede - por mais tentadora que seja.

A ideia que motiva esta estratégia é que a utilização de um serviço de distracção não reduz, por si só, a capacidade de concentração do cérebro. Em vez disso, é a mudança constante de actividades de baixo estímulo/alto valor para actividades de alto estímulo/baixo valor, ao menor sinal de aborrecimento ou desafio cognitivo, que ensina a sua mente a nunca tolerar uma ausência de novidade. Esta mudança constante pode ser entendida de forma análoga como enfraquecer os músculos mentais responsáveis por organizar as muitas fontes que disputam a sua atenção. Ao separar a utilização da Internet (e, por conseguinte, as distracções) está a minimizar o número de vezes que cede à distracção e, ao fazê-lo, permite que estes músculos de selecção da atenção se fortaleçam.

Repare-se no que o escritor e professor de Ciências Informáticas está a dizer: o busílis da questão não está no foco (distracção ou concentração), mas no processo (mudar constantemente duma coisa para a outra).

Em síntese: sim, façam-se pausas (da concentração e embarque-se na distracção); procure-se aumentar, aos pouquinhos, os períodos de concentração; usem-se pensamentos auto-induzidos a convencer que, na verdade, não se necessita de se ter conhecimento de tantas novidades — até porque muitas das novidades são falsas (desinformação) e dá-se tempo para que sejam filtradas e muitas das aparentes novidades sejam eliminadas.

A regulação (ou terapia, já que estamos perante comportamentos adictivos) auto-induzida habitualmente é mais fácil do que a regulação (terapia) imposta de fora.

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segunda-feira, junho 16, 2025

#TOLERÂNCIA169 - A TOLERÂNCIA NA AVALIAÇÃO ESCOLAR

 #TOLERÂNCIA169 - A TOLERÂNCIA NA AVALIAÇÃO ESCOLAR

Estou a concluir a minha última acção de formação obrigatória para professores. Estou à beira de me reformar, mas ainda posso subir 1 escalão na carreira, e a subida está dependente da frequência com aproveitamento desta acção de formação.

O tema da acção de formação é a avaliação dos alunos. Hoje, terminadas as obrigações escolares, pus-me a preparar a minha participação na sessão de formação de amanhã (a última sessão síncrona) e lembrei-me de me meter à conversa com o ChatGPT acerca, precisamente, da avaliação e da Tolerância. A questão-gatilho foi a seguinte: «Avaliação dos alunos. Do ponto de vista da avaliação quantitativa, o que é ser tolerante na avaliação dos alunos? Responde em português de Portugal.»

O ChatGPT respondeu-me assim:

Claro!
Do ponto de vista da avaliação quantitativa, ser tolerante na avaliação dos alunos pode significar algumas coisas, sempre com o objectivo de garantir justiça, humanidade e compreensão do percurso individual de cada aluno, sem abdicar dos critérios de rigor. Em português de Portugal, podemos descrever assim:
1) Considerar margens de erro: admitir que um aluno pode, ocasionalmente, cometer pequenos deslizes que não reflectem necessariamente o seu real nível de conhecimento ou competências. Por exemplo,

não penalizar excessivamente por um erro isolado, desde que o essencial esteja correcto.
2) Atenuar o peso de avaliações pontuais: evitar que uma única má nota tenha um impacto desproporcionado na classificação final. A média ponderada de vários instrumentos de avaliação pode ser uma forma de praticar essa tolerância.
3) Reconhecer progressos e melhorias: dar algum peso ao progresso demonstrado ao longo do tempo. Se um aluno evidencia melhorias consistentes, a avaliação quantitativa pode reflectir essa evolução, mesmo que nem todos os resultados sejam elevados.
4) Flexibilizar critérios em situações justificadas: em casos de dificuldades pontuais devidamente fundamentadas (problemas de saúde, dificuldades pessoais, etc.), o professor pode ajustar o peso de determinadas avaliações ou permitir avaliações de recuperação.
5) Evitar avaliações “cegas” ou excessivamente mecânicas: ser tolerante implica ter em conta o contexto e não aplicar os critérios de forma inflexível, sempre dentro dos limites definidos pelas normas da escola ou instituição.

Resumindo:
Na avaliação quantitativa, ser tolerante é aplicar os critérios com justiça, ponderação e bom senso, reconhecendo o percurso e as circunstâncias dos alunos, sem perder o rigor, mas evitando rigidez excessiva.
Se quiseres, posso também dar exemplos concretos — por exemplo, numa prova escrita, num trabalho de grupo, ou em exames nacionais. Queres?

Eu quis, e fomos por ali fora. O ChatGPT construiu-me anúncios, tabelas, memorandos, listas, guias para professores...

Para aqui trago apenas algumas frases interessantes, que vou escrever por ordem cronológica de irem aparecendo nas respostas do 'chatbot':

a) «Tolerância não significa "dar a nota", mas sim aplicar o bom senso pedagógico na análise quantitativa dos resultados, com justiça e equilíbrio.»
b) «Se a tolerância for tão grande que se abdica dos critérios definidos (competências, conhecimentos, qualidade exigida), o resultado deixa de reflectir o verdadeiro nível do aluno.»
c) «Se o aluno é sempre beneficiado por uma avaliação demasiado tolerante, pode criar a ilusão de que está preparado, quando na verdade não está.»
d) «A Tolerância excessiva aplicada de forma desigual pode ser percepcionada como injusta por outros alunos.»
e) «Se um professor ou uma escola são sistematicamente demasiado permissivos, a credibilidade das classificações fica comprometida.»
f) «A exigência é também uma forma de respeitar o potencial dos alunos. Uma avaliação tolerante demais pode impedir o aluno de ser desafiado a melhorar.»

A certa altura pedi ao ChatGPT: «Sim, mostra como articular tolerância e rigor (estratégias práticas para o professor).»

g) «Explicar aos alunos o que se espera em cada avaliação: conteúdos, competências, qualidade de resposta. E distinguir o que é essencial (que não pode falhar) do que é acessório (onde se pode ser mais flexível).»
h) «Sempre que se aplica alguma tolerância, explicar ao aluno: o que foi valorizado; o que poderia ter sido melhor; o que deverá melhorar no futuro. Isto evita que o aluno confunda tolerância com ausência de exigência.»
i) «Ter consciência da distinção entre Tolerância sem rigor, rigor sem Tolerância e Tolerância com rigor.»
j) «A aplicação da tolerância não significa ser "simpático", mas sim ser pedagogicamente inteligente. Sempre ao serviço da aprendizagem duradoura e significativa.»
k) Finalmente diz que «A avaliação serve o processo de aprendizagem, não apenas a classificação. Tolerância não é facilitismo: é ponderação pedagógica. Rigor não é rigidez: é aplicação de critérios claros e consistentes.»
l) Para acabar mesmo, diz: «Aplicar tolerância sistemática: desvirtua o rigor. Ser excessivamente rígido: bloqueia o desenvolvimento. Não comunicar aos alunos o porquê das decisões: gera confusão e desmotivação. Mensagem final: o verdadeiro equilíbrio entre tolerância e rigor respeita o aluno, a aprendizagem e a seriedade do sistema educativo. Ser justo não é dar, é ajudar a conquistar.»

Um dos grandes desafios dos sistemas escolares (especialmente do nosso) é ser capaz de libertar os professores e os alunos do papão das avaliações, para que eles se possam dedicar mais plenamente ao que mais interessa, os motiva e os satisfaz: aos professores, é ensinar; aos alunos, é aprender.

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